Em 2021, tire a p̶e̶s̶q̶u̶i̶s̶a̶ insurreição do armário!

Além de ampliar as perspectivas e referências da sua pesquisa, a Editora Monstro dos Mares está em ação para fortalecer a atividade de espaços comunitários, sociais, movimentos, coletivos e singularidades. Atuamos com a vontade de aumentar a felicidade e a autorrealização das pessoas que fazem parte de nossa iniciativa editorial, tal como daquelas que se relacionam direta ou indiretamente conosco. Isso tudo pode parecer efêmero, mas talvez sejam os mais importantes benefícios das atividades que realizamos na editora. Números jamais poderiam traduzir a felicidade e a autorrealização que sentimos ao distribuir livros e zines, mas no dia a dia vivenciamos o impacto mais gratificante de toda a nossa atividade de inspiração anárquica e autogestionária.

Aprendemos constantemente umas com as outras, e nossa alegria e entusiasmo estão na satisfação de interagir e colaborar em bando, realizando atividades e projetos cada vez mais envolventes, conscientes e felizes. Entendemos que a Editora Monstro dos Mares tem como missão a contribuição social na valorização das subjetividades e no enfrentamento aberto ao capitalismo, à colonialidade e ao patriarcado em todas as suas expressões.

A atividade de fazer livros e zines é também uma forma importante nos esforços para enfrentar a pobreza e buscar melhorias nas condições de vida de toda gente sofrida. Compreender as condições mais singelas de ser quem se é, incluindo sua etnia, sexualidade, identidade cultural, constituição física, capacidade e orientação tecnopolítica, fortalece e amplia nossas reflexões sobre as relações de poder sobre os corpos, o adoecimento generalizado, a dependência financeira daqueles que trabalham, a cooptação política de nossas comunidades, tal como os elevados níveis de stress nos meios acadêmicos e as precárias formas de expressão dos sentimentos e angústias do nosso tempo. Por tudo isso, ousamos buscar por modos diversos de enfrentamento à centralização do poder e as imposições normativas do Estado, do grande capital, do judiciário, da igreja e da família (abusadores, policiais, patrões, padres, pastores, juízes, e maridos também!).

Ao realizar processos de publicação que disponibilizam ferramentas de autonomia, emergem evidentes chamados às práticas/éticas das vidas em perigo, das existências que expressam sentimentos conectados à realidade social de nosso tempo. Linhas, páginas e capítulos são caminhos pelos quais alcançamos nossos objetivos e desfrutamos das maiores recompensas conhecidas para nossa pequena comunidade editorial: pessoas convivendo umas com as outras de forma dedicada, para uma vida mais criativa e que, ao falarem abertamente de seus problemas em sociedade, buscam soluções compartilhadas.

Nosso coletivo é pequeno, somos uma dúzia de pessoas que contribuem no conselho editorial e científico, duas para fazer todo o resto (imprimir, cortar, colar, grampear…) e, lógico, uma quantidade carinhosa de pessoas da Rede de Apoio e Solidariedade, que muito generosamente nos enchem de carinho e também prestam suporte financeiro mensal para seguirmos existindo.

Buscamos com nossas publicações compreensões sobre nosso tempo, partindo das cosmovisões e experiências pluridiscursivas cotidianas de habitar o lugar, onde se constrói a dimensão da experiência e da pre-sença do Ser no Mundo. Esse lugar que somos, o século 21. Aqui, não se trata de negar ou rechaçar os iluministas, os homens europeus cis brancos e mortos da Europa que estenderam suas teorias até os dias de hoje, mas compreender, articular e abrir espaço para que outras visões de mundo possam emergir, rumo a um mundo em constante transformação e cheio de possibilidades. Não se trata de reescrever o futuro ou o que virá, mas abrir-se para o que está acontecendo aqui, entre nós.

Esse é o desafio presente nos esforços de publicação de textos que conseguimos produzir, resgatar ou localizar: desacomodar o horizonte epistemológico das pessoas dentro e fora da academia a partir de uma perspectiva radical, que enfrenta os discursos daqueles que desejam a nossa morte e/ou mesmo daqueles que pensam que não somos sociais ou, ainda, que acham que dependemos da aceitação de qualquer “autoridade” no horizonte das lutas. Somos a luta, nossos corpos são campos de batalha. Somos monas, minas e manos, lésbicas, não-bináries, pessoas negras, pardas, gordas, maricas, sapatonas, homens e mulheres trans, povos da floresta, pessoas com deficiências. Somos essa gente com doenças crônicas, com problemas de saúde mental. Somos as pessoas que não se reconhecem nas definições limitadas dos rótulos, identidades, partidos e perfis para serem catalogadas no segundo caderno dos jornais. São nossos corpos, nossas vidas, nossas lutas!

Esse é o nosso tempo e ninguém vai nos dizer o que fazer.

Em 2021, tire sua pesquisa insurreição do armário e faça com que ela ocupe todos os espaços da vida, dentro e fora dos muros das universidades.


Mensagens de anos anteriores

[Roda de conversa online] Interseccionalidades: queer, anarquismo e pandemia

No dia 12 de Agosto às 16h acontecerá a roda de conversa online Interseccionalidades: queer, anarquismo e pandemia, que contará com a presença de Daniel Santos da Silva, autor de Sem lamentações: filosofia, anarquismo e outros ensaios, e Claudia Mayer, autora de queer no Brasil: resistência e empoderamento na (re/a)presentação de si e Editora Geral da Monstro dos Mares.

As inscrições podem ser realizadas em:
https://sigaa.ufra.edu.br/sigaa/public/extensao/consulta_extensao.jsf

Esse evento é organizado pelo Projeto de Pesquisa (In)visibilidades, Identidades e Diferenças: raça, gênero, sexualidades e outras interseccionalidades na memória cultural, literária dos contextos pós/de(s)-coloniais ou no sul global, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Tomé-Açu/PA). O projeto é coordenado pelo professor Marcelo Spitzner, autor de Judith Butler & Michel Foucault: considerações em torno da performatividade, do discurso e da constituição do sujeito.

O encontro também fará parte do I Congresso Internacional de Estudos Multidisciplinares na Amazônia, que acontecerá online nos dias 10, 11 e 12 de Agosto. As inscrições irão até o dia 07/08 e podem ser realizadas no site do evento.


[Autor convidado] Hoje, 29 de janeiro, é Dia da Visibilidade Trans. Por Luiz Fernando Prado Uchôa.

Apresentação

Considerando a urgência das diversas lutas pela libertação de todas as pessoas e a resistência contra toda e qualquer forma de opressão, convidamos a comunidade que nos acompanha a tirar um tempo para refletir sobre quanto da diversidade sexual, de gênero e das sexualidades existe em nossas vidas, nos nossos contatos, nas oportunidades a que temos acesso e nas nossas redes de afeto e companheirismo.

Podemos começar nos fazendo algumas perguntas. Estamos, efetivamente, vivendo em comunidades que não apenas toleram, mas também apoiam e se reconstroem pela presença de pessoas trans? Prestamos a devida atenção às reivindicações levantadas por esse grupo, quando não fazemos parte dele, em nosso dia a dia? Sendo pessoas cis, levantamos a voz quando presenciamos atos de violência transfóbica, ou tratamos a luta pela transfobia como algo que “não nos pertence” e, por isso, nos silenciamos?

É papel das pessoas cis lutar junto à comunidade trans contra a transfobia. Isso não significa que estamos ocupando um lugar de fala que não é nosso, pois a transfobia é parte do que constitui, por exclusão, a cisgeneridade. Por isso, ao recorrermos ao silêncio frente a situações de violência transfóbica estaremos recaindo em uma postura acovardada, que reforça ainda mais a diferenciação das pessoas de acordo com a configuração de seus corpos e a hierarquia heteronormativa.

Lutar pela liberdade é uma atividade constante e desafiadora, que não consiste apenas em desafiar os poderes hegemônicos externos a nós: consiste também em desafiar e rejeitar aquilo que em nós reproduz e sustenta tais poderes. Convidamos, portanto, todas as pessoas a repensar suas ações dentro de nossas lutas contra a opressão e incluir, conscientemente, as pautas elaboradas e vividas pela comunidade trans. A liberdade só o é quando válida e efetiva para todas e todos.

Neste dia de luta, chamada à conscientização e visibilidade, trazemos uma carta às pessoas trans escrita por Luiz Fernando Prado Uchôa. Luiz é jornalista, professor e militante LGBT, e terá seu livro sobre transmasculinidades publicado em breve pela Editora Monstro dos Mares. Generosamente, Luiz compartilha sua percepção de vida através do prisma construído por sua experiência, que você pode conhecer no texto abaixo e em outras publicações escritas por ele.

Valeu, Luiz! Força na luta, e conte com a gente.

Claudia Mayer
Editora geral Monstro dos Mares


O que fazer quando a gente tem a sensação de não-pertencimento?

Nesse tempo em que estive sem escrever novos artigos aqui no PPQO, participei de eventos de militância e ativismo nos quais tive a oportunidade de estar com outras categorias existentes no movimento social. Percebi o quanto falar de transexualidade ainda é tabu ou tido como assunto complicado para ser abordado.

Tive a oportunidade de estar com pessoas cis (héteros, gays e lésbicas) em conversas informais nos espaços, e iniciei muitos diálogos sobre as diferenças de orientação sexual e identidade de gênero, usando-as como exemplo. A partir disso, os diálogos se tornaram bem fluidos. Eles passaram a entender que se sentir em um determinado gênero em nada se relaciona com vestimentas, acessórios ou por quem se manifesta o desejo sexual/amoroso.

Relatei o início de minha jornada e as dificuldades enfrentadas dentro e fora do meio LGBT para expor minha real identidade de gênero, além das vitórias obtidas, como retificação de nome e gênero, acompanhamento médico para a transição, e outras que se encontram pendentes com relação ao meu corpo. Também expus o por que de expor minha transição, seja via entrevistas para jornais, revistas e/ou programas de televisão, e outras ações.

Série de TV

Fui convidado para participar da abertura da série “Quem Sou Eu”, exibida pelo “Fantástico”, exibida por três domingos seguidos na TV Globo, que relatou a trajetória de mulheres transexuais e homens trans em diferentes fases da vida. Apesar de meus posicionamentos contrários à emissora, entendi que deveria participar para ter a oportunidade de fazer apontamentos com relação ao conteúdo para um público que não tem acesso a essas discussões. Por possuírem uma vida mecanizada, que jamais lhe proporciona oportunidades de se conhecer outras realidades.

Independente do “Fantástico” e alguns programas da emissora como intenção falar do tema com o propósito de divulgar a novela ‘A Força do Querer’, atualmente exibida às 21 h, penso que os militantes e ativistas devem se aproveitar dessas raras oportunidades em canais de TV aberta para explicar, pacientemente, tendo como premissa propagar o tema da forma correta. Além, claro, de ouvir os mais diversos questionamentos a respeito do conteúdo explanado e, dessa forma, conseguir simpatizantes em prol da diversidade sexual e de gênero.

Nesse tempo afastado de minha coluna, vivenciei uma relação intensa, apesar de ter tido pouca duração. Mas ela me deixou marcas profundas e a depressão me atingiu em cheio e, por isso, não tive forças para escrever e expor minhas impressões acerca da realidade sociopolítica do País.

Dois anos

O que permeava meus pensamentos era o fato de ter esperado dois anos para viver esse relacionamento de forma plena e, de repente, ele acabou sem grandes explicações. Agora ele está praticamente casado com outra pessoa, e exibe essa felicidade nas redes sociais. Pessoas próximas a mim curtem essas fotos e desejam felicidades ao novo casal.

A exibição pública dos momentos cotidianos dos dois e interação constante desses meus amigos e conhecidos nestas publicações me doem profundamente, apesar de ser poligâmico e poliamorista e, por esta razão, não sentir ciúme ou algum outro sentimento possessivo por ele ou por qualquer outra pessoa. Mas o que me deixa magoado nessa breve história foram a falta de diálogo, as discussões e ter sido informado da nova relação por meio das redes sociais.

Com isso, as palavras simplesmente me escaparam por completo e tive de mergulhar em uma jornada de autoconhecimento nos mais diversos campos sociais. O sentimento de vazio estava presente, apesar de seguir com as minhas atividades de militância e ativismo em ritmo normal.

Conflito

A dissidência em ser um homem habitando um corpo com características ainda femininas é algo que me deixa em desvantagem no quesito relação amorosa e, às vezes, sexual. Essa prisão corpórea me confronta com a dolorosa realidade de serem as raras vezes atingir a plenitude em um ato sexual por mais que seja momentânea.

Por esses dias fui em um evento de samba feito por mulheres negras num espaço de resistência negra, e aquelas músicas me transportaram para outra dimensão. Tentei em vão interagir, mas, em sua maioria, lá estavam lésbicas e bissexuais cis, e fui visto com desconfiança e até certo repúdio por elas. Os poucos gays que lá estavam só interagiam com suas amigas ou estavam acompanhados.

Percebendo o não pertencimento àquele local, fui embora com a lembrança das boas músicas e das poucas conversas tidas a fim de ter forças para as atividades agendadas para o dia seguinte.

Após as reuniões fui para um bar no Largo do Arouche ouvir músicas e observar os frequentadores. Aquele lugar não me pertencia e, em vão, tentei expor para alguns contatos de redes sociais minhas dores. Até que um amigo foi me encontrar e, de lá, fomos para um barzinho na rua Fradique Coutinho para encontrarmos umas pessoas de um grupo de WhatsApp de poliamor, do qual sou membro.

Poliamor

A decoração do local era muito interessante e divertida por ter como proposta uma certa informalidade. Quando cheguei com meu amigo, avistamos cinco pessoas do grupo que estavam lá preocupadas em exibir uma certa liberalidade. Na compartida do discurso proferido por estes poliamoristas, o padrão cis hétero lá predominava no sentido da aparência física, papéis demarcados de gênero e também aos assuntos vigentes.

No fim da noite, me vi só e tendo de lidar com a solidão, do modelo mais latente de todos. Caminhei até a estação de metrô, à frente dos barzinhos e as entradas das boates, e vi aquele mar de gente. Transpareciam enorme felicidade por estarem com roupas descoladas, ao lado de uma pessoa bonita ou rodeados de amigos ou colegas e, mesmo sendo superficiais, estavam acompanhados. De alguma forma, estavam se divertindo, enquanto eu, caminhando sozinho na multidão de rostos, seguia para algum lugar que me levasse em segurança para a casa.

Com a mente entorpecida diante das conversas e reproduções de machismo e misoginia ouvidas no encontro, logo pensei no que suportei na escola em que trabalhei para ter uma renda mínima e, assim, sobreviver nessa sociedade capitalista e desumana. Tive sérios desgastes psicológicos, e mesmo em uma conjuntura desfavorável ponderei os prós e contras antes de me desligar oficialmente daquele emprego.

Seguir a vida

Hoje tenho gana de explorar outras vertentes profissionais, e me lançar a novos desafios sem nenhum tipo de trava que vise me limitar como pessoa ou profissional. As lições aprendidas nessa pausa de minha coluna no PPQO e de outros projetos são:

  • Por mais que a liberalidade reine em uma determinada conjectura, JAMAIS pense que ela será aplicada a corpos distintos do padrão cis heteronormativo enquanto não houver uma sociedade mais igualitária e uma educação que culmine para este cenário. Por isso, temos de seguir na luta apesar das adversidades vindas de todos os lados;
  • Nunca espere que alguém lhe respeite ou lhe ame. Se você estiver disposto a aceitar todo tipo de ofensa e descaso só para tê-lo em sua vida;
  • Não espere a compreensão dos outros com relação aos seus problemas, independente de quais sejam por elas estarem mais focadas em si mesmas. Cabe a você encontrar um refúgio para tratar seus problemas, seja com um terapeuta ou em centros de apoios como o Centro de Valorização da Vida;
  • A melhoria em sua vida só estará disponível quando você estiver disposto(a) a repensar suas escolhas e recomeçar INFINITAS vezes, sem se importar com o julgamento alheio;
  • Por mais difícil que seja, BUSQUE ocupar a mente com novos aprendizados e novas experiências. E, dessa forma, estará construindo novos alicerces a fim de superar os infortúnios que a vida lhe trouxer;
  • JAMAIS aceite qualquer tipo de humilhação para ter uma certa segurança financeira. Saiba que novas oportunidades surgirão se estiver disposto(a) a aceitá-las;
  • Por mais que a conjectura político-social esteja complicada, UNA-SE a coletivos ou grupos, mesmo que a vertente de atuação não seja diretamente envolvida com a sua. Só com a união de diferentes pensamentos e ações construiremos um país igualitário de fato;
  • FACEBOOK e WHATSAPP não são portais de notícias, e nem possuem especialistas teóricos dos mais diversos assuntos. Então busque múltiplas formas de acessar as informações. Em tempo algum acredite em verdades singulares;
  • Observe mais e fale menos. Para, desta forma, captar o que está por trás do discurso proferido;
  • Nunca seja empático com o objetivo de atrair compartilhamentos em seus posts ou simpatia de determinados segmentos sociais;
  • Por mais que deseje o melhor para uma pessoa querida, NUNCA se esqueça de seus planos ou projetos para se dedicar completamente a ela;
  • A literatura é uma boa opção para expressar seus pensamentos. Tenha sempre consigo um bloco para anotar seus pensamentos e, com isso, envolver-se neles por completo. E, se preferir outra expressão artística, faça-a sem limitá-la a qualquer critério estético;
  • ENTREGUE-SE à vida por completo sem nenhum tipo de pudor ou receio e, busque a sua felicidade nos pequenos detalhes que ela lhe ofertar.

Publicado originalmente em: http://www.paupraqualquerobra.com.br/2017/04/12/gente-sensacao-nao-pertencimento-luiz-fernando-uchoa/

Luiz Fernando Prado Uchôa, jornalista, professor de inglês e espanhol, idealizador do blog Arco Iris Literário, que tem como objetivo difundir literatura LGBT através de resenhas literárias, colaborador da revista Sync e Coordenador do Núcleo de transmasculinidades da rede família Stronger.

Onde encontrar: Distro Dysca, Recife (PE)

Entre os mangues e ilhas, a Distro Dysca é uma plataforma autogestionada de produção cultural, propagação filosófica e agitação política, preocupada com a construção de materialidades combativas à uma sociedade normativa, hegemônica e opressora. Cruzando diversas linguagens em perspectiva descolonial, sexodissidente e interseccional, como horizontes imprescindíveis para a emergência de emancipação, equidade e justiça, aqui e agora.

Com livros, zines, dvd’s, adesivos, postais e outros materiais a distro agiliza a correria com materiais de diversas editoras como Deriva, Subta e Monstro dos Mares. Entre em contato, confira a agenda de eventos e títulos disponíveis.

Site:
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