Descrição
Com frequência se contrapõe a atividade universitária à atividade escolar, como se esta fosse um grande salto à frente e tivesse características qualitativamente diferentes. Inclusive, apresenta-se a universidade como o espaço de onde brotarão soluções e alternativas para os grandes problemas de nosso tempo. Dessa maneira, oculta-se, com um otimismo necessariamente envolvido por uma mentira astuta ou mesmo simples idiotice, o fato de que nas universidades, assim como nas escolas, persiste toda uma concepção autoritária de vida, horários rigorosos a serem cumpridos, exames, notas, aprovação e reprovação, uma verticalidade mofada que nenhuma sala de aula moderna e com iluminação natural pode esconder; às vezes, até pequenas mudanças de horários e controle de frequência de estudantes, professores que, apesar de não passarem fome de maneira miserável quando não estão protagonizando uma aula vertical e autoritária que pretendem que seja magistral, na maioria das vezes são os mesmos que não têm escrúpulos em recorrer à vergonha da cópia e da reprodução.
Contra-universidades
Carlos Mayhua
12 páginas, formato A6 (bolso).
Excerto do capítulo VI do livro Entre cuadernos y barrotes publicado pela Editora Cultura y Sociedad, na cidade de Lima, em setembro de 1999. Tradução de Mauricio Knup.