Descrição
Minhas línguas “caseiras” são as línguas que eu falo com minha irmã e meus irmãos, com meus amigos e amigas. Elas são as cinco últimas listadas, com 6 e 7 sendo as mais próximas do meu coração. Da escola, da mídia ou das situações de emprego, eu peguei o inglês padrão e de trabalhadores com gírias. Da Mamagrande Locha e de ler as literaturas espanhola e mexicana, eu peguei o espanhol padrão e o espanhol mexicano padrão. Com os recém-chegados, imigrantes mexicanos e braceros iv, eu aprendi o dialeto espanhol norte-mexicano. Com mexicanos, eu tento falar tanto o espanhol mexicano padrão quanto o dialeto norte-mexicano. Dos meus pais e dos chicanos que moram no Valley, eu peguei o espanhol chicano texano, que eu falo com minha mãe, meu irmão mais novo (que casou com uma pessoa mexicana e que raramente mistura espanhol com inglês), tias e parentes mais velhos.
Com chicanas do Novo México ou Arizona, eu teimo em falar um pouco de espanhol chicano, mas frequentemente elas não entendem o que eu estou falando. Com a maior parte das chicanas da Califórnia, eu falo inteiramente em inglês (a não ser que eu esqueça). Quando me mudei pela primeira vez para São Francisco, eu disparava a falar alguma coisa em espanhol, deixando-as embaraçadas sem querer. Com frequência, é apenas com outra chicana tejana que eu posso falar livremente.
“Como domar uma língua selvagem” é um texto de Gloria Anzaldúa. O texto foi publicado em 1987 e traduzido por Joana Plaza Pinto, Karla Cristina dos Santos e Viviane Veras. Publicado em Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Difusão da língua portuguesa, nº 39 em 2009.