Olá Compas! Neste mês de Agosto de 2019 (passou rapidinho né?) realizamos a migração de plataforma de nosso website, saímos de uma ferramenta proprietária e estamos com o WordPress, uma ferramenta Open Source e adicionamos o complemento Woocommerce
para realizar vendas online. Não foi um processo fácil, pois
particularmente penso que o ambiente de vendas e conteúdo no mesmo não é
uma boa ideia. Vou me permitir estar errado.
Mas outras plataformas ou são mais pesadas como Magento2 ou não possuem todos os complementos necessários e integrações com meios de pagamento como OpenCart e Prestashop.
Instalei todas as alternativas que encontrei e a melhor opção foi essa.
Já que o novo site seria em WP, fiz a importação do conteúdo do blog no
Milharal e confesso que ainda não estou seguro com essa decisão.
Mas estamos aí! Site novo, vida nova!
Estivemos na Escola Frei Doroteu
e no curso de Letras Inglês da UEPG conversando sobre a produção de
fanzines, mercado editorial brasileiro, resistência anticapitalista,
faça-você-mesma e alternativas de autopublicação. Foram experiências bem
bacanas e pudemos distribuir bastante material para estudantes do
ensino médio e da licenciatura.
Números do mês de Agosto de 2019:
Total de impressões: 11.918
Livros impressos: 156
Livros doados: 32
Zines impressos: 363
Zines doados: 186
Agradecimento rede de apoio, mês de Agosto de 2019:
No dia 23 de Agosto a Editora Monstro dos Mares
esteve na Escola Estadual Doroteu de Pádua em Ponta Grossa (PR)
atendendo o convite da Professora Daniela. No primeiro momento com a
Turma 1ºC conversamos sobre as características, formas, semelhanças e
diferenças entre Cordel, Fanzine, Publicações Independentes,
Faça-Você-Mesma e o “Grande Mercado Editorial Brasileiro”. Depois foram
apresentados formatos como A6, A5, A4, cores e texturas de papéis
(Sulfite, Sulfite colorido, Color Plus, Color Set, Kraft e Vergê), bem
como alguns itens da nossa coleção como zines com capa em Stencil da Prensa Antifa, minizines da Tytyvivyllus Publicações, Quarto Ambiente e o “Rabisco” de Diego Gerlach pela Ugra Press.
Também conversamos sobre métodos de acabamento, costura japonesa,
borboleta, grampo. Foi apresentado o zine costurado chamado “Intrépida
(Tinder Edition) da @steeerica
e zines costurados da Editora Subta. Falamos brevemente sobre as
questões de custos de produção, diferenças entre folha e página. Foi
supimpa.
No segundo momento do encontro com a turma, passamos para a oficina.
Formato do caderno, separação de blocos, aplicação da capa, grampo e
opções de finalização. Toda a turma levou para casa os materiais
desenvolvidos pelo professor Professor Lúcio Ambrosio Hupalo e Estudantes de General Carneiro
no Paraná, através do fanzine “Considerações sobre o passo da Galinha”,
os livros “Histórias do CEPAN” e “História das Comunidades de General
Carneiro”. E os zines do Professor Aristides Leo Pardo, “Páginas
amarelas e negras: o escravo e o pobre nos classificados de jornais dos
fins do império e do nascer republicano (1870 – 1930)”, “A navegação
fluvial no Rio Iguaçu e o ensino da história local”, “De Tocós a São
Pedro: do antigo caminho das tropas ao desenvolvimento de Porto União
(SC)” e “A escola e seu entorno como ferramentas de ensino da história
local: o caso do Colégio Estadual Túlio de França”.
Cada estudante que participou da atividade levou para casa as
publicações montadas na atividade, além da doação de alguns exemplares
disponibilizados para consulta na biblioteca da escola. Somando cerca de
1.200 impressões, 50 zines e 10 livros. Todos os custos de impressão,
deslocamento e preparação dos materiais foram cobertos pela generosidade
das pessoas que colaboram mensalmente com pequenos valores em nossa Rede de Apoio no Catarse.
Professora, professor, leve a Mostro para a sala de aula.
Durante alguns anos estivemos presentes na rede de blogs dissidentes Milharal (milharal.org). Esse recanto acolhedor do ciberespaço nos ofereceu guarida e com carinho hospedou nosso blog e muitos outros que seguem por lá. Recentemente tivemos que migrar a estrutura do website da Editora Monstro dos Mares e optamos por realizar a importação do conteúdo no Milharal para o novo endereço. Por isso decidimos escrever essa cartinha. 😉
É fundamental que existam serviços gratuitos para que coletivos e
singularidades possam publicar notícias e informações sobre sua
organização, disponibilizar conteúdos e divulgar eventos. Nesses tempos
estranhos onde aparentemente toda a ideia de internet que a maioria das
pessoas tem está concentrada em produtos de grandes corporações.
Portanto fazer sua própria mídia, de forma autônoma e independente do
Facebook é muito mais do que uma alternativa, mas uma necessidade para
quem busca uma contestação ao que está posto.
Apropriar-se da tecnologia é antes de qualquer coisa, apropriar-se da essência
da tecnologia. Fazer com as próprias mãos, no bom e velhos espírito
punk do faça-você-mesma é mais significativo do que a adoção de uma
ferramenta da moda. Esticar os braços, compreender as possibilidades e
as necessidades é o primeiro passo para ir na direção da pergunta como fazer. Com isso convocamos:
É hora de gerarmos mais conteúdo sobre as questões que movem
nossos coletivos, grupos, federações, sindicatos, bandos e bandas.
Precisamos comunicar nossas necessidades e as reflexões sobre o nosso
tempo;
Para contornar um evidente bloqueio de nossas formas de
comunicação convém diversificar as formas de disseminação dos conteúdos
públicos e refinar os protocolos de acesso às comunicações seguras,
prezando pelo anonimato e sem intermediários. Não há motivos para
divulgar notícias, eventos e conteúdos somente no Facebook ou WhatsApp.
Criar um blog pode ser um bom começo;
Algumas questões não
precisam ser ditas nem mesmo se você considerar que o meio é seguro. Não
há meio seguro, existem meios menos vulneráveis;
Inserir a
cultura de segurança em seu coletivo é uma boa prática desejável e item
fundamental para destinar alguns minutos nos pontos de pauta de
encontros e reuniões. Ver a metodologia de Segurança de Pés Descalços (spd.libertar.org);
Muito
mais do que sermos envolvidos pelas questões que emergem e borbulham em
cada semana, é interessante considerar fortalecer os vínculos que temos
entre nós e compas. Criar espaços de convivência, diálogo, estudo e
práticas de solidariedade entre grupos e comunidades;
Desenvolver
estratégias de manutenção dos espaços coletivos, criar possibilidades
que possam fortalecer os recursos do grupo. Criar uma rede de pessoas
dispostas em apoiar mensalmente as atividades, banquinha de zines, uma
editora artesanal, camisetas, eco-bags, pães, distribuição de produtos
orgânicos por assinatura, rango vegano, enfim. Existe uma infinidade
práticas para viabilizar recursos para despesas operacionais, manutenção
de espaços, necessidades jurídicas, fundos de apoio à compas com
doenças crônicas, fortalecer comunidades, etc.;
Fortalecer e
disseminar nossa cultura, acolher as pessoas que se chegam, realizar
eventos, grupos de estudos, apresentações musicais, cineclube,
bicicletas e festivais e possibilitem encontros entre nossos movimentos e
comunidades (ver A-fund https://afund.antirep.net/pt/);
Inserir
novos passos e revisitar essa lista sempre que possível. Não recorrer à
formulas prontas, mas contar com o apoio e solidariedade de compas que
já estão no rolê, investigar, descobrir e analisar novos e velhos
pontos.
O Milharal hospeda mais de 200 blogs de iniciativas coletivas e singularidades que se movem na atuação social, militância e reflexões sobre o nosso tempo. Nessa grande lista (https://milharal.org/indice/) você pode acompanhar o que nossas amizades, monas, minas e manos estão fazendo e pensando para criar transformações sociais imersivas e com pluralidade de táticas de nossos movimentos.
Envolva-se, mobilize e fortaleça. Milharal, muito obrigado.
Entre os meses de Abril e Julho de 2019 nos movimentamos para buscar recursos capazes de construir boa distribuição gratuita do exemplar impresso do livro “O mal-estar do dominante”. Um título que consideramos de muita relevância ao catálogo da Monstro dos Mares por abarcar em sua proposta aspectos que fazemos questão de elencar ainda que brevemente.
Método: a autora busca em sua metodologia ouvir (e
estudar) a voz de personagens que por muitas vezes nos escapam aos
sentidos, ficando sua interpretação restrita à generalização apressada e
ao senso comum. O homem branco, cis, hétero é o objeto desse estudo que
busca compreender as origens de sua falta de empatia.
Forma: É raro, não, raríssimo entrarmos em contato
com um “ensaio enquanto tese”. Não é comum, nem sempre é aceito, muitas
vezes se perdem na origem. A universidade tem seus ritos e nem sempre é
possível romper com as formas do estabelecido. A autora nos
apresenta o ensaio em primeira pessoa que deu origem à sua tese, que
mesmo não sendo aceito entre os muros do conhecimento dominante, foi
recebido nesta editora de braços abertos e fazemos muito gosto de sua
ampla divulgação.
Em momentos tão difíceis de nossa sociedade, onde o preconceito, o
patriarcado, a falta de amor e empatia causam estragos praticamente
irreversíveis nas relações entre as pessoas, esse livro traz unidade,
senso de cooperação e amor por tudo que acreditamos e por tudo que
fazemos para combater as pequenas e as grandes opressões cotidianas.
Esse livro só foi possível graças à colaboração e solidariedade de
pessoas que voluntariamente contribuíram no Catarse com recursos
financeiros, transformando o projeto em realidade. Agradecemos
imensamente as colaborações de:
Adail Sobral
Barbara Iansa de Lima Barroso
Bêh Arsênio
Camilo Skrok
Carolina Fernandes
Clara Silveira
Claudia Mayer
Cristina Zanella
Emily Vasconcellos
Fabiane Lettnin
Janaina WH
Leonardo Morales Ferreira
Lucas Alves
Luci Mari Leite Jorge
Patrícia dos Santos Quintana
Rafael Kimura
Régis Garcia
Rochele Souza Barbosa
Tiago Jaime Machado
Trober
Apoiadores e apoiadoras que optaram pelo anonimato
Estamos felizes e orgulhosos de imprimir, cortar, grampear, empacotar
e carregar o material pra lá e pra cá. No ano de 2019 decidimos viajar
mais, circular mais com os livros e se você quiser recomendar eventos,
estamos disponíveis para congressos, encontros, colóquios, seminários,
shows e feiras.
Estamos na batalha para conquistar uma nova impressora, mais perigosa que a capa da revista Veja! Precisamos da sua ajuda, alegria e colaboração para atravessar os novos tempos. Queremos continuar fazendo muitos livros e zines. De Agosto de 2017 até o mês de Junho de 2019, fizemos mais de 200.000 impressões. Queremos fazer muito mais.
O próximo passo da Monstro dos Mares é intensificar o envio de materiais gratuitos para bibliotecas comunitárias, coletivos, movimentos sociais, grupos e círculos de estudos e singularidades identificadas ou interessadas em pesquisar os princípios e práticas anarquistas, anárquicas e de epistemologias dissidentes. Nossa editora está disposta a divulgar trabalhos impressos que podem contribuir à formação de pessoas interessadas em um modo de compreensão de mundo autônomo, libertário, não-binário e anárquico.
Para isso, pedimos sua colaboração na divulgação de nossa campanha “por uma impressora incendiária” no Catarse (http://catarse.me/impressoraincendiaria). Com o novo equipamento e o apoio de monas, minas e manos, vamos enviar muitos materiais com destino aos diversos recantos do país para fortalecer nossas culturas e resistências.
A campanha é na modalidade tudo ou nada (se não atingir o objetivo, o Catarse devolve a grana) e vai até o início do mês de Setembro. Agradecemos o seu carinho! =)
Somente com a contribuição mensal de compas que fazem parte da Rede de Apoio da Monstro dos Mares no Catarse
que nosso bonde editorial pode seguir navegando nas águas da
publicação. Não é a tarefa mais simples manter a editora, existir e
fazer mais. Por isso temos muito à agradecer as pessoas que acreditam e
confiam na atividade de colocar tinta no papel e distribuir.
“O mundo tem abundância suficiente
para satisfazer as necessidades de todas as pessoas. A escassez é uma
ilusão perigosa que funciona como uma profecia que serve a si mesma.
Quando as pessoas param de dar e começam a acumular, a riqueza coletiva
diminui. Ao superarmos o medo da escassez, a própria escassez
desaparece. Os recursos comuns serão fartos se todas as pessoas
compartilharem e contribuírem – ou mesmo se a maioria delas fizer isso.
As pessoas gostam de ser ativas, criar e melhorar as coisas. Se elas
tem acesso assegurado aos recursos comuns e abrirem mão da pobreza do
trabalho assalariado, elas criarão com sobra as coisas que precisam e
que lhes dão prazer – assim como a infraestrutura necessária para fazer
e distribuir essas coisas.”
O desejo para os próximos tempos é não depender da venda dos livros tão diretamente e fortalecer a Rede de Apoio
para que a editora possa seguir existindo. Para imprimir materiais e
fazer o envio gratuito aos movimentos de diversos recantos do Brasil.
Fechar e despachar caixas para compas, por isso seguimos com a chamada à colaboração.
Para quem já faz parte da rede no Catarse, neste mês de Julho teremos uma recompensa muito especial, o lançamento “Da Democracia à Liberdade” de Crimethinc. com a colaboração de No Gods No Masters, Facção Fictícia e Editora Subta. Valeuzão mesmo! Segue os agradecimentos conjuntos dos meses de Junho e Julho de 2019:
Willian Aust
Manu Quadros
Lucas Soares
Cid Vale Ferreira
Andrei Cerentini
Gabriela Catunda Peres
Luiz Alberto Barreto Leite
Daniela de Souza Pritsch
Aline Anarelli de Araújo
Guapo Magon
Colaborações anônimas
Atualmente estamos com apoios mensais suficientes para o envio de cerca de 4kg de livros e zines que são distribuídos entre as pessoas e coletivos solicitam material conosco. Se você tiver interesse em indicar espaços sociais, bibliotecas comunitárias e coletivos de inspiração anárquica ou anarquista para enviarmos materiais, por favor, envie um e-mail para trocarmos contatos e formas minimamente seguras de envio dos endereços e referências de quem poderá receber o material. Nosso e-mail: monstrodosmares[a]riseup.net
A Editora Monstro dos Mares precisa da sua ajuda para continuar, contribua com a Rede de Apoio no Catarse ou PicPay e receba materiais impressos em sua casa. 🖨️
Duzentas mil, é impressão pra chuchu! Queremos comemorar e compartilhar com vocês esses números. Criamos um hotsite com essas estatísticas onde você poderá acompanhar mensalmente a atualização de nosso DataMonstro. Um caderno onde realizamos as anotações de quantos livros e zines foram impressos no mês, tal como as quantidades de materiais doados.
Ao hotsite demos o nome de Numerologia, é possível acompanhar quantas impressões já foram realizadas, total de livros e zines impressos, quantidade de litros de tinta utilizados e o histórico mensal desde a criação do DataMonstro no final de 2018.
A importância de jogar tinta no papel é uma tarefa que nosso coletivo editorial se propõe, sabemos da importância dos conteúdos impressos circulando de mão em mão entre compas anarquistas, singularidades anárquicas, pessoas que realizam pesquisas acadêmicas, movimentos sociais, coletivos, bandos e bandas. Queremos seguir com esse rolê por mais tempo, mesmo diante do colapso que se avizinha cada dia mais.
Neste momento em que livros e editoras independentes atravessam um amplo processo de gourmetização, as editoras anárquicas e anarquistas se colocam como alternativas de baixo e baixíssimo custo para pessoas que ainda preferem o livro barato, acessível e fundamentado na cultura do faça-você-mesma e na ampla utilização de softwares livres.
Alcançamos o número de 200.000 impressões com a ajuda e a
disposição de muitas pessoas que fizeram parte deste coletivo
publicador, com a colaboração daquelas que foram se chegando e com o
fundamental apoio das pessoas que curtem nossos materiais, compartilham
nas redes sociais, recomendam para outras pessoas, que fazem compras
quando possível e aquelas que fortalecem nossa Rede de Apoio financeiro no Catarse.
É com o carinho pelos livros e a forte convicção de que ao fazer edições anárquicas que passam longe das prateleiras de grandes redes de livrarias é uma forma de ação direta, uma ferramenta de luta contra o capitalismo, a colonialidade e o patriarcado em todas as suas expressões. E que por isso, pode e deve ser reproduzida para ler em qualquer lugar, discutir em grupo, promover oficinas, citações acadêmicas, rodas de conversas e fazer impressões para fortalecer o seu rolê anarquista / banquinha de zines / coletivo.
Independente de sua corrente, tendência ou espectro de atuação anárquica ou anarquista, a Monstro dos Mares está posicionada ao lado de quem luta pelos que vem de baixo, pelas pessoas que resistem contra a Hidra de Lerna do grande capital e em conjunto com todas monas, minas e manos que fazem a luta social em todos os espaços.
Com isso convidamos as singularidades e coletividades para se somarem em nosso esforço de publicação. Utilizarem nossos materiais para criarem suas próprias editoras e distros, para fortalecerem suas atuações e compartilharem a cultura do faça-você-mesma. Seja ao solicitar o envio gratuito de livros e zines para suas iniciativas, seja comprando materiais conosco quando possível, realizando a divulgação de nossos títulos ou mesmo apoiando financeiramente para que nossa editora possa seguir existindo.
A Editora Monstro dos Mares precisa da sua ajuda para continuar, contribua com a Rede de Apoio no Catarse ou PicPay e receba materiais impressos em sua casa. 🖨️
Já faz algum tempo a MonstrodosMares realiza um
apanhado das quantidades de livros e zines impressos no mês e a
proporção de materiais impressos distribuídos gratuitamente. Mas desde o
final de Abril algumas coisas acontecerem e esse post será para falar
sobre isso além de apresentar os números do mês.
Com a palavra, nosso editor:
Sabemos que saúde é uma parada importante. Mas, nem sempre ela é
prioridade em nossas vidas por diversos motivos. Geralmente é o rolo
compressor do capital que esmaga nossos dias: seja para ter que
trabalhar mais, manter horários, arrumar um
bico extra para complementar a grana, pegar mais aulas, correr atrás de
algo que você acha que precisa ou simplesmente não fazer nada por falta
de grana. Esse foi o caso para colocar os cuidados com a minha visão de
lado. Utilizo óculos desde os 14 anos e no mẽs de Novembro perdi meus
óculos. Eu já sabia que havia um
histórico de propensão ao glaucoma na família, eu já sabia que devia
fazer exames, mas eu também sabia que eram caros e que eu não teria
grana pra isso.
Estive no SUS em Dezembro, consultei com o Clínico Geral onde
solicitei encaminhamento ao atendimento especializado, o que nunca se
concretizou por diversos motivos. Ignorei essa urgência e segui tocando o barco,
fazendo livros, mudando de cidade, pensando nos próximos títulos, etc.
Sem perceber comecei a ampliar os textos para ler no computador e uma
forte dor nos olhos e na cabeça começaram a acompanhar minhas manhãs.
Eram sinais de alerta que eu continuei ignorando.
Quando o zoom no computador estava em 300%, as dores nos olhos, uma mancha embaçada na visão e um humor terrível haviam me dominado recebi ajuda e aconselhamento da companheira e de um
amigo editor. Estava insustentável. Meu amigo emprestou a grana para
consultar e saí de lá em pleno desespero. R$1.400,00 em exames, mais
R$1.300,00 nos óculos. Eu não tinha essa grana e não sabia o que fazer.
Falei com algumas pessoas que poderiam me ajudar e uma delas propôs de fazer uma vaquinha na internet.
Eu não queria aquilo, seja por orgulho, seja por medo de que daria tudo
errado, não queria me expôr. Mas não havia outra alternativa e também
havia alguma urgência. Para minha surpresa, muitas pessoas se somaram e fizemos uma Vakinha Linda!
Agora estou finalizando a bateria de exames e terei uma nova consulta
em breve. O que eu sei até o momento é que tenho uma escavação profunda
no nervo ótico do lado direito e catarata nos dois olhos. Mas quero
agradecer cada pessoa que enviou mensagem pra mim, compartilhou os
links, mandou aquele axé/oração e quem abriu a gaita e fortaleceu a
solidariedade. Super obrigado mesmo, nem sei como agradecer. Sei sim, vou seguir fazendo o que eu escolhi fazer da vida e imprimir mais material grátis!
Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, cuidar da lojinha na
internet, publicar nas redes sociais e produzir livros se tornou quase
impossível. Por isso no mês de Maio contei bastante com o material em estoque e fiz pouquíssimas impressões. Mas dar um tempo também é legal, principalmente se for para cuidar um pouco mais saúde. Portanto cuidem-se, contem com as demais pessoas, peça ajuda!
“Minha pedra é ametista / Minha cor, o amarelo / Mas sou sincero / Necessito ir urgente ao dentista”
BOSCO, JOÃO. Bijuterias.
Desde o mês de Setembro de 2017 a Editora Monstro dos Mares vem contando com a ajuda dos astros para conhecer a vida útil de sua única impressora, todo mês a máquina cospe um relatório com o número total de suas impressões, status do cabeçote de impressão e outras características. Esses dados são úteis para além de conhecer o desempenho do equipamento, gerar manutenções e saber como estamos indo.
No mês de Outubro de 2018 começar a contar a quantidade de livros e zines produzidos e também aqueles materiais que são repassados sem custos para singularidades, coletivos e bibliotecas comunitárias. E em Abril de 2019 decidimos começar a consolidar esses números numa página em nosso servidor web. Até então foram:
196.120 impressões;
9 litros de tinta;
1.611 livros;
2.169 zines.
No recorte do mês de Abril temos os seguintes números:
Impressões gerais: 7.673
Livros impressos: 175
Livros doados: 70
Zines impressos: 123
Zines doados: 106
Entendemos que utilizar essa numerologia é uma forma de apresentar para nossas amizades da Rede de Apoio e pessoas interessadas em nossa atividade editorial o quanto a Monstro dos Mares se movimenta, como estamos produzindo e ter a dimensão do quanto nosso rolê está empenhado em realizar a divulgação acadêmica e anárquica que nos propomos.