Começa hoje a XI Feira Anarquista de São Paulo

No mês de Novembro costumamos fazer uma correria danada para estar presente na Feira de São Paulo. É lá que as pessoas se encontram, compartilham ideias, fortalecem vínculos, descobrem iniciativas, promovem conversas, fazem arte, trocam saberes e mantêm acesa a chama. Antes da pandemia, nosso bonde editorial preparava a viagem para SP desde muito cedo. Um rolê de comprar passagem, encontrar lugar pra ficar, escolher os títulos para levar, rodar centenas de impressões, enviar caixas de livros pela transportadora, viajar e voltar.

Como você já sabe, em 2020 não teve feira pois a pandemia não permitiu. Mas em 2021 a Biblioteca Terra Livre, CCS-SP, e NELCA organizaram uma edição com seis dias de atividades online no YouTube. A programação vai de 8 até 13 de Novembro e você acompanha todas as informações no site da XI Feira Anarquista de São Paulo, que contará com apresentações musicais, atividades culturais, mesas de debates, contação de histórias, aulas de Yoga e rodas de conversa, entre outras atividades.

Os coletivos, grupos, editoras e artistas que costumam expor material no Tendal da Lapa receberão a visita e o carinho das amizades em seus espaços de divulgação on-line. Neste ano de 2021 participam: Biblioteca Terra Livre, CAFI, Centro de Cultura Social, Intermezzo, Entremares, Faísca Publicações, Monstro dos Mares, Eleuterio (Chile), Barricada de Livros (Portugal), Terra sem Amos, Edições Tormenta e No Gods No Masters.

Acesse: feiranarquistasp.wordpress.com

Calendário de Novembro

A Editora Artesanal Monstro dos Mares + AntiEditora Editora Libertária, estarão presentes em diversos eventos no mês de Novembro, graças a boa vontade das pessoas que participam deste coletivo publicador em se deslocar por aí e/ou ajudar com doações para custear viagens e impressões de mais e mais exemplares.

– dia 10, Feira do Livro Anarquista de São Paulo
– de 11 a 13, Colóquio Internacional Ciência e Anarquismo da USP
– dias 14, 15, 16 e 17, Aldeia Caiana, Vera Cruz, RS
– dias 15, 16 e 17, IV Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre
– dia 15, Festival Eu Quero é Rock II, Cachoeira do Sul, RS
– dia 16, Lançamento e conversa sobre O ANARQUISMO E SUAS ASPIRAÇÕES, Porto Alegre, RS
– dia 24, Vandalismo Cultural, Pindamonhangaba, SP (http://vai.la/3gi8)

Pedidos, encomendas, doações e informações por inbox ou através do e-mail [email protected]

Calendário de Novembro

A Editora Artesanal Monstro dos Mares + AntiEditora Editora Libertária, estarão presentes em diversos eventos no mês de Novembro, graças a boa vontade das pessoas que participam deste coletivo publicador em se deslocar por aí e/ou ajudar com doações para custear viagens e impressões de mais e mais exemplares.

– dia 10, Feira do Livro Anarquista de São Paulo
– de 11 a 13, Colóquio Internacional Ciência e Anarquismo da USP
– dias 14, 15, 16 e 17, Aldeia Caiana, Vera Cruz, RS
– dias 15, 16 e 17, IV Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre
– dia 15, Festival Eu Quero é Rock II, Cachoeira do Sul, RS
– dia 16, Lançamento e conversa sobre O ANARQUISMO E SUAS ASPIRAÇÕES, Porto Alegre, RS
– dia 24, Vandalismo Cultural, Pindamonhangaba, SP (http://vai.la/3gi8)

Pedidos, encomendas, doações e informações por inbox ou através do e-mail [email protected]

Dulcinéia Catadora: O fazer do livro como estética relacional

Por Livia Azevedo Lima* em trecho publicado em Akademia Cartonera

Dulcinéia Catadora é um coletivo formado por artistas plásticos, catadores e filhos de catadores que produz livros com capas de papelão, pintadas à mão, e, além disso, realiza oficinas, instalações, ocupações de espaços culturais, como bibliotecas, e intervenções urbanas.

O projeto derivou do coletivo Eloísa Cartonera, criado em março de 2003 pelo artista plástico Javier Barilaro e pelo escritor Washington Cucurto, em Buenos Aires, Argentina. Com intensa atividade editorial, o grupo argentino possui um catálogo com mais de 100 títulos, entre autores novos e consagrados. Conquistou reconhecimento artístico e social, cuja expressão pode residir no convite para participar da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006, com curadoria de Lisete Lagnado, com título derivado da obra de Roland Barthes “Como viver junto”. Durante a Bienal, formou-se um atelier em funcionamento permanente. Ao grupo argentino somou-se a participação de catadores, filhos de catadores e artistas brasileiros, com mediação da artista plástica paulista Lúcia Rosa, que já trabalhava com material reciclado. A partir deste contato, e do envolvimento e trabalho de Lúcia Rosa, formou-se o projeto-irmão, Dulcinéia Catadora, que começou a funcionar no Brasil a partir de 2007.

O nome Dulcinéia Catadora é uma homenagem à catadora Dulcinéia, mas também é o nome da personagem feminina do livro “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes. O papelão usado na confecção dos livros é comprado da cooperativa Coopamare por R$1,00 o quilo, valor cinco vezes maior do que o praticado usualmente para efeito de reciclagem. Os livros são feitos com miolo fotocopiado em papel reciclado; encadernação simples, grampeada ou costurada; colados na capa de papelão pintada à mão com guache. A diagramação é feita pelos artistas e escritores e a seleção dos textos, por um conselho editorial formado por escritores que colaboram com o projeto e se alternam neste trabalho, como Carlos Pessoa Rosa, Rodrigo Ciriaco, Flávio Amoreira e Douglas Diegues, este último também colaborou para o coletivo Eloísa Cartonera e fundou, em 2007, a cartonera Yiyi Jambo, no Paraguai.

A seleção dos textos leva em consideração não apenas a qualidade literária e o conteúdo, como também o caráter sociopolítico, priorizando aqueles que atentem para as minorias sociais. Os autores cedem os textos, mediante autorização escrita e recebem, em contrapartida simbólica, cinco livros de sua autoria. Todos os livros podem ser traduzidos para o espanhol e divulgados por outras células do projeto na América Latina, (são elas): Animita Cartonera (Chile), Eloísa Cartonera (Argentina), Felicita Cartonera (Paraguai), Kurupí Cartonera (Bolívia), Mandrágora Cartonera (Bolívia), Nicotina Cartonera (Bolívia), Santa Muerte Cartonera (México), Sarita Cartonera (Peru), Textos de Cartón (Argentina), Yerba Mala Cartonera (Bolívia), Yiyi Jambo (Paraguai) e La Cartonera (México).

Essa rede de projetos pares que se formou na América Latina é um caminho alternativo ao mercado de arte e ao mercado editorial. O escritor que não conseguia se inserir em uma grande editora, agora tem a possibilidade de ser editado e o seu texto poderá circular por diversos países. Da mesma forma os catadores e os filhos de catadores que participam da oficina se abrem para novas possibilidades profissionais e desenvolvem seu potencial artístico. A soma desses esforços orientados para um objetivo comum, apesar de cada projeto possuir suas especificidades, denota, politicamente, a busca por autonomia e, esteticamente, a realização de um trabalho artístico que está focado no resultado das trocas entre os indivíduos que o produzem. As atividades do atelier geram renda, mas, sobretudo, promovem a autoestima e o intercâmbio de experiências entre pessoas com origens e repertórios diversos, que ali se encontram, em um espaço aberto, para o exercício do prazer de criar.

Livia Azevedo Lima cursa o terceiro ano da graduação em Comunicação Social com ênfase em Produção Editorial e Multimeios na Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, Brasil. Escreve ficção e trabalha como estagiária de pesquisa no Núcleo de Documentação e Pesquisa do Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo.

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