Muvuca: a Monstro dos Mares colando com o hack festival do MateHackers

Entre os dias 06 e 27 de Novembro de 2021 acontece o Muvuca Hack Festival, com diversas atividades sobre tecnologia, cultura hacker e conhecimento livre realizado pelo MateHackers. O evento terá ao todo 12 encontros, sendo três em cada sábado (simples de memorizar: todo sábado tem) e apresentará uma variedade de temas como educação, cultura de software livre, dados abertos, robótica, desenvolvimento, anonimato/criptografia e lançamento de livro. Um dos destaques é que nessa edição 50% das atividades serão ministradas por mulheres, conferindo a elas a merecida visibilidade na área.

Dentre a programação do Muvuca, no primeiro dia do evento (06 de Novembro) a abobrinha (editora-geral) vai apresentar os processos, ferramentas e metodologias utilizadas pela editora para fazer livros e zines com softwares livre e disponibilizados em copyleft. No dia 20 de Novembro, Leo Foletto, vai apresentar o livro “Manifestos Cypherpunks“, organizado por ele e lançado conjuntamente entre o BaixaCultura e a Monstro dos Mares.

As inscrições são gratuitas, todas as atividades são online e você confere toda a programação no site do Muvuca Hack Festival:

muvuca.matehackers.org

Produção editorial utilizando software livre, dia 06 de Novembro às 17h no Muvuca Hack Festival.
Lançamento do livro "Manifestos Cypherpunks" com Leo Foletto, dia 20 de Novembro às 17h no Muvuca Hack Festival.

Muvuca recomendada

Ola Bini: 2 anos de perseguição governamental

Em 11 de abril de 2019 Ola Bini, diretor técnico do Centro de Autonomia Digital (CAD), desenvolvedor de software livre, especialista de nível mundial em privacidade e segurança, além de ser um reconhecido defensor dos direitos humanos, foi detido no Aeroporto Mariscal Sucre em Quito quando estava prestes a viajar para o Japão para participar de um treinamento de artes marciais. O gatilho? Declarações feitas pela então Ministra do Interior, María Paula Romo, assegurando que havia hackers no país envolvidos em atividades de desestabilização contra o governo equatoriano; declaração na qual o nome de Ola nunca foi mencionado, no entanto foram feitos todos os esforços para construir um caso de forma precipitada e sem elementos suficientes para o incriminar e prender, ignorando assim o princípio da presunção da inocência.

O que parecia ser uma detenção para fins investigativos, acabou se tornando num processo de perseguição governamental excessiva que hoje, 2 anos após o evento, não parece estar perto de terminar.

Inicialmente acusado de atacar a integridade dos sistemas informáticos sem prova alguma, Ola permaneceu encarcerado por 70 dias. Sua saída da prisão foi garantida através da ação de um Habeas Corpus que determinou a ilegalidade e ilegitimidade da sua detenção, contudo isso não significou o fim da perseguição legal contra ele, porque até hoje, perante uma nova acusação de alegado acesso não consensual a sistemas informáticos, Ola continua à espera de que em uma audiência preparatória do julgamento, decida o seu futuro. A isto se deve acrescentar que a perseguição não se limita apenas à esfera jurídica do caso, senão que Ola e seus amigos são vítimas de vigilância permanente por parte das agências de inteligência do Estado, quem além de o seguir por toda parte, também empreenderam tentativas de vigilância tecnológica contra ele.

Chama profundamente a atenção a forma como os operadores da justiça em diferentes instâncias violam repetidamente o direito de Ola a um tratamento justo, oportuno e direcionado ao devido processo, pois em repetidas ocasiões, mesmo altas personalidades das esferas do poder político equatoriano não hesitaram em intervir no caso, violando a independência do sistema judicial.

O próprio caso de perseguição contra Ola Bini estabelece um perigoso precedente na região e no mundo, uma vez que persegue e criminaliza os conhecimentos técnicos muito típicos do trabalho cotidiano daqueles que, como Ola, procuram fortalecer a segurança e privacidade das pessoas no mundo digital. Vale a pena mencionar a este respeito que, numa das últimas etapas judiciais seguidas no processo, uma das partes acusadoras classificou como claramente criminoso o fato de Ola ter utilizado o Tor nas suas atividades, revelando a clara falta de conhecimentos técnicos sobre a importância desta ferramenta para a proteção dos direitos humanos fundamentais como são a privacidade e o anonimato, aspectos vitais para garantir a liberdade e transparência no desenvolvimento democrático das nações.

É importante destacar as grandes contribuições de Ola em relação ao software livre, a defesa da privacidade e a segurança, ao longo de seus 30 anos de experiência no desenvolvimento de software. Entre alguns dos seus projetos estão: suas contribuições para o projeto JRuby, JesCov, CoyIM, Goseco para Subgraph, Enigmail, projeto Tor, Let’s Encrypt, OTRv4, Libgoldilocks, o projeto DECODE e muitos mais.

Organizações locais e internacionais tem expressado sua preocupação sobre a forma como se esta conduzindo o processo judicial contra Ola Bini através de pronunciamentos individuais e coletivos. Entre elas estão: a Organização das Nações Unidas, a Relatoria Especial pela Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Electronic Frontier Foundation, a Associação pelo Progresso das Comunicações, Access Now, Amnistia Internacional, Human Rights Watch, Artigo 19, Derechos Digitales, A Associação de Software Livre do Equador, INREDH, Indymedia, Internet Bolívia, Fundação Karisma e muitas mais.

Em vista da falta de garantias oferecidas até o momento pelo sistema judicial equatoriano para que Ola Bini tenha um julgamento justo apegado ao direito, expressamos nossa profunda preocupação e ao mesmo tempo exigimos que cesse a perseguição desmedida contra Ola e todos que como ele, lutamos para construir uma internet melhor.

Basta já de perseguição e criminalização! Defender o direito a privacidade não é um crime! Defender o acesso ao software livre e aberto é um ato de resistência!

Exigimos justiça e reparação!

Por favor adicione a sua organização ou você mesmo a essa declaração de apoio enviando um email a: [email protected]

[podcast] A gente pode hackear qualquer coisa! Entrevista com _LobodoMar_

Dentro da garrafa trazemos uma mensagem: A gente pode hackear qualquer coisa! A assertividade dessa frase é tão incrível e carrega em si um universo inteiro de possibilidades. Nessa conversa com o hacker LobodoMar passamos por alguns temas como Matrix, autoaprendizado, open-source na educação de nível superior, royalties de produtos e pesquisas acadêmicas, ética hacker, bem comum e outros temas. Ouça a entrevista no player abaixo ou faça o download do arquivo.

Juntos somos mais!

[podcast] Bate-papo com Coletivo AnarcoTecnológico Mariscotron

Durante alguns dias recebemos as pessoas Coletivo Anarcotecnológico Mariscotron para conversas, paçocas, botar tinta no papel e trocas. Aconteceram dois encontros com pessoas da comunidade: o primeiro foi uma conversa sobre open-source, eletrônica, componentes, energia solar, microcontroladores PIC, robótica, domótica, entre outros assuntos com visitantes da casa Monstro dos Mares, estudantes do IFPR acompanhados de um técnico administrativo em educação e o Mariscotron (FOTO). O segundo encontro foi realizado na Estação União, a ferroviária que divide a cidade de União da Vitória (PR) e Porto União (SC) no dia 18 de Setembro. Na ocasião a conversa seria somente sobre a crítica anarquista à democracia, mas enquanto esperávamos as pessoas chegarem gravamos uma entrevista para projeto de pesquisa do Vertov sobre coletivos tech e a conversa se desdobrou para cultura hacker, tecnologia, tecnopolítica e democracia. Confira o podcast!

Participantes: abobrinha, Absort0, Chúy, João Nilson e Vertov.

mariscotron.libertar.org

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