A Sarita Cartonera surgiu no início de 2004 com quatro títulos. “Naquela época haviam poucos editores independentes no Peru e tivemos muito barulho por causa disso. Os autores e a imprensa nos trataram muito bem, mesmo sem as livrarias aceitarem os livros”, disse Jaime Vargas Luna, presidente da Aliança Peruana de Publicadores, além de dirigir uma editora chamada [sic]. A mudança se deu durante a Feira do Livro de Lima em 2005, quando Sarita, como sem preconceitos, cheia de coloridos e feliz, lançou o Underwood Portátil Modelo 1915, de Mario Bellatin. “Como a única edição do livro disponível foi a nossa, vendemos muito bem. Isso fez com que uma rede de livrarias distribuísse o título em suas lojas, bem como todos os demais do catálogo” recorda o editor. O catálogo atualmente conta com cerca de quarenta títulos.
“Sarita Colonia é o nome do ícone mais popular de Lima, talvez até peruano – revela Vargas Luna. É uma santa não-oficial, não católica. É a santa dos motoristas de ônibus e das prostitutas. Era o nome perfeito para o que queríamos.”
No início, os fundadores da Sarita publicavam apenas títulos inéditos de escritores peruanos, porém com o surgimento de outras editoras independentes mudou sua estratégia e decidiu-se publicar escritores latino-americanos que os livros simplesmente não chegam ao Peru ou que são inacessíveis. Luna Vargas sustenta que todas as experiências cartoneras compartilham um horizonte semelhante. “O objetivo final tem a ver com a necessidade de trazer a literatura para as ruas e mostrar a rua na literatura, atravessar fronteiras e criar movimentos coletivos. As publicações artesanais tem suas formas de descobertas e de pesquisa, há um espírito mais ou menos anarquista e que desfaz o sagrado, que envolve todos nós.
Via Página/12