Passada uma década em que o nosso Junho aconteceu, vimos que o mundo mudou e a natureza de alguns fenômenos sociais também mudaram desde 2013. Avançamos em conquistas, retrocedemos em direitos e permanecem constantes indignações.
Reconhecemos a mesma força que mobilizou nossos primeiros materiais impressos no vigor que nos move para seguir hoje. Fazemos livros artesanais e zines pois acreditamos na proliferação das desobediências que as palavras escritas, faladas, cantadas, rimadas, impressas ou pichadas nos muros são parte do universo de possibilidades que queremos imaginar e agir. Um horizonte autônomo, libertário, anarquista e cheio de faça-você-mesma!
Aquele Junho está em nós como um livro que permanece no tempo resistindo aos desafios impostos pela lógica da composição (ou da decomposição) de sua materialidade. A Monstro dos Mares não é um livro na prateleira do tempo, mas sim a apropriação do tempo como um existencial, uma ruptura da técnica que promove o anseio de permanecer proliferando desobediências. Fazemos os livros existirem a partir das ações de nosso próprio bando.
Sentimos que somos parte desse tempo enquanto ele existir. Somos parte dos frutos que florescem desde 2013 e vamos permanecer proliferando desobediências.
Junho de 2023, Editora Monstro dos Mares, 10 anos.
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LIVROS:
“Mapeando vozes não binárias nas redes sociais”, de Ju Spohr: Através de entrevistas com dez pessoas que se autodenominam não binárias nas redes sociais, Ju Spohr delineia um panorama de vivências que se localizam fora dos polos feminino ou masculino, assumindo a descentralização, a fluidez e a contradição ao colocar à prova os modelos normativos de gênero e sexualidade.
“A produção patológica do antagonismo: a institucionalização da violência contra pessoas trans”, de Cello Latini Pfeil e Bruno Latini Pfeil: Para analisar como a invenção da transexualidade enquanto categoria diagnóstica repercutiu em sistemas de controle, tutela e opressão contra pessoas trans, Cello e Bruno Latini Pfeil utilizam uma lente analítica anarquista e decolonial, recorrendo à lógica de que dinâmicas de opressão e infantilização, culpabilização e segregação constituem violências institucionais recorrentes que atravessam corpos trans.
“Construindo cidadania: a história de luta de travestis e transexuais no Brasil”, de Cristiane Prudenciano: Estabelecendo diálogos entre a luta de travestis e transexuais pela garantia de direitos e construções históricas e sociais que, sistematicamente, apagam o protagonismo das pessoas trans nessas lutas, Cristiane Prudenciano delimita um referencial histórico entre os anos de 1990 a 2016, resgatando as conquistas de pessoas que, vivendo em situações de violação, invisibilidade, opressão e violência, intencionam uma nova realidade para suas vidas e para a sociedade.
RECOMPENSAS:
Pôster comemorativo por Felipe Risada: convidamos o Estúdio Suco Gráfico e o artista Felipe Risada (@felipe_risada) para a criação da nova marca e identidade visual da Monstro dos Mares em celebração desses 10 anos. RiR criou a arte de um pôster exclusivo, impresso em risografia, para marcar essa data. Somente 330 exemplares. Formato ledger (27,5 x 39,5 cm), em papel colorplus 120 g, cores variadas e enviadas aleatoriamente. Duas dobras.
Impressorinha 3D: nosso amigo Paulo Capra (@paulo_capra) fez a modelagem e impressão 3D da querida Impressorinha, em cores variadas (5,5 x 5,5 x 3 cm, nas cores branco, rosa, amarelo e cinza Nintendo) enviadas aleatoriamente. Somente 30 unidades.
Sacola: sacola retornável em lona encerada (29 x 29 cm) confeccionada com material reutilizado de malotes pela Associação das Feirantes da Economia Solidária de Ponta Grossa – AFESOL (@afesol_).
Bandeirola: confeccionada em algodão cru e serigrafia (40 x 50 cm). Produzidas por voluntáries no espaço da Monstro dos Mares.
Porta caneca: suporte para canecas (8,5 x 8,5 cm) em papel reciclado 300 g, com arte exclusiva comemorativa dos 10 anos da Monstro.
Adesivo: com a nova marca da editora (5 x 5 cm), autocolante com proteção UV.
5 Zines A5: escolhidos aleatoriamente de nosso catálogo (dimensões 20 x 14 cm, aproximadamente 24 páginas).
Coleção Entender: 5 Zines A6 que compõem a coleção, abordando os temas Gênero, Poder, Colonialismo, Anarquismo e Supremacia Branca (dimensões 10 x 14 cm, aproximadamente 16 páginas cada).
Minicurso “Crítica ao trabalho: queer, desistente e bipolar”: encontro on-line com 4h de duração ministrado por Claudia Mayer, doutora em Estudos Literários e Culturais pela PPGI/UFSC. O curso visa fomentar a crítica ao trabalho como instituição, abordando a compreensão de que a necessidade de trabalhar é uma alavanca social que mobiliza corpes dissidentes a suspender-se a fim de tornar possível a manutenção da vida.
Valeu por fortalecer o nosso corre. Defenda sua quebrada!