2024 conviver é formar comunidades

Acreditamos que a atividade de fazer livros está ligada à reflexão sobre o tempo em que vivemos. Por isso, a cada início de ano escolhemos um tema para nos acompanhar no dia a dia. Este texto expõe nossas reflexões e visões mundo para inspirar as atividades de 2024.

Cada atividade que realizamos na Monstro dos Mares é movida por identificar e reconhecer em nossas práticas os princípios que buscamos assimilar e disseminar por meio das publicações que distribuímos. As bases estruturais existir, permanecer, conviver, educar e celebrar transbordam nossa atividade de fazer livros de inspiração anárquica. Queremos que, cada vez mais, a editora se torne um espaço no qual as pessoas se articulam e transformam encontros em trocas, convivência harmoniosa, música e boas conversas. Os livros e as pessoas, em conjunto, transformam qualquer lugar em um recanto para a construção da convivência e o que de bom pode vir dela: compartilhar e colaborar. Acreditamos que compartilhar e colaborar são boas formas de se pensar a construção de comunidades.

Comunidades são mais que grupos de pessoas que compartilham ideais, necessidades, acasos ou algum outro laço que as mantém juntas – temporária ou permanentemente. A formação de comunidades depende da convivência, e a convivência depende de espaços para que as pessoas se encontrem, produzam, aprendam, celebrem e façam o que mais quiserem fazer. Esse tipo de aliança depende também de mudanças de hábitos, como se abrir para participar de atividades que, talvez, você não se engajaria se não fosse pela conexão com as pessoas envolvidas ou com o espaço onde as atividades serão realizadas.

Nossas experiências têm nos mostrado que temos duas lutas político-privadas que necessitam da nossa atenção. A primeira é que precisamos, política e privadamente, lutar para que se torne possível a multiplicação de espaços autônomos fomentadores de diálogo. Falamos, por exemplo, de aluguéis e zoneamento urbano, que dificultam a manutenção de espaços sem fins comerciais diretos. A segunda é que precisamos, política e privadamente, lutar para transformar a cultura de isolamento que nos cerceia as alianças comunitárias. Aqui, estamos falando de, por exemplo, trabalharmos demais e não conseguirmos encontrar nossas amizades, ou então das economias de intimidade da heteronormatividade, que culturalmente nos dificultam a aproximação e troca com pessoas que acabamos de conhecer.

Conviver é, por definição, não estar só; ou seja, é viver juntes.

Já há alguns anos almejamos transformar, gradativamente, a editora em um espaço de convivência e produção em que as pessoas possam chegar para aprender, conversar, tomar um café, tocar os próprios projetos e compartilhar ideias. Ou talvez não fazer nada por um tempo. Um dos desafios que reconhecemos é incentivar, efetivamente, o hábito de ocupar espaços em que as pessoas podem ter acesso a algo gratuitamente: quero dizer, como uma biblioteca. Em uma biblioteca, não é necessária nenhuma troca financeira mediando o acesso aos livros. O acesso a trocas no espaço da editora é imaginado por nós um pouco como o acesso a uma biblioteca onde é possível encontrar livros, pessoas para conversar, um cafezinho e uma cachorra amorosa. Certamente a analogia pode ser problematizada e a comparação entre o espaço da editora e uma biblioteca vir a se tornar não muito boa, mas é importante reforçar a ideia da convivência ao redor dos livros, das conversas e da convivência.

Assim como a disseminação de ideias libertárias foi alavancada por meio da imprensa, que tornou possível a distribuição facilitada e em maior quantidade de panfletos, periódicos, cartazes e outros materiais impressos entre as pessoas e suas comunidades, os espaços que permitiam que as pessoas se encontrassem para conversar também foram fundamentais para que a convivência impulsionasse o pensamento crítico e autônomo, a auto-organização para a solução de problemas comuns, e o apoio-mútuo. Ou seja, a criação de comunidades politicamente engajadas e organizada por meio das trocas entre as pessoas.

Quanto mais encontros, risadas e boas conversas nós pudermos ter, mais poderemos colaborar. Mais nossas conexões se fortalecerão e mais sentiremos apoio em nossas comunidades, e apoiar iniciativas de nossas amizades tem transformado a convivência em produção coletiva e colaboração em projetos diversos, em que não nos veríamos envolvides não fosse a convivência no espaço da editora. Estamos conseguindo dar passos importantes rumo à construção de comunidades com mais inclusão, respeito às diversidades e fortalecedoras das economias alternativas, como a produção de artistes, artesães, poetes, mecaniques de bicicleta, cozinheires de rango vegan. Também estamos aprendendo muito sobre como garantir a participação das pessoas que trabalham na economia formal, de quem busca trabalho e também daquelus que desistiram de trabalhar.

Apoiar as pessoas que fazem parte das nossas comunidades é praticar o princípio do apoio-mútuo, assim como reconhecer o vigor das ideias e fortalecer a felicidade e a autonomia de todes como seus também. Nosso bando compartilha ideias vinculadas às causas que movimentam as pessoas com quem convivemos. Sonhamos que, com o passar do tempo, a Monstro dos Mares seja um lugar de articulação de comunidades de pessoas dispostas a experimentar outros modos de organizar nossos bondes, bandos e grupos.

Nossos livros são publicações experimentais criadas por pessoas criativas e consideradas amadoras; nossa oficina está em constante reformulação e melhoria; os textos são escritos por pessoas que, muitas vezes, nunca haviam sido publicadas antes; os papéis utilizados são convencionais e podem ser encontrados em qualquer papelaria. Nossos livros são publicações feitas por pessoas para quem os livros são, por um motivo ou outro, importantes. Elas estão interessadas em conteúdos originais, de natureza crítica, e que buscam modos de ultrapassar limites impostos pela forma, pela linguagem ou pela imagem – conscientes de que tais limites são, inegavelmente, tensões políticas contra as quais estamos lutando enquanto convivemos. Cada um de nossos livros e zines é o resultado do convívio, das convergências e das divergências de nossas comunidades. Os livros são, de toda forma, parte produto e parte produtora de nossa convivência.

As palavras, nas centenas de cópias de cada um dos livros e zines produzidos na Monstro dos Mares, espalham sementes de ideias pela defesa das florestas e seus povos, pelos ancestrais e originários, por nós e por quem virá, por um mundo repleto de bicicletas, mato, pirataria e hacking de todos os cistemas.

Conviver é formar comunidades.
Bom 2024.
Boas leituras, junte-se a nós!

Editora Monstro dos Mares

2023: permanecer proliferando desobediências

Passada uma década em que o nosso Junho aconteceu, vimos que o mundo mudou e a natureza de alguns fenômenos sociais também mudaram desde 2013. Avançamos em conquistas, retrocedemos em direitos e permanecem constantes indignações.

Reconhecemos a mesma força que mobilizou nossos primeiros materiais impressos no vigor que nos move para seguir hoje. Fazemos livros artesanais e zines pois acreditamos na proliferação das desobediências que as palavras escritas, faladas, cantadas, rimadas, impressas ou pichadas nos muros são parte do universo de possibilidades que queremos imaginar e agir. Um horizonte autônomo, libertário, anarquista e cheio de faça-você-mesma!

Aquele Junho está em nós como um livro que permanece no tempo resistindo aos desafios impostos pela lógica da composição (ou da decomposição) de sua materialidade. A Monstro dos Mares não é um livro na prateleira do tempo, mas sim a apropriação do tempo como um existencial, uma ruptura da técnica que promove o anseio de permanecer proliferando desobediências. Fazemos os livros existirem a partir das ações de nosso próprio bando.

Sentimos que somos parte desse tempo enquanto ele existir. Somos parte dos frutos que florescem desde 2013 e vamos permanecer proliferando desobediências.

Junho de 2023, Editora Monstro dos Mares, 10 anos.


Apoie a campanha de 10 anos

Fortaleça o corre autônomo de fazer livros da Monstro dos Mares no Catarse
e receba recompensas únicas por isso.

LIVROS:

“Mapeando vozes não binárias nas redes sociais”, de Ju Spohr: Através de entrevistas com dez pessoas que se autodenominam não binárias nas redes sociais, Ju Spohr delineia um panorama de vivências que se localizam fora dos polos feminino ou masculino, assumindo a descentralização, a fluidez e a contradição ao colocar à prova os modelos normativos de gênero e sexualidade.

“A produção patológica do antagonismo: a institucionalização da violência contra pessoas trans”, de Cello Latini Pfeil e Bruno Latini Pfeil: Para analisar como a invenção da transexualidade enquanto categoria diagnóstica repercutiu em sistemas de controle, tutela e opressão contra pessoas trans, Cello e Bruno Latini Pfeil utilizam uma lente analítica anarquista e decolonial, recorrendo à lógica de que dinâmicas de opressão e infantilização, culpabilização e segregação constituem violências institucionais recorrentes que atravessam corpos trans.

“Construindo cidadania: a história de luta de travestis e transexuais no Brasil”, de Cristiane Prudenciano: Estabelecendo diálogos entre a luta de travestis e transexuais pela garantia de direitos e construções históricas e sociais que, sistematicamente, apagam o protagonismo das pessoas trans nessas lutas, Cristiane Prudenciano delimita um referencial histórico entre os anos de 1990 a 2016, resgatando as conquistas de pessoas que, vivendo em situações de violação, invisibilidade, opressão e violência, intencionam uma nova realidade para suas vidas e para a sociedade.


RECOMPENSAS:

Pôster comemorativo por Felipe Risada: convidamos o Estúdio Suco Gráfico e o artista Felipe Risada (@felipe_risada) para a criação da nova marca e identidade visual da Monstro dos Mares em celebração desses 10 anos. RiR criou a arte de um pôster exclusivo, impresso em risografia, para marcar essa data. Somente 330 exemplares. Formato ledger (27,5 x 39,5 cm), em papel colorplus 120 g, cores variadas e enviadas aleatoriamente. Duas dobras.

Impressorinha 3D: nosso amigo Paulo Capra (@paulo_capra) fez a modelagem e impressão 3D da querida Impressorinha, em cores variadas (5,5 x 5,5 x 3 cm, nas cores branco, rosa, amarelo e cinza Nintendo) enviadas aleatoriamente. Somente 30 unidades.

Sacola: sacola retornável em lona encerada (29 x 29 cm) confeccionada com material reutilizado de malotes pela Associação das Feirantes da Economia Solidária de Ponta Grossa – AFESOL (@afesol_).

Bandeirola: confeccionada em algodão cru e serigrafia (40 x 50 cm). Produzidas por voluntáries no espaço da Monstro dos Mares.

Porta caneca: suporte para canecas (8,5 x 8,5 cm) em papel reciclado 300 g, com arte exclusiva comemorativa dos 10 anos da Monstro.

Adesivo: com a nova marca da editora (5 x 5 cm), autocolante com proteção UV.

5 Zines A5: escolhidos aleatoriamente de nosso catálogo (dimensões 20 x 14 cm, aproximadamente 24 páginas).

Coleção Entender: 5 Zines A6 que compõem a coleção, abordando os temas Gênero, Poder, Colonialismo, Anarquismo e Supremacia Branca (dimensões 10 x 14 cm, aproximadamente 16 páginas cada).

Minicurso “Crítica ao trabalho: queer, desistente e bipolar”: encontro on-line com 4h de duração ministrado por Claudia Mayer, doutora em Estudos Literários e Culturais pela PPGI/UFSC. O curso visa fomentar a crítica ao trabalho como instituição, abordando a compreensão de que a necessidade de trabalhar é uma alavanca social que mobiliza corpes dissidentes a suspender-se a fim de tornar possível a manutenção da vida.

Valeu por fortalecer o nosso corre. Defenda sua quebrada!

[Livraria] Sarita Livros, Ponta Grossa – PR

Talvez você tenha percebido alguma movimentação nesse começo de 2023 nas redes sociais da Monstro dos Mares. Estamos compartilhando o espaço físico com algumas iniciativas editoriais e criativas na cidade de Ponta Grossa e agora é possível comprar no site da Monstro dos Mares e retirar na lojinha da Sarita Livros.

Sim, algumas pessoas da Monstro dos Mares fazem parte da Sarita Livros, mas na pedida do possível, serão iniciativas absolutamente distintas em seus objetivos e atividades, tal como nas questões formais e burocráticas envolvidas em cada uma dessas atividades.

No segundo sábado de cada mês estaremos presentes na feirinha da Sarita Livros e você pode retirar suas encomendas, trocar ideias com outras pessoas, conhecer o espaço e compartilhar práticas com a comunidade que está se formando em torno desse espaço na cidade.

Para quem está em Ponta Grossa e Região dos Campos Gerais, ou ainda, quem pretende nos visitar pessoalmente pode realizar encomendas no site da Monstro dos Mares com antecedência e combinar a entrega durante o encontro.

Sarita Livros, Ponta Grossa, PR.

A Sarita Livros é um ponto de encontro para tornar as publicações possíveis, no sentido mais amplo de compreensão do livro em seus diversos formatos, suportes e métodos de criação. O espaço compartilhado com editoras artesanais, independentes, cartoneras e artistas gráficos faz mais do que impressos. Uma célula criativa para expressar saberes, aspirações, abstrações, sentidos e consciências através de zines, livros artesanais, livros independentes em formato físico ou digital, pôster, cartazes, cartões postais e outras possibilidades.

No andar superior de um sobrado de esquina próximo ao centro da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, fica o espaço compartilhado da Sarita Livros, numa área construída de 132m². Temos espaço para uma loja com expositores de livros para atendimento com hora marcada, área de impressão com duas impressoras Epson Workforce Pro e um duplicador digital Ricoh DX-2330. Em outra sala mantemos uma bancada para montagem de livros com equipamentos que atendem diversas técnicas de encadernação e finalização de impressos. Uma peça exclusivamente para gestão de estoque, romaneio e expedição; um ateliê de experiências em costura e atividades artesanais com uma máquina de costura reta e uma ultralock; o espaço ainda conta com um quarto para receber as amizades, cozinha, área de serviço e mais um discreto quintalzinho.

Sarita Livros
Rua Balduíno Taques, 1556, Altos
Órfãs
Ponta Grossa – PR
CEP 84015-255

saritalivros.com.br

Fortaleça a migração da Monstro dos Mares para um novo espaço

De tempos em tempos, cada uma de nós realiza os próprios ciclos migratórios e aceita a mudança em nossos corpos, ideias, espaços e epistemologias. A Editora Monstro dos Mares decidiu realizar um festival de frutificação de publicações da estação e celebrar o novo espaço com uma campanha de financiamento coletivo.

Nosso novo espaço permite que a Editora Monstro dos Mares se torne um ponto de encontro, um lugar onde as amizades podem conviver e construir ideias, projetos, atividades e publicações que possibilitem proliferar as desobediências. Em nosso novo endereço, temos espaço para uma lojinha, acomodamos nossas três impressoras [Espertirina Martins, Marsha P. Johnson e Ricota DX-2330], a bancada para montagem dos livros, estoque, romaneio e expedição, acomodação para hospedagem temporária de pessoas em viagem ou visita, uma pequena cozinha e um quintalzinho para deixar as bicicletas ou promover eventos diminutos.

Estamos migrando da sala da casa da abobrinha e baderna, com cerca de 19m² para um local com mais de 100m², onde esperamos que um novo capítulo da editora seja escrito junto das novidades que estão acontecendo na Monstro dos Mares: marca nova, site novo, espaço de criação, produção e convivência coletiva. Tudo isso, não apenas para nossa editora, mas para compartilhar com monas, minas e manos que somam e fortalecem.

Fortaleça a campanha de financiamento coletivo “Migração de Outono” da Monstro dos Mares!

Podcast: Manifestos Cypherpunks no Muvuca Hack Festival

Neste episódio do podcast, o organizador da coleção Tecnopolítica, Leo Foletto (jornalista, pesquisador e editor do BaixaCultura) e Baderna James (editor e livreiro na Monstro dos Mares) participaram neste dia 20 de Novembro do terceiro dia de encontros do Muvuca Hack Festival, um evento on-line sobre tecnologia, cultura hacker e conhecimento livre organizado pelo Hackerspace MateHackers, sediado em Porto Alegre.

A conversa rolou num clima de descontração, e foram apresentadas as publicações que deram início à difusão impressa dos textos do BaixaCultura: o primeiro título da coleção sobre tecnopolítica “A ideologia Californiana“, publicada pela editora Monstro dos Mares, e também sobre o livro “A cultura é livre“, que Leo Foletto escreveu e publicou pela Autonomia Literária (com prefácio de Gilberto Gil). Logo mais, o papo introduziu os principais conceitos do livro “Manifestos Cypherpunks“, como surgiram os textos, como foram compilados nessa edição e a trajetória da campanha de financiamento coletivo que viabilizou a impressão e distribuição de 567 exemplares do livro.

Decidimos apresentar a conversa em formato de áudio para as pessoas que preferem apenas ouvir enquanto fazem outras coisas. Acreditamos que o podcast é um ótimo formato para difusão e compartilhamento de ideias através de boas conversas. A editora não tem nenhuma preocupação com a periodicidade ou temática do seu podcast e novos conteúdos surgem na medida do possível. Você pode acompanhar pelo seu agregador favorito através de nossa página no Anchor.fm ou baixar os episódios em MP3 aqui no blog.

O Muvuca Hack Festival tem uma ampla programação com diversas atividades sobre tecnologia, cultura hacker e conhecimento livre. O evento apresenta uma variedade de temas como educação, cultura de software livre, dados abertos, robótica, desenvolvimento, anonimato/criptografia e lançamento de livro. Um dos destaques é que nessa edição 50% das atividades serão ministradas por mulheres. As inscrições são gratuitas, todas as atividades são online e você confere toda a programação no site do Muvuca Hack Festival: muvuca.matehackers.org

Ouvir o podcast


Assistir ao lançamento


Começa hoje a XI Feira Anarquista de São Paulo

No mês de Novembro costumamos fazer uma correria danada para estar presente na Feira de São Paulo. É lá que as pessoas se encontram, compartilham ideias, fortalecem vínculos, descobrem iniciativas, promovem conversas, fazem arte, trocam saberes e mantêm acesa a chama. Antes da pandemia, nosso bonde editorial preparava a viagem para SP desde muito cedo. Um rolê de comprar passagem, encontrar lugar pra ficar, escolher os títulos para levar, rodar centenas de impressões, enviar caixas de livros pela transportadora, viajar e voltar.

Como você já sabe, em 2020 não teve feira pois a pandemia não permitiu. Mas em 2021 a Biblioteca Terra Livre, CCS-SP, e NELCA organizaram uma edição com seis dias de atividades online no YouTube. A programação vai de 8 até 13 de Novembro e você acompanha todas as informações no site da XI Feira Anarquista de São Paulo, que contará com apresentações musicais, atividades culturais, mesas de debates, contação de histórias, aulas de Yoga e rodas de conversa, entre outras atividades.

Os coletivos, grupos, editoras e artistas que costumam expor material no Tendal da Lapa receberão a visita e o carinho das amizades em seus espaços de divulgação on-line. Neste ano de 2021 participam: Biblioteca Terra Livre, CAFI, Centro de Cultura Social, Intermezzo, Entremares, Faísca Publicações, Monstro dos Mares, Eleuterio (Chile), Barricada de Livros (Portugal), Terra sem Amos, Edições Tormenta e No Gods No Masters.

Acesse: feiranarquistasp.wordpress.com

Dádiva: para compartilhar livros e leituras

Quando a Monstro dos Mares surgiu como editora numa noite fria de inverno, lá pelo misterioso ano de 2013, um de nossos objetivos era vender parte dos materiais para viabilizar a distribuição de outros. Desde a primeira experiência editorial em 14 de Junho de 2012 em nossa “Casa Pirata“, um centro social/cultural autônomo que durou pouco tempo e deixou muita saudade, no lançamento do “Leviatã de Papel“, já com o nome de Editora Artesanal Monstro dos Mares e no calor dos protestos de Junho de 2013, fizemos muitas impressões para distribuir na pequena cidade de Cachoeira do Sul (RS), onde tudo começou. Também conseguimos enviar exemplares impressos para diversas amizades e tornar essa prática uma gostosa forma de existir e permanecer. E assim seguimos.

Em 2017, a Monstro dos Mares recebeu novo fôlego: a querida editora-geral abobrinha se somou ao projeto da editora e tornou possível fazer mais livros, zines, banquinhas, boas conversas e, consequentemente, uma maior distribuição gratuita de materiais impressos de diversos coletivos e iniciativas editoriais. Aos poucos, as publicações da própria Monstro foram surgindo, conhecemos mais pessoas e realizamos muitas trocas, descobrindo espaços e conectando pessoas. Mais e mais livros e zines para todo canto.

Desde então, o bonde cresceu. Nos anos de 2018 e 2019 recebemos várias pessoas, criamos um conselho editorial, abrimos uma Rede de Apoio no Catarse, feiras, eventos, congressos e diversos pacotes de livros pra lá e pra cá. Desde os preparativos para o I Colóquio Anarquismo e Pesquisa, que aconteceu em Novembro de 2018 na UFSC, decidimos criar um registro de quantos livros e zines foram distribuídos gratuitamente naquele ano. 123 livros e 102 zines. Foi um susto quando percebemos que, ao anotar em um caderno simples essas quantidades, era muito mais do que imaginávamos. Porque é um livrinho pra um, um zine pra outra, envia um pacotinho para alguma biblioteca e assim chegamos a 821 livros e 1.211 zines no ano de 2020.

Com tantos números, decidimos lançar uma página em nosso website chamada “Numerologia”, onde era mantido o registro mensal de muitos dados gerados por nossa atividade editorial: livros impressos, livros distribuídos gratuitamente, zines impressos, zines distribuídos gratuitamente, quantidade de impressões, geração de energia solar, todos com os dados mensais e parciais do ano, total por ano e total geral. Com o tempo, gerar e acompanhar tantos números se tornou uma tarefa complexa, principalmente pelo fato de mantermos o apontamento de todos esses dados manualmente no cadernão. Em Abril de 2021, a página parou de receber atualizações para dar espaço a algo diferente.

Queremos conhecer mais pessoas, coletivos, organizações, bandos e bandas. Não se trata somente de fazermos livros para distribuir gratuitamente, mas de fortalecer espaços, pesquisas e bibliotecas. Nesse momento de pandemia, não temos a possibilidade de visitar os territórios onde as atividades acontecem. Este é um período no qual trocamos conversas e experiências principalmente em nossos canais e grupos no telegram, redes sociais e pelo bom e velho e-mail.

Nosso amigo Mauricio Knup, que faz parte da Rede de Apoio da editora, é a partir de agora a pessoa que faz a interface entre grupos, coletivos, bibliotecas, singularidades, sindicatos, federações e movimentos sociais que desejam receber livros da Monstro dos Mares. Queremos conhecer os espaços, trocar ideias, sabermos como podemos ajudar a fortalecer as atividades e programar uma visita para quando o pandemônio acabar.

Se você participa de alguma iniciativa anárquica, anarquista ou inspirada pelo anarquismo, por favor, acesse o site da Dádiva (https://dadiva.monstrodosmares.com.br) e confira as informações sobre a distribuição gratuita de livros e zines. Queremos estar em contato, estabelecer vínculos e fortalecer a solidariedade entre nossas iniciativas.

Último dia para fortalecer a campanha “Manifestos Cypherpunks” no Catarse

Publicar um livro envolve decisões difíceis para todas as pessoas que fazem parte do processo, seja autoras e autores, organizadores, editores, diagramação, capa, papel, fonte. São tantas dúvidas que pedimos ajuda para não ter de fazer as escolhas difíceis isolades numa ilha. Depois de muita conversa sobre como colocar o material na rua, optamos pelo financiamento coletivo, tal como a Monstro dos Mares fez nos lançamentos de 2021. O objetivo principal da campanha é cobrir os custos de registro/formalização do livro, como ISBN e Ficha Catalográfica, e também os custos de impressão de uma tiragem inicial com cerca de 100~150 exemplares. Papel, tinta, folhas de capa, manutenção/depreciação de impressoras e equipamentos de finalização compõem esses custos.

Diante da dificuldade de conquistar os recursos necessários para rodar a primeira tiragem do livro, lançamos mão de utilizar o Catarse como ferramenta para chegar em mais pessoas e fortalecer o livro. Apesar das altas taxas (13%) e da demora de 10 dias úteis para a transferência dos recursos, concordamos que apoiar o lançamento de um livro é diferente de uma pré-venda, que poderia ser facilmente operacionalizada em nossa loja virtual. O financiamento coletivo aproxima pessoas que podem apoiar das pessoas que querem fazer algo. Por isso acreditamos que essa modalidade é importante, pois ela torna cada mona, mina ou mano que apoiou o lançamento do livro em participante do livro. Essa é uma relação duradoura, um vínculo que motiva e torna o ato de publicar ainda mais especial.

Hoje estamos no último dia da campanha de financiamento coletivo que, juntamente às amizades do BaixaCultura, nos surpreendeu pela adesão e participação de diversos coletivos que mobilizaram suas redes para divulgar o livro e tornar essa publicação possível. Queremos agradecer a cada pessoa que compartilha ideias ou links e convidar aquelas que puderem a fazer parte dessa publicação e colocar seu nome na lista de pessoas que transformaram o lançamento deste livro na maior campanha de financiamento coletivo que já fizemos, que será nossa maior tiragem inicial de livros — cerca de 400 exemplares.

Ainda dá tempo. =)

Conheça o livro

“Manifestos Cypherpunks” é a segunda publicação da coleção “Tecnopolítica”, coordenada pelo BaixaCultura (laboratório online de cultura livre & contracultura digital) e a Editora Monstro dos Mares (divulgação acadêmica anárquica). Depois do lançamento de “A ideologia Californiana”, texto seminal da crítica ao neoliberalismo tecnocrático do Vale do Silício feito em 1995 por Richard Barbrook e Andy Cameron, o segundo volume da coleção reúne alguns dos primeiros alertas contra a vigilância massiva na era da internet. São textos escritos na época que a rede mundial dos computadores ainda engatinhava, entre o final dos anos 1980 até meados dos 1990, por pessoas que conheciam a fundo alguns aspectos dos aparatos técnicos que faziam funcionar a rede e queriam nos fazer ficar atentos a eles.

Para apoiar o lançamento do livro acesse: https://www.catarse.me/manifestoscypherpunks

Nossa Rede de Apoio em Fevereiro de 2021

Rede de Apoio é o nome que damos para o grupo de pessoas que colaboram com a existência e continuidade das atividades da editora Monstro dos Mares. Nossa casa publicadora só é capaz de permanecer com a ajuda mensal dessa gente que bota fé no que fazemos – distribuir livros e zines – e todos os meses utilizamos este espaço para compartilhar um pouquinho sobre o que fizemos e agradecer esse apoio, que é muito importante para nosso projeto editorial.

Em Fevereiro de 2021, fizemos reuniões e contatos com as pessoas que enviaram materiais para publicação. Conseguimos colocar novos títulos na pista e preparar novidades para as próximas semanas. Chegaram conteúdos originais, artigos já publicados que foram transformados em zines e materiais que foram pesquisados especialmente para distribuição nas recompensas da Rede de Apoio ou para compor o catálogo de nossa lojinha.

Recebemos o contato de Lucio Lambert que, juntamente com algumas amizades e com o financiamento direto da Rede de Apoio, vai poder distribuir muitos exemplares da cartilha “Adubos e Biofertilizantes de baixo custo“. Serão 150 exemplares distribuídos pelo autor, editora e Rede de Apoio e mais 100 exemplares financiados e distribuídos por entidades, parcerias e amizades do autor.

Confira o vídeo onde a abobrinha (editora geral) apresenta os materiais das recompensas de Fevereiro:

Sua participação é fundamental

Com contribuições a partir de 1 real no PicPay e de 5 reais no Catarse, você pode ajudar as atividades de divulgação acadêmica da Monstro dos Mares. Os recursos serão utilizados para cobrir os custos necessários com papel, tinta, manutenção dos equipamentos e impressão de livros e fanzines que são enviados gratuitamente para várias recantos do país, além de parte das tarifas dos Correios. Esses materiais fortalecem espaços sociais e comunitários, ativistas, militantes, organizações e individualidades.

Amizades que apoiaram a editora em Fevereiro de 2021:

  • Lorenzo;
  • Karina Goto;
  • Camila;
  • Marcelo;
  • Viviane Kelly Silva;
  • Gabriel Jung do Amaral;
  • Mayumi Horibe;
  • Victor Hugo de Oliveira;
  • Ste;
  • Talles Azigon;
  • Márcio Massula;
  • Angela Natel;
  • Contribuições Anônimas
  • Pedro Augusto Papini;
  • Nicolas H Mosko;
  • Vitor Gomes da Silva;
  • Bruna Lima Sanyana;
  • Marcelo Mathias Lima;
  • Andressa França Arellano;
  • Lupi;
  • Zé;
  • Vitória
  • Felipe Brunieri;
  • Leo Foletto;
  • Claudia Mayer;
  • Igor;
  • Fyb C;
  • Ian Fernandez;

A Editora Monstro dos Mares precisa da sua ajuda para continuar, contribua com
a Rede de Apoio no Catarse ou PicPay e receba materiais impressos em sua casa. 🖨️

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