Um encerramento memorável: nosso encontro virtual de fim de ano

Na última sexta-feira, 13 de dezembro, a Editora Monstro dos Mares realizou seu tão aguardado encontro virtual de fim de ano, reunindo apoiadoras e apoiadores, autoras e autores, revisores, tradutores, diagramadores, capistas e outras pessoas que ajudam a dar vida aos nossos projetos. O evento aconteceu pelo Google Meet e foi marcado por momentos de troca, celebração e planejamento coletivo.

Com um ambiente descontraído e acolhedor, o encontro começou com uma breve retrospectiva do ano de 2024. Compartilhamos os desafios que enfrentamos, os aprendizados conquistados e, claro, as grandes realizações que só foram possíveis graças ao trabalho em equipe e ao apoio da nossa comunidade. Foi emocionante ouvir relatos de diversas perspectivas, destacando o impacto de nossas publicações e os passos dados rumo a uma editora mais inclusiva e acessível.

Um dos momentos mais especiais foi quando cada participante teve a oportunidade de compartilhar seus desejos para 2025. Ideias inovadoras, novos projetos e colaborações foram imaginados em um bate-papo leve e inspirador. O sentimento de pertencimento e coletividade esteve presente em cada palavra, reafirmando o compromisso de todos com a construção de um espaço editorial que valoriza a diversidade e a criatividade.

Encerramos a noite com sorrisos, agradecimentos e a certeza de que 2025 será mais um capítulo incrível para a Editora Monstro dos Mares. Nosso encontro foi mais do que uma celebração: foi uma renovação de entusiasmo e propósitos para continuar navegando rumo a novos horizontes.

Agradecemos a todos e todas que participaram e ajudaram a tornar este momento tão especial. Que possamos seguir juntos, somando forças e ideias para um futuro cheio de possibilidades!

Até o próximo encontro!


Nossas publicações de 2024:

Encontros entre os Cinemas e as Histórias: Ontem Cinema, Hoje História?

Relato enviado por Juliano Gonçalves da Silva, autor de “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente“.

Entre os dias 4 e 6, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, reconhecida por sua excelência, acolheu mais de uma centena de pesquisadores de todo o Brasil, além de representantes da Argentina, Uruguai e Chile. O evento foi um espaço privilegiado para a apresentação de resultados de pesquisas que abordaram a relação entre cinema e história.

Os filmes apresentados retrataram perpetradores e genocidas, do passado e do presente, expondo tensões, violências e as complexidades da memória histórica. As discussões exigiram dos participantes coragem e “neutralidade científica” para enfrentar temas tão delicados, ao mesmo tempo em que destacaram a relevância dessas análises para entender as ditaduras que ainda deixam marcas e ameaçam o presente no Brasil e no mundo.

Diversidade Cinematográfica e Epistemológica

As reflexões trouxeram caminhos de liberdade e resistência a partir de releituras de figuras pioneiras do cinema brasileiro, como Lélia Gonzalez, que inseriu questões raciais na tela e na historiografia. Também foram abordados diferentes movimentos cinematográficos, novos e antigos, como o cinema marginal, udigrudi, militante, contracultural, negro, queer e o florescente cinema ameríndio em um Brasil ainda marcado pela colonialidade.

O evento enfatizou as novas metodologias para a constituição de fontes imagéticas e arquivos fílmicos, reconfigurando possibilidades de pesquisa e aproximando o cinema de diversas abordagens epistemológicas e artísticas. Envolvimentos, percepções e afetos emergiram nas análises de produções de todo o mundo, que exploraram desde diretores consagrados, como Spielberg, até narrativas menos conhecidas, como o cinema latino-americano inspirado nos xamãs.

Mesas e Lançamentos

Os debates iluminaram temas como as ditaduras e o “teatro da política”, as identidades na tela (com destaque para o cinema negro), os perpetradores e os espaços de violência no audiovisual, além de questões sobre preservação e arquivos audiovisuais.

Durante o evento, também ocorreu o lançamento de diversas obras importantes, que contribuíram para a divulgação de novos estudos e reflexões. Entre os destaques:

  1. CONCEIÇÃO, Alexandra Castro. A Caméra-stylo de Vicente F. Cecim. São Paulo: UICLAP, 2024.
  2. DEL VALLE-DÁVILA, Ignacio; BOSSAY, Claudia. Miradas descentralizadas: Las notícias de UCV-TV (1968-1977). Santiago de Chile: Cineteca Nacional de Chile, Fundación Centro Cultural Palacio de la Moneda, 2024.
  3. FERREIRA, Ceiça; REIS, Lidiana (org.). Águas correntes: mulheres no audiovisual do Centro-Oeste. Goiânia: Editora UEG, 2024.
  4. FREIRE, Marcius; SCANSANI, Andréa C. Por um cinema de cordel: um livro de Sergio Muniz. São Paulo: Editora Alameda, 2024.
  5. GARCIA, Alexandre Rafael; OPOLSKI, Débora (orgs.). Cinema, criação e reflexão: 10 anos de Cinecriare. Araraquara: Letraria, 2024.
  6. GRUNER, Clóvis; KAMINSKI, Rosane (org.). História e Imagem: representações de traumas. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2024.
  7. GUSMÃO, Milene Silveira et al.. Memórias e Histórias do Cinema na Bahia. v. 1. Salvador: EDUFBA, 2024.
  8. QUEIROZ, André (comp. e tradução). Fernando Pino Solanas: cinema, política e libertação nacional. Florianópolis: Editora Insular, 2022; Cinema e luta de classes na América Latina. Florianópolis: Editora Insular, 2024.
  9. SILVA, Juliano Gonçalves. O índio no cinema brasileiro e o espelho recente. Ponta Grossa: Editora Monstro dos Mares, 2020.
  10. SILVA, Mile; FRANÇA, Lecco; COELHO, Jamile. Cinema negro baiano. Salvador: Emoriô, 2021.
  11. SORANZ, Gustavo. Cinema no Amazonas: 1960-1990. Manaus: Rizoma Audiovisual, 2022.
  12. TEDESCO, Marina C. Mulheres que constroem imagens: a parceria criativa de Kátia Coelho e Lina Chamie. Niterói, RJ: PPGCine-UFF Publicações, 2024.
  13. WSCHEBOR PELLEGRINO, Isabel. De la ilustración científica a la documentación cinematográfica: aproximaciones a la historia de la fotografía y el cine científicos en Uruguay (1890-1973). Montevideo: Udelar, 2024.
  14. ZYLBERMAN, Lior. Genocidio y cine documental. Sáenz Peña: Eduntref, 2022.

Reflexões Finais

O evento também destacou a importância dos encontros presenciais, onde “cafezinhos” e conversas informais enriquecem as trocas acadêmicas. Esses momentos de interação entre pares revelaram-se fundamentais para compartilhar dúvidas, angústias e novos caminhos para pesquisas que, muitas vezes, começam de maneira solitária em arquivos e cinematecas.

Ao final, comprovou-se que o trabalho coletivo é mais poderoso do que qualquer esforço individual. Você também está convidado para o próximo encontro, que será realizado em João Pessoa, carinhosamente apelidada de Jampa, na Paraíba!


Fortaleça o financiamento coletivo de “10 perguntas sobre o anarquismo”

10 perguntas sobre o anarquismo

Neste fim de ano, a Editora Monstro dos Mares tem a alegria de trazer ao público brasileiro a tradução para o português do livro 10 perguntas sobre o anarquismo , escrito pelo jornalista e pesquisador independente francês Guillaume Davranche.

Lançado na França em 2020, o livro já vendeu mais de dez mil cópias em seu país de origem. Escrito para diversos públicos, Davranche apresenta perspectiva detalhada das diferentes abordagens do anarquismo sobre temas fundamentais como economia, ecologia, feminismos, democracia, organização e ação.

Além disso, fornece um panorama sobre perfis de militantes ao redor do mundo – da Coreia ao México, da Argélia à Espanha. Ao resgatar a história de figuras que ajudaram a moldar o movimento anarquista ao longo do tempo, ampliam-se as compreensões das estratégias e impactos do anarquismo em diversos contextos revolucionários.

O texto da edição que apresentamos vem diretamente do original em francês intitulado Dix questions sur l’anarchisme, cujos direitos foram gentil e generosamente cedidos ao Centro de Cultura Libertária da Amazônia e à Monstro dos Mares. Desejamos que este livro se torne mais uma ferramenta de expansão do conhecimento político não apenas entre iniciantes com o intuito da autoinstrução, mas também entre quem se dedica à prática de educações abertas às dissidências.

10 perguntas sobre o anarquismo
Guillaume Davranche
CCLA + Monstro dos Mares
120 páginas
Miolo: papel off white, 80 g
Capa: papel cartão 300 g, colorido
Lombada quadrada, fresado, PUR
Impresso em gráfica
ISBN: 978-65-86008-40-1

Fortalecer o lançamento do livro

10 perguntas sobre o anarquismo apresenta as diferentes abordagens do anarquismo sobre temas fundamentais e os perfis de vinte militantes ao redor do mundo que ajudaram a moldar o movimento anarquista ao longo do tempo.

Monstro dos Mares: Navegando novos rumos na publicação anarquista

A Monstro dos Mares, uma editora de publicações anarquistas, agora está em Cachoeira do Sul/RS, cidade onde foi fundada em junho de 2013. Após oito anos no Paraná, onde aprendemos muito sobre processos editoriais, produção artesanal, distribuição e, principalmente, a criação de comunidades por meio do livro impresso e suas possibilidades, retornamos ao interior e iniciamos a implementação de mudanças significativas em nosso modo de produzir.

Com o passar dos anos, novas necessidades e configurações demandaram novas soluções. Hoje, precisamos encontrar maneiras de continuar existindo como coletivo editorial em um momento de distâncias – e isso afeta diretamente as nossas possibilidades de produção artesanal.

Por isso, todas as publicações passaram a ser produzidas em gráfica e conforme a demanda de pedidos em nossa loja. Além disso, alguns livros estão disponíveis em diferentes marketplaces.

Para realizar essa transição, foi necessária uma reformulação de nosso catálogo, que passa agora a ser constituído apenas de livros. Os zines que integravam o catálogo da Monstro dos Mares passarão a ser produzidos pelas amizades da Impressora Anarquista, de Goiânia/GO.

A Monstro dos Mares continua produzindo com a mesma radicalidade desses 11 anos, e celebramos as cinco impressoras, a impressão de um milhão de folhas e a produção de milhares de livros e zines artesanais.

Neste novo capítulo, nos dedicaremos a encontrar novos títulos, elaborar mais textos e lançar publicações que possam contribuir com a educação e as ideias de quem está fazendo o século 21, seja na escola, nos movimentos sociais, nas universidades, no trabalho, no campo ou na cidade.

Içamos nossas velas, mais uma vez navegando sonhos e desejos em direção à Utopia, na companhia das amizades com quem compartilhamos as águas turbulentas das publicações independentes de livros anarquistas no nosso tempo.

2024 conviver é formar comunidades

Acreditamos que a atividade de fazer livros está ligada à reflexão sobre o tempo em que vivemos. Por isso, a cada início de ano escolhemos um tema para nos acompanhar no dia a dia. Este texto expõe nossas reflexões e visões mundo para inspirar as atividades de 2024.

Cada atividade que realizamos na Monstro dos Mares é movida por identificar e reconhecer em nossas práticas os princípios que buscamos assimilar e disseminar por meio das publicações que distribuímos. As bases estruturais existir, permanecer, conviver, educar e celebrar transbordam nossa atividade de fazer livros de inspiração anárquica. Queremos que, cada vez mais, a editora se torne um espaço no qual as pessoas se articulam e transformam encontros em trocas, convivência harmoniosa, música e boas conversas. Os livros e as pessoas, em conjunto, transformam qualquer lugar em um recanto para a construção da convivência e o que de bom pode vir dela: compartilhar e colaborar. Acreditamos que compartilhar e colaborar são boas formas de se pensar a construção de comunidades.

Comunidades são mais que grupos de pessoas que compartilham ideais, necessidades, acasos ou algum outro laço que as mantém juntas – temporária ou permanentemente. A formação de comunidades depende da convivência, e a convivência depende de espaços para que as pessoas se encontrem, produzam, aprendam, celebrem e façam o que mais quiserem fazer. Esse tipo de aliança depende também de mudanças de hábitos, como se abrir para participar de atividades que, talvez, você não se engajaria se não fosse pela conexão com as pessoas envolvidas ou com o espaço onde as atividades serão realizadas.

Nossas experiências têm nos mostrado que temos duas lutas político-privadas que necessitam da nossa atenção. A primeira é que precisamos, política e privadamente, lutar para que se torne possível a multiplicação de espaços autônomos fomentadores de diálogo. Falamos, por exemplo, de aluguéis e zoneamento urbano, que dificultam a manutenção de espaços sem fins comerciais diretos. A segunda é que precisamos, política e privadamente, lutar para transformar a cultura de isolamento que nos cerceia as alianças comunitárias. Aqui, estamos falando de, por exemplo, trabalharmos demais e não conseguirmos encontrar nossas amizades, ou então das economias de intimidade da heteronormatividade, que culturalmente nos dificultam a aproximação e troca com pessoas que acabamos de conhecer.

Conviver é, por definição, não estar só; ou seja, é viver juntes.

Já há alguns anos almejamos transformar, gradativamente, a editora em um espaço de convivência e produção em que as pessoas possam chegar para aprender, conversar, tomar um café, tocar os próprios projetos e compartilhar ideias. Ou talvez não fazer nada por um tempo. Um dos desafios que reconhecemos é incentivar, efetivamente, o hábito de ocupar espaços em que as pessoas podem ter acesso a algo gratuitamente: quero dizer, como uma biblioteca. Em uma biblioteca, não é necessária nenhuma troca financeira mediando o acesso aos livros. O acesso a trocas no espaço da editora é imaginado por nós um pouco como o acesso a uma biblioteca onde é possível encontrar livros, pessoas para conversar, um cafezinho e uma cachorra amorosa. Certamente a analogia pode ser problematizada e a comparação entre o espaço da editora e uma biblioteca vir a se tornar não muito boa, mas é importante reforçar a ideia da convivência ao redor dos livros, das conversas e da convivência.

Assim como a disseminação de ideias libertárias foi alavancada por meio da imprensa, que tornou possível a distribuição facilitada e em maior quantidade de panfletos, periódicos, cartazes e outros materiais impressos entre as pessoas e suas comunidades, os espaços que permitiam que as pessoas se encontrassem para conversar também foram fundamentais para que a convivência impulsionasse o pensamento crítico e autônomo, a auto-organização para a solução de problemas comuns, e o apoio-mútuo. Ou seja, a criação de comunidades politicamente engajadas e organizada por meio das trocas entre as pessoas.

Quanto mais encontros, risadas e boas conversas nós pudermos ter, mais poderemos colaborar. Mais nossas conexões se fortalecerão e mais sentiremos apoio em nossas comunidades, e apoiar iniciativas de nossas amizades tem transformado a convivência em produção coletiva e colaboração em projetos diversos, em que não nos veríamos envolvides não fosse a convivência no espaço da editora. Estamos conseguindo dar passos importantes rumo à construção de comunidades com mais inclusão, respeito às diversidades e fortalecedoras das economias alternativas, como a produção de artistes, artesães, poetes, mecaniques de bicicleta, cozinheires de rango vegan. Também estamos aprendendo muito sobre como garantir a participação das pessoas que trabalham na economia formal, de quem busca trabalho e também daquelus que desistiram de trabalhar.

Apoiar as pessoas que fazem parte das nossas comunidades é praticar o princípio do apoio-mútuo, assim como reconhecer o vigor das ideias e fortalecer a felicidade e a autonomia de todes como seus também. Nosso bando compartilha ideias vinculadas às causas que movimentam as pessoas com quem convivemos. Sonhamos que, com o passar do tempo, a Monstro dos Mares seja um lugar de articulação de comunidades de pessoas dispostas a experimentar outros modos de organizar nossos bondes, bandos e grupos.

Nossos livros são publicações experimentais criadas por pessoas criativas e consideradas amadoras; nossa oficina está em constante reformulação e melhoria; os textos são escritos por pessoas que, muitas vezes, nunca haviam sido publicadas antes; os papéis utilizados são convencionais e podem ser encontrados em qualquer papelaria. Nossos livros são publicações feitas por pessoas para quem os livros são, por um motivo ou outro, importantes. Elas estão interessadas em conteúdos originais, de natureza crítica, e que buscam modos de ultrapassar limites impostos pela forma, pela linguagem ou pela imagem – conscientes de que tais limites são, inegavelmente, tensões políticas contra as quais estamos lutando enquanto convivemos. Cada um de nossos livros e zines é o resultado do convívio, das convergências e das divergências de nossas comunidades. Os livros são, de toda forma, parte produto e parte produtora de nossa convivência.

As palavras, nas centenas de cópias de cada um dos livros e zines produzidos na Monstro dos Mares, espalham sementes de ideias pela defesa das florestas e seus povos, pelos ancestrais e originários, por nós e por quem virá, por um mundo repleto de bicicletas, mato, pirataria e hacking de todos os cistemas.

Conviver é formar comunidades.
Bom 2024.
Boas leituras, junte-se a nós!

Editora Monstro dos Mares

Encerramento PicPay Assinaturas

Olá amizades! Recebemos a informação do encerramento do serviço PicPay assinaturas onde mantivemos apoios durante um tempo. Um ótimo serviço, principalmente pela cobrança de taxas muito honestas. No entanto, a divulgação precária do sistema de assinaturas em conjunto com mudanças na gestão do PicPay levaram a essa descontinuação.

Agradecemos todas as pessoas que apoiaram nossa editora utilizando esse serviço e convidamos para continuar os apoios utilizando o Catarse e Apoia-se no Brasil e Ko-fi para apoios internacionais.

Um abraço.

2023: permanecer proliferando desobediências

Passada uma década em que o nosso Junho aconteceu, vimos que o mundo mudou e a natureza de alguns fenômenos sociais também mudaram desde 2013. Avançamos em conquistas, retrocedemos em direitos e permanecem constantes indignações.

Reconhecemos a mesma força que mobilizou nossos primeiros materiais impressos no vigor que nos move para seguir hoje. Fazemos livros artesanais e zines pois acreditamos na proliferação das desobediências que as palavras escritas, faladas, cantadas, rimadas, impressas ou pichadas nos muros são parte do universo de possibilidades que queremos imaginar e agir. Um horizonte autônomo, libertário, anarquista e cheio de faça-você-mesma!

Aquele Junho está em nós como um livro que permanece no tempo resistindo aos desafios impostos pela lógica da composição (ou da decomposição) de sua materialidade. A Monstro dos Mares não é um livro na prateleira do tempo, mas sim a apropriação do tempo como um existencial, uma ruptura da técnica que promove o anseio de permanecer proliferando desobediências. Fazemos os livros existirem a partir das ações de nosso próprio bando.

Sentimos que somos parte desse tempo enquanto ele existir. Somos parte dos frutos que florescem desde 2013 e vamos permanecer proliferando desobediências.

Junho de 2023, Editora Monstro dos Mares, 10 anos.


Apoie a campanha de 10 anos

Fortaleça o corre autônomo de fazer livros da Monstro dos Mares no Catarse
e receba recompensas únicas por isso.

LIVROS:

“Mapeando vozes não binárias nas redes sociais”, de Ju Spohr: Através de entrevistas com dez pessoas que se autodenominam não binárias nas redes sociais, Ju Spohr delineia um panorama de vivências que se localizam fora dos polos feminino ou masculino, assumindo a descentralização, a fluidez e a contradição ao colocar à prova os modelos normativos de gênero e sexualidade.

“A produção patológica do antagonismo: a institucionalização da violência contra pessoas trans”, de Cello Latini Pfeil e Bruno Latini Pfeil: Para analisar como a invenção da transexualidade enquanto categoria diagnóstica repercutiu em sistemas de controle, tutela e opressão contra pessoas trans, Cello e Bruno Latini Pfeil utilizam uma lente analítica anarquista e decolonial, recorrendo à lógica de que dinâmicas de opressão e infantilização, culpabilização e segregação constituem violências institucionais recorrentes que atravessam corpos trans.

“Construindo cidadania: a história de luta de travestis e transexuais no Brasil”, de Cristiane Prudenciano: Estabelecendo diálogos entre a luta de travestis e transexuais pela garantia de direitos e construções históricas e sociais que, sistematicamente, apagam o protagonismo das pessoas trans nessas lutas, Cristiane Prudenciano delimita um referencial histórico entre os anos de 1990 a 2016, resgatando as conquistas de pessoas que, vivendo em situações de violação, invisibilidade, opressão e violência, intencionam uma nova realidade para suas vidas e para a sociedade.


RECOMPENSAS:

Pôster comemorativo por Felipe Risada: convidamos o Estúdio Suco Gráfico e o artista Felipe Risada (@felipe_risada) para a criação da nova marca e identidade visual da Monstro dos Mares em celebração desses 10 anos. RiR criou a arte de um pôster exclusivo, impresso em risografia, para marcar essa data. Somente 330 exemplares. Formato ledger (27,5 x 39,5 cm), em papel colorplus 120 g, cores variadas e enviadas aleatoriamente. Duas dobras.

Impressorinha 3D: nosso amigo Paulo Capra (@paulo_capra) fez a modelagem e impressão 3D da querida Impressorinha, em cores variadas (5,5 x 5,5 x 3 cm, nas cores branco, rosa, amarelo e cinza Nintendo) enviadas aleatoriamente. Somente 30 unidades.

Sacola: sacola retornável em lona encerada (29 x 29 cm) confeccionada com material reutilizado de malotes pela Associação das Feirantes da Economia Solidária de Ponta Grossa – AFESOL (@afesol_).

Bandeirola: confeccionada em algodão cru e serigrafia (40 x 50 cm). Produzidas por voluntáries no espaço da Monstro dos Mares.

Porta caneca: suporte para canecas (8,5 x 8,5 cm) em papel reciclado 300 g, com arte exclusiva comemorativa dos 10 anos da Monstro.

Adesivo: com a nova marca da editora (5 x 5 cm), autocolante com proteção UV.

5 Zines A5: escolhidos aleatoriamente de nosso catálogo (dimensões 20 x 14 cm, aproximadamente 24 páginas).

Coleção Entender: 5 Zines A6 que compõem a coleção, abordando os temas Gênero, Poder, Colonialismo, Anarquismo e Supremacia Branca (dimensões 10 x 14 cm, aproximadamente 16 páginas cada).

Minicurso “Crítica ao trabalho: queer, desistente e bipolar”: encontro on-line com 4h de duração ministrado por Claudia Mayer, doutora em Estudos Literários e Culturais pela PPGI/UFSC. O curso visa fomentar a crítica ao trabalho como instituição, abordando a compreensão de que a necessidade de trabalhar é uma alavanca social que mobiliza corpes dissidentes a suspender-se a fim de tornar possível a manutenção da vida.

Valeu por fortalecer o nosso corre. Defenda sua quebrada!

[Porto Alegre] Espaço: Café e Anarquia (18/03)

O Esp(a)ço convida a todys para o primeiro Café e Anarquia, um momento informal para receber pessoas que querem saber mais sobre anarquia, além de encontro e fortalecimento de laços e tomar um café, comer um bolo vegano. Quem sabe assistir algum vídeo curto? Presentear e trocar zines e outras recomendações de leitura?

Bora? Chega junto no Esp(a)ço no sábado, dia 18 de março, das 16h30 às 20h30.

A gente fica na Rua Castro Alves, 101, bairro Rio Branco em Porto Alegre.


Via O Espaço.

[Livraria] Sarita Livros, Ponta Grossa – PR

Talvez você tenha percebido alguma movimentação nesse começo de 2023 nas redes sociais da Monstro dos Mares. Estamos compartilhando o espaço físico com algumas iniciativas editoriais e criativas na cidade de Ponta Grossa e agora é possível comprar no site da Monstro dos Mares e retirar na lojinha da Sarita Livros.

Sim, algumas pessoas da Monstro dos Mares fazem parte da Sarita Livros, mas na pedida do possível, serão iniciativas absolutamente distintas em seus objetivos e atividades, tal como nas questões formais e burocráticas envolvidas em cada uma dessas atividades.

No segundo sábado de cada mês estaremos presentes na feirinha da Sarita Livros e você pode retirar suas encomendas, trocar ideias com outras pessoas, conhecer o espaço e compartilhar práticas com a comunidade que está se formando em torno desse espaço na cidade.

Para quem está em Ponta Grossa e Região dos Campos Gerais, ou ainda, quem pretende nos visitar pessoalmente pode realizar encomendas no site da Monstro dos Mares com antecedência e combinar a entrega durante o encontro.

Sarita Livros, Ponta Grossa, PR.

A Sarita Livros é um ponto de encontro para tornar as publicações possíveis, no sentido mais amplo de compreensão do livro em seus diversos formatos, suportes e métodos de criação. O espaço compartilhado com editoras artesanais, independentes, cartoneras e artistas gráficos faz mais do que impressos. Uma célula criativa para expressar saberes, aspirações, abstrações, sentidos e consciências através de zines, livros artesanais, livros independentes em formato físico ou digital, pôster, cartazes, cartões postais e outras possibilidades.

No andar superior de um sobrado de esquina próximo ao centro da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, fica o espaço compartilhado da Sarita Livros, numa área construída de 132m². Temos espaço para uma loja com expositores de livros para atendimento com hora marcada, área de impressão com duas impressoras Epson Workforce Pro e um duplicador digital Ricoh DX-2330. Em outra sala mantemos uma bancada para montagem de livros com equipamentos que atendem diversas técnicas de encadernação e finalização de impressos. Uma peça exclusivamente para gestão de estoque, romaneio e expedição; um ateliê de experiências em costura e atividades artesanais com uma máquina de costura reta e uma ultralock; o espaço ainda conta com um quarto para receber as amizades, cozinha, área de serviço e mais um discreto quintalzinho.

Sarita Livros
Rua Balduíno Taques, 1556, Altos
Órfãs
Ponta Grossa – PR
CEP 84015-255

saritalivros.com.br

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