Uma editora artesanal 100% energia solar

Garantir autonomia energética é um objetivo antigo e a energia solar se apresentou como alternativa viável.

Faz um tempão que pensamos imprimir livros e zines utilizando energia elétrica independente da rede da concessionária. Em 2017, a Monstro dos Mares funcionava em uma pequena área rural em União da Vitória, no Paraná, e lá colocamos as primeiras plaquinhas para carregar celulares e um powerbank. Também estudamos a possibilidade de construir uma roda d’água utilizando um motor de passo, porém mudamos de casa antes de iniciar esse projeto. Mas a vontade de rodar a impressora utilizando energias renováveis permaneceu.

Desde então fazemos testes, experiências, tentativas, erros e acertos. Um dos principais desafios é garantir a autonomia energética sem gastar muito e o caminho que encontramos foi a energia solar fotovoltáica. O preço elevado de alguns equipamentos exige paciência e algum planejamento. A ansiedade em colocar o sistema para funcionar faz com que erros no dimensionamento ou na escolha de equipamentos aconteçam, e isso é parte da experiência desse aprendizado constante.

Sem ignorar as dificuldades e as lutas para garantir a existência e a manutenção de espaços autônomos, a Monstro dos Mares tem entre seus objetivos a construção de um projeto de inspiração anárquica e anarquista de longo prazo, capaz de estabelecer vínculos duradouros com espaços, coletivos, movimentos sociais, grupos de estudos, bibliotecas comunitárias e outras formas de organização que fazem o enfrentamento diário na construção de pontos de acolhimento, liberdade, educação e autonomia.

Neste momento, a Editora Monstro dos Mares está funcionando com energia solar em 100% da sua necessidade energética — computadores, impressora, periféricos e iluminação. Este post não é apenas uma comemoração; é também um chamado para trocar experiências com monas, minas e manos que buscam alternativas para a geração de energia fora da rede da concessionária em seus espaços coletivos urbanos e rurais. Com essa ideia de compartilhar experiências, erros e aprendizados, colocamos no ar um hotsite chamado Projeto Editora Solar, onde apresentamos em detalhes o nosso sistema e o de compas que também tocam livros ou mantêm seus espaços utilizando a energia solar.

Acesse: https://monstrodosmares.com.br/solar/

Para dúvidas, relatos e trocas de experiências, entre em contato através do e-mail [email protected]

Segurança Digital: já pensou em fazer Data Detox?

Então você ficou sabendo de um arquivo que circulou pela internet com a exposição de dados de ativistas sociais. Essa prática não é nenhuma novidade, mas o que certamente chamou a atenção dessa vez foi a quantidade de informações vazadas e uma possível ferramenta de coleta de dados (Web Scraping) desenvolvida para realizar essa tarefa.

Em todos os aplicativos de conversas há pessoas interessadas em fortalecer sua segurança digital, em busca de manuais para compartilhar com seus grupos de afinidade, coletivos e movimentos sociais. Estendemos aqui nossa solidariedade a compas que tiveram seus dados expostos. Ainda que nem todas as pessoas tenham se sentido ofendidas ou diretamente atingidas, a situação é grave e todas as medidas tomadas carecem do apoio de cada uma de nós.

A ponta do aicebergue

Infelizmente, um vazamento de dados como esse expõe não apenas a fragilidade que os rastros deixados por nossos dados na internet podem apresentar, como também escancara que essa é somente a ponta do aicebergue de dados que podem ser coletados por operadoras de telefonia, pelo governo déspota brasileiro, forças policiais e de vigilância.

Durante a pandemia, tornou-se evidente que os dados dos aparelhos celulares e de utilização de antenas estão sendo usado para monitorar o comportamento da população. Em uma observação distraída, essa pode parecer uma vantagem da tecnologia. Mas não há nenhum tipo de transparência sobre como esses dados são disponibilizados, quais pessoas têm acesso a essas informações e qual o tratamento dos conteúdos. Chamá-los de “dados consolidados” é uma temeridade.

Outro episódio envolvendo o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) envolve o Auxílio Emergencial, através do qual é distribuído, durante a pandemia do novo coronavírus, o benefício de 600 reais destinados à pessoas mais precarizadas que não estão cadastradas nos programas sociais do governo. Certamente você acompanhou notícias sobre militares, servidores públicos, empresários e pessoas que não atendem aos critérios do benefício, mas o estão recebendo mesmo assim. Enquanto isso, milhares ainda não conseguiram acessar o benefício.

O que aconteceu com a manipulação dos dados? Como é possível uma (des)integração de dados dessa? Houve, inclusive, o lamentável caso de Adeyula Rodrigues, uma jovem de 31 anos, desempregada, que não pode receber o benefício por constar no sistema como Presidente da República. Erros podem acontecer, é natural. Mas esta é uma ilustração do cuidado e préstimo com as informações de milhões de brasileiras e brasileiros.


Data Detox

O Data Detox Kit é um conjunto dicas e metodologias simples que vão ajudar na sua presença on-line.

Data Detox

Você sente que sua vida digital está fugindo do seu controle? Você se deixou instalar aplicativos demais, clicou “Eu concordo” muitas vezes e perdeu as contas de quantas contas e perfis você já criou? Talvez, sua vida digital não esteja tão sob controle quanto você gostaria que estivesse.

Data Detox Kit

Parece difícil saber por onde começar quando se trata de reduzir os rastros que nossos dados deixam por aí e tornar nossas presenças on-line mais seguras. À medida em que os diversos dispositivos se tornam parte de nossas vidas, convém encontrar um equilíbrio e criar um relacionamento mais saudável com a tecnologia.

O Data Detox Kit é um conjunto dicas e metodologias simples que vão ajudar na sua presença on-line. É preciso pensar numa abordagem abrangente, passando pelos diferentes aspectos da vida digital, desde a quantidade de tempo que você gasta no celular, até aos aplicativos que utiliza, e as senhas escolhidas.

O Data Detox Kit foi produzido pela Tactical Tech, com apoio da Mozilla, como um guia passo a passo de oito dias para reduzir os rastros que os seus dados deixam. Sua versão impressa foi traduzida para holandês, francês, alemão, indonésio, norueguês, polonês, português e outros tantos idiomas. Ele ainda pode ser encontrado nos eventos Glass Room, e você também pode solicitar uma cópia em PDF em [email protected], indicando o idioma que precisa, bem como sua ideia de como e onde você gostaria de usá-lo.


Durante o mês de Junho de 2020, a Editora Monstro dos Mares vai distribuir gratuitamente 100 exemplares impressos do Data Detox Kit para pedidos, rede de apoio, bibliotecas comunitárias, coletivos, movimentos sociais e pesquisadoras.

Ei pirata! 🏴‍☠️
Faça parte da Rede de Apoio da editora fazendo uma contribuição mensal:
Catarse assinaturas ou no PicPay assinaturas

Assinaturas: Catarse ou PicPay?

Assinaturas mensais são muito importantes para manter nosso projeto editorial em funcionamento, pois precisamos de mais colaboração e recursos. Mais pessoas para selecionar textos, fazer traduções, revisões, diagramação, capas, estar em contato com autoras e autores, assumir tarefas de divulgação, colocar o bonde para circular. Atualmente somos nove pessoas que, entre todas essas atividades compartilhadas, ainda contribuem financeiramente para a manutenção do espaço da editora, equipamentos, despesas de correios, comprar papel, tinta e tudo mais.

Em Setembro de 2018 criamos nossa Rede de Apoio no Catarse, uma plataforma que se tornou sinônimo de financiamento coletivo no Brasil e que praticamente dita as regras para quem depende dela para manter seus projetos em funcionamento. Quem quer participar deve concordar em pagar 13% de taxas e aguardar 10 dias úteis para receber os recursos das assinaturas de seus apoiadores. Não há problemas em concordar com esses termos, mas, em 18 meses de experiência na plataforma, percebemos que para seguir em frente é preciso fazer mais. Precisamos de mais papel, mais tinta, uma impressora maior, mais e mais correios. Logicamente, precisamos de mais pessoas, mais colaboração e, consecutivamente, mais recursos.

Faz algumas semanas que estamos conversando com nossas amizades sobre que medidas poderiam ser tomadas, como ampliar as pontas de contato e fortalecer o apoio à nossa atividade de fazer livros artesanais. Uma das ideias foi poder contar com contribuições mensais de R$1. Isso mesmo: um pila. Sabemos que nem todas as pessoas podem contribuir mensalmente com a editora e que muitas pessoas já colaboram em outros projetos bacanas e importantes. Então, decidimos criar um cadastro no PicPay Assinaturas, uma ferramenta de assinaturas com contribuições a partir de 1 real, taxa de operação de 1,99%, liberação do recurso uma vez por mês (como a maioria) e transferência do valor instantânea entre contas digitais ou em até 3 dias úteis para contas normais (TED). Confira o quadro com algumas características, vantagens e desvantagens que destacamos baseados em nossas necessidades. Vejamos:

Catarse Assinaturas
13
%
  • Assinatura mínima: R$ 5
  • Taxa: 13%
  • Liberação em: 30 dias
  • Saque: transf. em 10 dd
Vantagens

Sinônimo de financiamento coletivo no Brasil;

Campanhas simultâneas: pontuais ou recorrentes;

Desvantagens

Taxas

Saque demorado

PicPay Assinaturas
1,99
%
  • Assinatura mínima: R$ 1
  • Taxa: 1,99%
  • Liberação em: 30 dias
  • Saque: trans. imediata ou 3 dd no TED.
Vantagens

Taxas e rapidez no saque;

Cadastro e uso simplificado;

Desvantagem

Somente pelo aplicativo

Não possui widget de assinatura


Assinaturas: Isso não é uma conclusão

Antes de cravar que este é melhor que aquele, é importante pensar que estamos comparando um biscoito a um disco voador: pode haver semelhanças na forma, e, se olharmos à distância, pode ser que fiquemos confusos. Mas, ao aproximá-los, não há como fazer uma análise, principalmente pelo fato de que discos voadores sequer existem.

O Catarse é uma plataforma para realizadoras de projetos criativos e sociais, o PicPay é um meio de pagamento com a funcionalidade de assinaturas. Seria mais honesto comparar o PagSeguro Assinaturas ao PicPay Assinaturas, ou o Catarse ao Apoia-se. Mas entre as escolhas que fazemos, preferimos seguir regando as plantas. Dar água para que o Croton siga colorido, independente do meio de pagamento ou plataforma. O importante é que as pessoas tenham opções para apoiar a tarefa da Monstro dos Mares: produzir e distribuir livros que custem muito pouco. Quem pode fortalecer com um real, fortalece. Quem já utiliza a plataforma de financiamento coletivo para apoiar outros projetos, que não precise criar um novo cadastro em mais alguma ferramenta só para ajudar as amizades.

Queremos que as pessoas possam se sentir confortáveis em ajudar a tarefa da editora, sem que a ferramenta se torne um problema. Podemos não gostar das taxas e do tempo de transferência do Catarse, mas essa é a ferramenta que temos no momento. Há outras tantas, cada uma com suas características e peculiaridades. Mas optamos pelo Catarse por sua abrangência e presença junto às pessoas que estão habituadas com essa modalidade de financiamento. Criamos a conta no PicPay Assinaturas como uma alternativa para quem deseja contribuir com pequenos valores ou para quem acredita que a diferença entre as taxas são significativas ao financiamento das atividades de realizadoras de projetos.

Por favor, considere apoiar nosso coletivo editorial.
Para dar água as plantas, cada gotinha importa!

Ei pirata! 🏴‍☠️
Faça parte da Rede de Apoio da editora fazendo uma contribuição mensal:
Catarse assinaturas ou no PicPay assinaturas

Estamos no Telegram

Existe uma multiplicidade de aplicativos de comunicação ponto a ponto que prometem ser seguros. Segurança antes de qualquer questão é pensar sobre a contingência e necessidade das mensagens trocadas, pois algumas questões não precisam ser ditas numa rede social ou num aplicativo seguro. Sua cultura de segurança é parte da sua proteção. Porém comunicar-se com agilidade é uma condição necessária.

Faz algum tempo adotamos o Telegram como uma alternativa “segura” ao comunicador preferido da maioria. Entendemos que essa não é a ferramenta mais segura do universo. Mas como foi criado um bot de notícias, um grupo (com muitas mensagens diárias) e também um canal de divulgação, optamos por manter esse contato mais genérico. Afinal de contas nós apenas fazemos livros e trocamos fofocas sobre a “anarcolândia”.

Com isso fica o convite para integrar o grupo ou receber os informes do canal:

Metareciclagem: seu lixo nossa alegria II (a copiadora)

É impressionante o tipo de coisas que as pessoas costumam descartar simplesmente pelo fato de que aquilo já não é mais útil para elas. Quantas vezes você já passou pela rua e encontrou monitores, gabinetes, fontes, mouses e teclados, atirados em lixeiras? Sim, infelizmente nem todas as pessoas estão sensibilizadas ou conhecem o significado de Metareciclagem.

No Brasil, considerando-se os equipamentos de grande e pequeno porte, a quantidade de lixo eletrônico chegou a mais de 900 mil toneladas em 2013, conforme estudo publicado pela ABDI. Se não for descartado corretamente, esse resíduo pode contaminar solo e lençóis freáticos, pois trazem mais de 60 tipos diferentes de substâncias potencialmente tóxicas e portanto, nocivas à saúde e ao meio ambiente.

Felizmente, algumas pessoas imaginam que jogar um eletrônico no lixo, ou na natureza não é uma coisa bacana e dão o encaminhamento apropriado, levando-o para um ecoponto, feira de descarte tecnológico ou departamento de coleta de resíduos sólidos do seu município. Aqui em Cachoeira do Sul (RS), temos o Departamento de Vigilância Ambiental (DVA), que recebe esse tipo de material de descarte todas as quartas-feiras, até o meio-dia. E foi lá, onde encontramos essas duas joinhas!

Duas máquinas copiadoras RICOH FT 3813 com aproximadamente 13 anos de uso, uma em bom estado, apenas com algumas manchas na impressão (conforme relatos) e outra com severos danos estruturais. Ainda não conseguimos ligar a máquina pois identificamos um varistor e resistor queimados na placa de entrada de alimentação de energia, o que denota que em algum momento ela foi ligada na tensão incorreta. Nosso grupo tech já substituiu a placa por outra e a marvada continua sem ligar. Mas em breve haverão novos encontros do grupo para seguir desvendando a máquina e torna-la operacional. Neste momento quando a máquina ligar, com papel a vontade, Toner e cilindros novos, um novo capítulo vai surgir na história dos movimentos e lutas que participamos ou apoiamos.

Por mais tinta no papel, seu lixo é a nossa alegria!

5 dicas para ajudar uma biblioteca pública

Sabemos que os incentivos financeiros são escassos e que esse quadro é mais visível quando trata-se de bibliotecas públicas. Mesmo com todos os incentivos governamentais é triste perceber que conforme dados da Fundação Biblioteca Nacional, existem 6.008 bibliotecas públicas para os 5.570 municípios do país e que a maioria desses equipamentos culturais encontram-se concentrados nos grandes centros. Muitas bibliotecas correm sérios riscos de fechar.


O que você pode fazer?

1. Considere utilizar a biblioteca pública. Utilizar o sistema de empréstimo de livros é uma das formas mais importantes de valorizar o livro, o acervo e a biblioteca, pois é através da circulação que pode-se verificar os ramos mais ativos e a utilidade do espaço para uma comunidade. Além disso, é bem mais barato do que visitar uma livraria em um shopping center.

2. Frequentar para manter. Quando foi a última vez que você pisou na biblioteca de sua comunidade? A circulação de pessoas é um indicador chave do envolvimento comunitário e este é um ativo importante. Mesmo que você não precise de um livro, existem outros motivos para você frequentar uma biblioteca uma ou duas vezes por mês, já que na maioria delas, é possível realizar consultas, ler jornais e revistas (e em alguns casos até mesmo consultar a internet, ouvir alguns discos e assistir filmes). Tudo de graça.

3. Promover atividades. Muito provavelmente, os bibliotecários estão sobrecarregados de tarefas diárias e são mal pagos, por isso não reclame da programação de atividades na biblioteca, ao invés disso, proponha algo. Faça valer o “faça você mesmo” que existe em você, apresente novas ideias para promover o tipo de programação envolvente para as pessoas da sua comunidade. É possível criar eventos variados para todas as idades. Crianças jovens, adultos e idosos de sua comunidade podem ser beneficiados com suas ideias. Seja criativo e divirta-se =)

4. Ser um Voluntário. Além de atividades e eventos, os voluntários podem ajudar em tarefas simples. Tem algum tempo extra? Ajude a colocar os livros nas prateleiras corretas, na restauração e reencadernação de livros. Você sabe fazer algum tipo de manutenção? Informática, jardins ou mesmo substituir uma tomada para o novo padrão. Que tal?

5. Fale sobre os recursos da biblioteca de sua comunidade para outras pessoas. É curioso como existem muitas pessoas que sequer se lembram da existência de uma biblioteca pública em sua cidade, escola ou bairro. Mais curioso ainda é como essas pessoas ficam admiradas em poder consultar livros, revistas, jornais, acessar a internet e participar de outras atividades de graça. Promovendo cultura, conhecimento e diversão inteligente para toda a família. Comece falando na escola do seu filho.

Com um pouquinho de boa vontade e algum tempo livre, é possível tornar nossas bibliotecas públicas em espaços cada vez mais inclusivos, mágicos, úteis e divertidos. Você é capaz de lembrar da sensação da primeira vez que esteve entre os livros de uma biblioteca?

Inspirado no artigo “How to save your local library”.


Atualização (22/03/2020): Informações recentes sobre bibliotecas públicas no Brasil podem ser acessadas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.

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