Editoras anarquistas que mantêm vivo o espírito libertário na Colômbia

“Você tem todo o direito de copiar este livro total ou parcialmente, imprimir e distribuir por qualquer meio. Esse conteúdo não é protegido por nenhum monopólio cultural ou direito comercial; ao curso da história os livros são e serão gratuitos. Ninguém vai te culpar ou prender por distribuir ou realizar cópias; pelo contrário, ficaremos muito agradecidos se você fizer isso. O conhecimento se distribui livremente.”

Ao abrir um livro, raramente é possível se deparar com essa afirmação, não restritiva – como regra geral –, mas permissiva. Essa tem sido a premissa sob a qual acadêmicos, poetas, estudantes e militantes anarquistas publicam, de forma independente, distribuem os textos próprios e outros. Essas editoras fazem isso criando outros formatos, que visam uma produção com mais tiragem, diferente dos panfletos e fanzines publicados há mais de 20 anos em universidades e outros espaços libertários.

Alguns livreiros identificam a origem dessas editoras anarquistas na Feira do Livro Independente e Autogerenciada (FLIA, que começou em Buenos Aires, Argentina) que, a partir de 2010, mudou-se para Bogotá. Desde a primeira edição, os visitantes do evento literário começaram a se familiarizar com uma produção diferente, clandestina e artesanal, que incentiva a produção doméstica dos livros. Uma dessas pessoas foi Fabián Serrano, membro da editora Imprenta Comunera, da cidade Bucaramanga. “O bom de ter uma editora independente é que escapamos da imposição de autores renomados e personalidades para focamos apenas nos personagens que consideramos importantes“, diz Fabián, que juntamente com outros dois colegas, lançou oito publicações em apenas cinco meses.

Eles, como seus colegas de outras editoras, não estão preocupados em ter lucro, mas em espalhar seus pensamentos e ideias para o maior público possível. É por isso que o tempo todo eles resgatam conteúdos de anarquistas conhecidos, mas que não são publicados em grandes editoras ou editoras comerciais, como é o caso da obra de Emma Goldman, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta, Uri Gordon, Henry David Thoreau e de personalidades com um lado libertário pouco conhecido, como Oscar Wilde ou Noam Chomsky. Para essas reedições, é mais complicado conseguir o texto para publicá-lo, por haver poucas cópias existentes; geralmente, os autores dessa corrente independente divulgam seus trabalhos sem restrições. “Sentimos que, quando criamos algo, isso não nos pertence mais, de modo que as pessoas assumem e se reconhecem neles, e isso é maravilhoso“, explica Iván Darío Álvarez, escritor, pensador anarquista e bonequeiro, fundador do teatro La libélula Dorada.

Pie de Monte é uma das editoras que faz esses resgates, mas que também quer apostar em novos escritores. Atualmente, a editora trabalha com textos de amigos e conhecidos, mas seu objetivo é que, mais tarde, mais pessoas sejam encorajadas a publicar seus trabalhos autorais. “Fizemos isso porque a ideia é que as pessoas saiam da dinâmica do mercado editorial e dos blogs e que resgatem a tarefa do livreiro e das livrarias. Isso sim, a única coisa que não tem discussão é que quem publica conosco deve deixar livres os direitos da obra“, comenta Santiago Lopez, membro da editora.

A conjuntura é outro fator importante nas reedições ou escritos originais: muitos textos são publicados em um determinado momento para demonstrar que as ideias anarquistas de várias décadas atrás ainda são válidas. Foi o caso da última publicação da El Rey Desnudo, a editora de Iván Darío e do poeta Juan Manuel Roca, USA nación de lunáticos, uma compilação de fragmentos de um ensaio que o escritor Henry Miller fez após o fracasso americano no Vietnã, um texto que foi lançado como uma crítica ao atual mandato de Donald Trump.

Embora os livros sejam o formato preferido para editoras anarquistas, brochuras, diários e jornais não são renegados. El Aguijón, uma editora criada dentro da Universidade Nacional de Medellín, em 2006, lançou uma seleção de contos e está preparando um novo volume. Porém, ocasionalmente eles tiram o jornal El Aguijón – Klavando la duda, para o qual recebem apoios financeiros que permitem dar continuidade em outros projetos. Você pode baixar os exemplares gratuitamente na página da editora.

O dinheiro investido é recuperado na maior parte das vezes, mas para reduzir custos ou acelerar o processo é comum alguns editores unirem forças. Rojinegro e Gato Negro reuniram textos como Estratégia e tática na prática anarquista, de Errico Malatesta, e Anarquismo e poder popular: teoria e prática sul-americanas, uma compilação de teorias e opiniões sobre anarquismo e poder popular. O número de cópias varia e, assim como alguns títulos chegam a 300 cópias, outros saem com apenas 30 exemplares.

Devido ao desconhecimento sobre os autores ou preconceitos que existem em relação ao anarquismo, poucos são os lugares onde é possível encontrar essas publicações em suas prateleiras. Em Bogotá, os mais comuns são La Valija de Fuego, Rojinegro, La Libélula Dorada, Luvina, El Dinosaurio, Árbol de Tinta e La Mandriguera del Conejo. Oscar Vargas, um dos fundadores da Gato Negro, diz que tentaram alcançar outros espaços, mas que não deu muito certo. “Isso foi difícil, porque em várias livrarias eles querem cobrar entre 30% e 40% do preço de capa, e buscam ter lucro por algo que nós não compartilhamos na mesma lógica. Somente alguns foram capazes de entender a proposta”, explica Óscar.

As publicações de Gato Negro. Foto cedida por Oscar Vargas.

Mas nem a clandestinidade, nem o baixo orçamento, foram impedimentos para alcançar outras partes do mundo. Por meio de conhecidos ou trocas por quilos, os editores colombianos levaram textos para Argentina, Chile, Equador, México, Peru, Uruguai, Brasil e Espanha. Os livros recebidos do exterior são vendidos para recuperar o dinheiro investido ou, como no caso da Rojinegro, são utilizados no Centro de Documentação Ácrata, uma espaço que fica nas suas instalações e que qualquer pessoa pode consultar o acervo ou fazer cópias.

Os preços baixos são a chave para alcançar mais pessoas: a maioria dos livros é vendida entre sete mil e quinze mil pesos, aproximadamente. (Nota do tradutor: O que equivale a um valor entre 10 e 20 reais) “Vimos que em feiras e eventos independentes, os metaleiros ou punks sacrificam parte da grana da birita porque estão interessados no que fazemos. É uma mentira que na Colômbia as pessoas não gostam de ler; elas não leem porque os livros aqui são muito caros”, explica Fabián.

Foto cedida por Oscar Vargas.

As editoras libertárias da Colômbia precisam ser mais divulgadas, mas seus editores estão satisfeitos com a situação atual e com o fato de que cada vez mais pessoas querem escapar da realidade do mercado e são incentivadas a publicar ou piratear o trabalho de autores que incomodam a outras editoras, ou mesmo ao estado. Essa aceitação vem aumentando e recentemente, por exemplo, uma tradução do livro de Iván Darío Álvarez e Juan Manuel Roca, Dicionário anarquista de emergência, começou a ser distribuído na França.

Para Roca, esse é um sinal da inconformidade latente que persiste na humanidade. “Anarquismo é como Drácula, que em todos os filmes eles o matam, mas em cada final ele acorda e está mais vivo do que os vivos. Há quantos anos eles decretam a sua morte e vemos que diversos movimentos de jovens e aqueles que não fazem parte de um partido se mobilizam de maneira tão vigorosa e sem limitações”, diz ele.


Por Andrés J. López, publicado em Cartel Urbano no dia 10 de Março de 2017.
Versão para o português por Baderna James.

Numerologia de Junho de 2020 💐💣

Está complicado olhar os números do Brasil e da pandemia de Covid-19. São mais de 60.000 pessoas que morreram devido ao vírus. Em diversas cidades do interior os números aumentaram assustadoramente e, infelizmente, em todas as notícias estão presentes a desinformação, o descaso e a omissão. Somente a imediata renúncia ou impeachment do presidente não são a solução, mas seria um bom começo.

Em Junho de 2020 aconteceram muitas coisas: chegada de novos títulos, colaborações, equipamentos. Estamos buscando formas de lidar com a pandemia e enfrentar a ansiedade, os medos e alguma frustração por não conseguir fazer tudo aquilo gostaríamos. Mas a pergunta é: quem está conseguindo lidar numa boa com tudo isso que está acontecendo? Todo dia tem uma nuvem de gafanhotos, um ciclone bomba, cobras voadoras, uma sala de espera virtual, entre outras pragas. Realmente não está sendo fácil! 🎶🕶 ️

Neste mês que passou, a Editora Monstro dos Mares completou 8 anos de atividade. Por algum tempo, tivemos cerca de um ou dois lançamentos por ano. Desde a chegada de nossa Editora Geral abobrinha, em 2017, nosso bonde editorial vem se transformando profundamente. Monas, minas e manos se somaram e hoje são 10 pessoas que fazem a seleção de materiais, traduções, revisões e outras atividades. No grupo do telegram da editora é possível acompanhar algumas dessas tarefas acontecendo, entre outras conversas bem animadas.

Na 2ª edição do “Chá da tarde”, abobrinha tirou dúvidas das pessoas que nos acompanham no Instagram sobre as questões do cotidiano da editora, próximos lançamentos e também deu uma série de dicas sobre “como montar uma editora”, que deu origem a um excelente artigo que recomendamos a todas as pessoas que desejam criar a própria publicadora de livros e zines em casa.


Espertirina Martins

Na Sexta-feira, dia 5, nossa nova impressora chegou. É uma Epson WorkForce Pro WF-C5710, que recebeu o nome de “ESPERTIRINA”, em memória e celebração da luta da jovem Espertirina Martins, que com suas mãos fez história ao enfrentar o inimigo. Inclusive o mestre GOG e o Ateneu Libertário “A Batalha da Várzea” de Porto Alegre também fazem homenagem à militante anarquista do início do século XX. A impressora é muito valente e nesse primeiro mês já demonstrou suas qualidades realizando mais de 20.000 impressões sem mostrar qualquer dificuldade ou problemas. E esperamos que continue assim por um bom tempo!


Numerologia de Junho de 2020

  • Impressões de Junho de 2020: 20.750
  • Livros impressos: 305
  • Livros distribuição gratuita: 33
  • Zines impressos: 394
  • Zines distribuição gratuita: 123

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Rede de Apoio: Junho de 2020

A Rede de Apoio é uma iniciativa importante para manter qualquer iniciativa seguindo em frente. Bandos, bandas, coletivos, bibliotecas comunitárias, movimentos sociais entre outras coletividades dependem da mobilização e participação de pessoas. Existem várias formas de colaborar e fortalecer uma iniciativa que você considera importante: fazer recomendações para as amizades, compartilhar conteúdos, contribuir com ideias, somar-se a atividades presenciais e remotas, participar de cursos e oficinas, contribuir financeiramente, entrando com doações, divulgando vaquinhas e financiamento coletivos, distribuindo livros e zines na sua região, etc.

Algumas coletividades ainda não possuem formas de apoio recorrente e talvez esse seja um momento importante para você ajudar contribuindo para mobilizar pessoas e fazer um financiamento recorrente para fortalecer uma causa, um grupo ou uma atividade. Ofereça ajuda! Muitas pessoas têm restrições para falar sobre as dificuldades de recursos para seus coletivos e não se sentem confortáveis em pedir.

As pessoas que compõem a Rede de Apoio do coletivo dão aquela força importante para que a atuação, mobilização e transformação continuem acontecendo. Depois de 8 anos fazendo livros e zines de forma absolutamente artesanal, com o objetivo de fazer com que os livros cheguem na mão de mais e mais pessoas, nós da Editora Monstro do Mares decidimos que nossa jornada requer mais fôlego para sobreviver, seguir existindo e se envolver em novas publicações com mais profundidade. Por isso queremos agradecer as pessoas que nos ajudam todos os meses no Catarse ou no PicPay Assinaturas. Obrigado mesmo!

Rede de apoio: agradecimentos de Junho de 2020

  • Mayumi Horibe
  • Hugo Leonardo dos Santos Tavares
  • Lua Clara Jacira
  • Lucas Piteco
  • Leonardo Feltrin Foletto
  • Viviane Kelly Silva
  • Ricardo Mayer
  • Fernando Silva e Silva
  • Willian Aust
  • José Vandério Cirqueira
  • Mauricio Marin Eidelman
  • Adriano Gatti Mesquita Cavalcanti
  • Andressa França Arellano
  • Anna Karina
  • Karine Tressler
  • Andrei Cerentini
  • José Antônio de Castro Cavalcanti
  • Eduardo Salazar Miranda da Conceição Mattos
  • Contribuições anônimas

Faça parte de nossa Rede de Apoio no Catarse ou Picpay Assinaturas e ajude a manter nosso bonde editorial em atividade. 📗📕📙📚

[Áudio] Entrevista com Juliano Gonçalves da Silva na FM Cultura sobre o lançamento do livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente”

O pesquisador Juliano Gonçalves da Silva participou do programa Cultura na Mesa, da FM Cultura 107.7 de Porto Alegre. Na entrevista, o autor falou sobre sua experiência com comunidades indígenas na adolescência, o processo de pesquisa para o desenvolvimento da dissertação de mestrado que deu origem ao livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente” e sobre a representação de povos indígenas e ameríndios no cinema brasileiro e sul-americano.

Confira a entrevista:

Ocupa GP Aurora: uma ocupação em quadrinhos

Hoje, dia 15/06, Jonas Josè de Albuquerque Barros, estudante e dirigente do Grêmio estudantil do Ginásio Pernambucano, assassinado no dia 1º de abril de 1964 pelo exército brasileiro, completaria 74 anos. A preservação da sua memória é fundamental para a organização e luta dos e das estudantes neste momento, em que o autoritarismo militarista nos ameaça com palavras e ações que seguem a experiência do fascismo histórico.

Por isso, o Grupo de Ação e Pesquisa das Ocupações Escolares (GAPOE) decidiu realizar nesta data importante o lançamento deste registro histórico inédito, produzido por estudantes e apoiadora(e)s que participaram da ocupação do Ginásio Pernambucano Aurora, ocorrida em 2016, no contexto da luta contra a aprovação da PEC do Teto dos Gastos e do sucateamento geral da educação pública.

O material trata dos acontecimentos de 2016, que levaram a uma onda de ocupações escolares e universitárias em várias cidades do país. São revelados detalhes da preparação da ocupação, bem como os princípios e práticas políticas presentes durante sua breve, mas importante existência. O zine destaca a luta das mulheres contra a opressão de gênero dentro da ocupação, na conquista da igualdade e rotatividade das tarefas. Por fim, é feita uma breve análise da situação política, que apesar de desatualizada em relação a atual pandemia, se mantêm importante em muitos aspectos. O zine termina com um chamado à organização estudantil e popular, baseada nos princípios e práticas vivenciadas na ocupação.

Informações via @ocupagpaurora no Instagram

[Áudio] 11 de Junho – Solidariedade com todas as presas anarquistas

Salve companheiras de todas as partes do mundo, aqui falamos da Editora Monstro dos Mares desde o Brasil. As citações do áudio a seguir são do livro “Cartas de Madri e outros escritos de presos anarquistas”, publicado pela Monstro dos Mares. O que trazemos nesta publicação e neste áudio, graças à imensa colaboração da Cruz Negra Anarquista de Almada/Portugal, é uma de nossas ações para rememorarmos que hoje é dia 11 de junho, Dia Internacional de Solidariedade com Marius Mason e Prisioneirxs Anarquistas. Lembrarmos deste dia no calendário é uma maneira de lembrarmos de todas as anarquistas que cumprem penas de prisão em todos os territórios ocupados pelos Estados do mundo.

Este dia é de gerar apoios, inspirar ações de solidariedade para combater o esquecimento e sustentar a memória das lutas anarquistas. Neste momento de pandemia e insurreições mundiais, nossas respostas devem caminhar junto às memórias e ao apoio às anarquistas presas. Inspirem-se em nossas companheiras presas e invoquem suas contribuições e lembranças. Existem muitas maneiras de apoiarmos; procure uma a seu alcance e gere ações em solidariedade com todas as anarquistas sequestradas nos centros de extermínio dos Estados.

Ao trazermos neste áudio um pouco das palavras de presas anarquistas, lançamo-nos no esforço de somar em solidariedade com as pessoas que, mesmo diante da antítese da liberdade, decidem combater para que tenham fim massacres como do Carandiru, Candelária, Carajás, Brumadinho, Mariana, Copa do Mundo, Olimpíadas, Belo Monte, Genocídio do Povo Negro, Genocídio das Nações Indígenas, desamparo, maus tratos e sequestros de Imigrantes e do genocídio assistido da população brasileira vulnerável diante da pandemia do Covid-19!

Todo presx é político.
Não existe ser humano ilegal.
Por um abolicionismo penal possível e urgente!
Viva o dia 11 de Junho!
Abaixo os muros das prisões!

Forte abraço.
Livros e Anarquia.

Segurança Digital: já pensou em fazer Data Detox?

Então você ficou sabendo de um arquivo que circulou pela internet com a exposição de dados de ativistas sociais. Essa prática não é nenhuma novidade, mas o que certamente chamou a atenção dessa vez foi a quantidade de informações vazadas e uma possível ferramenta de coleta de dados (Web Scraping) desenvolvida para realizar essa tarefa.

Em todos os aplicativos de conversas há pessoas interessadas em fortalecer sua segurança digital, em busca de manuais para compartilhar com seus grupos de afinidade, coletivos e movimentos sociais. Estendemos aqui nossa solidariedade a compas que tiveram seus dados expostos. Ainda que nem todas as pessoas tenham se sentido ofendidas ou diretamente atingidas, a situação é grave e todas as medidas tomadas carecem do apoio de cada uma de nós.

A ponta do aicebergue

Infelizmente, um vazamento de dados como esse expõe não apenas a fragilidade que os rastros deixados por nossos dados na internet podem apresentar, como também escancara que essa é somente a ponta do aicebergue de dados que podem ser coletados por operadoras de telefonia, pelo governo déspota brasileiro, forças policiais e de vigilância.

Durante a pandemia, tornou-se evidente que os dados dos aparelhos celulares e de utilização de antenas estão sendo usado para monitorar o comportamento da população. Em uma observação distraída, essa pode parecer uma vantagem da tecnologia. Mas não há nenhum tipo de transparência sobre como esses dados são disponibilizados, quais pessoas têm acesso a essas informações e qual o tratamento dos conteúdos. Chamá-los de “dados consolidados” é uma temeridade.

Outro episódio envolvendo o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) envolve o Auxílio Emergencial, através do qual é distribuído, durante a pandemia do novo coronavírus, o benefício de 600 reais destinados à pessoas mais precarizadas que não estão cadastradas nos programas sociais do governo. Certamente você acompanhou notícias sobre militares, servidores públicos, empresários e pessoas que não atendem aos critérios do benefício, mas o estão recebendo mesmo assim. Enquanto isso, milhares ainda não conseguiram acessar o benefício.

O que aconteceu com a manipulação dos dados? Como é possível uma (des)integração de dados dessa? Houve, inclusive, o lamentável caso de Adeyula Rodrigues, uma jovem de 31 anos, desempregada, que não pode receber o benefício por constar no sistema como Presidente da República. Erros podem acontecer, é natural. Mas esta é uma ilustração do cuidado e préstimo com as informações de milhões de brasileiras e brasileiros.


Data Detox

O Data Detox Kit é um conjunto dicas e metodologias simples que vão ajudar na sua presença on-line.

Data Detox

Você sente que sua vida digital está fugindo do seu controle? Você se deixou instalar aplicativos demais, clicou “Eu concordo” muitas vezes e perdeu as contas de quantas contas e perfis você já criou? Talvez, sua vida digital não esteja tão sob controle quanto você gostaria que estivesse.

Data Detox Kit

Parece difícil saber por onde começar quando se trata de reduzir os rastros que nossos dados deixam por aí e tornar nossas presenças on-line mais seguras. À medida em que os diversos dispositivos se tornam parte de nossas vidas, convém encontrar um equilíbrio e criar um relacionamento mais saudável com a tecnologia.

O Data Detox Kit é um conjunto dicas e metodologias simples que vão ajudar na sua presença on-line. É preciso pensar numa abordagem abrangente, passando pelos diferentes aspectos da vida digital, desde a quantidade de tempo que você gasta no celular, até aos aplicativos que utiliza, e as senhas escolhidas.

O Data Detox Kit foi produzido pela Tactical Tech, com apoio da Mozilla, como um guia passo a passo de oito dias para reduzir os rastros que os seus dados deixam. Sua versão impressa foi traduzida para holandês, francês, alemão, indonésio, norueguês, polonês, português e outros tantos idiomas. Ele ainda pode ser encontrado nos eventos Glass Room, e você também pode solicitar uma cópia em PDF em [email protected], indicando o idioma que precisa, bem como sua ideia de como e onde você gostaria de usá-lo.


Durante o mês de Junho de 2020, a Editora Monstro dos Mares vai distribuir gratuitamente 100 exemplares impressos do Data Detox Kit para pedidos, rede de apoio, bibliotecas comunitárias, coletivos, movimentos sociais e pesquisadoras.

Ei pirata! 🏴‍☠️
Faça parte da Rede de Apoio da editora fazendo uma contribuição mensal:
Catarse assinaturas ou no PicPay assinaturas

Maio de 2020: chegamos a 400.000 impressões de livros e zines 🎏

O ventos sopram e por vezes fazem tudo mudar de direção. Os protestos do final de Maio mostram isso ao mundo. Tudo o que sabemos sobre as formas de atuação durante a pandemia podem se transformar repentinamente, e Junho pode reservar muitas surpresas. É lamentável e assustador que as notícias tragam tantas incertezas e ameaças à saúde e à vida das pessoas: o vírus, a polícia, a omissão do Estado. Esperamos ventos que soprem com mais força, para que o medo possa mudar de lado.

Em Maio parece que aconteceu tudo ao mesmo tempo. Entramos na era das lives, com a participação no evento “Filosofia e Eco-Anarquia em Tempos de Pandemia“, atendendo ao convite das amizades da Casa de Vidro. Também demos início ao “Chá da Tarde“, com nossa editora geral abobrinha. Ainda em Maio encerramos a campanha de financiamento coletivo do livro “O índio no cinema brasileiro e espelho recente”, de nosso amigo e companheiro de luta Juliano Gonçalves da Silva. Fizemos toda a impressão, montagem, finalização e envio dos livros em tempo recorde (você pode acompanhar o processo em nosso Instagram @monstrodosmares) e incluímos em nosso catálogo o livro “Sem lamentações: filosofia, anarquismo e outros ensaios“, que seria lançado logo após o carnaval e, por motivos que você pode imaginar, optamos por lançar sem realizar nenhum evento.


400.000 impressões

Em Agosto de 2017 começamos a manter um breve histórico de nosso volume de impressões. Passamos a registrar a quantidade de livros e zines produzidos e distribuídos gratuitamente. Recentemente começamos a registrar também a geração e consumo de energia solar produzida pela placa fotovoltaica que instalamos na janela no ano passado. Em Maio de 2020 chegamos a 400.000 impressões! Sabemos que esse número representa muita luta, muita atividade e muita solidariedade de monas, minas e manos que acreditam e confiam em nosso projeto editorial. Também estamos de cientes que compartilhar nossos processos e conquistas é fundamental para o registro de nossa trajetória como coletivo e para incentivar o surgimento de outros projetos para fazer as ideias circularem. Com isso, agradecemos o carinho de todas as pessoas que nos apoiam e fazem a Monstro dos Mares continuar. Valeu!


Numerologia de Maio de 2020

  • Impressões de Maio de 2020: 19.872
  • Livros impressos: 168
  • Livros distribuição gratuita: 74
  • Zines impressos: 195
  • Zines distribuição gratuita: 63
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 2.2Kw
  • Total de Kw gerados e consumidos com energia solar em 2020: 8.2Kw
  • Total de impressões desde Janeiro de 2020: 71.889
  • Total de impressões desde Agosto de 2017: 409.323

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Minicurso: O que é antifascismo? (4 videoaulas)

Nosso amigo, o Professor Luiz H. P. Nascimento, preparou um minicurso de quatro videoaulas com reflexões simples sobre “O que é antifascismo?“. Os vídeos trazem panoramas que introduzem as questões e promovem reflexões. As ferramentas de informação como as videoaulas são importantes neste momento em que necessitamos acolher quem está buscando uma identificação com o antifascismo. Sem vaidades ou rancores.

Com a publicação desse minicurso, esperamos contribuir para o surgimento de iniciativas de instrução e educação que promovam as ideias anárquicas e anarquistas para fortalecer compas em todos os recantos. Nosso coletivo editorial surgiu da necessidade de aprender, disseminar informações e trocar com outras editoras.

Agradecemos o carinho e a lembrança do professor Luiz H. P. Nascimento, autor do livro “Pixação: a arte em cima do muro” publicado pela Monstro dos Mares, por ter gravado essas aulas. Obrigadão!

Bom mini-curso à todës.

Rede de apoio: Maio de 2020

Precisamos agradecer as amizades que ajudam a manter nosso projeto editorial em atividade. Sabemos que o momento pede cautela, precaução e responsabilidade. A pandemia trouxe ao mundo diversas transformações no cotidiano e enfatizou as diferenças sociais que o grande capital impõe a toda a humanidade. Nenhuma pessoa está isenta de sua responsabilidade durante a pandemia. Portanto, pedimos que você mantenha a atenção e a solidariedade. É preciso cuidar de si, tomando as medidas de prevenção de contaminação e disseminação do vírus, cuidar de quem está próximo e das pessoas que também sofrem os impactos dessa crise, independentemente da forma.

Neste mês de Maio recebemos o carinho de muitas amizades e estamos muito felizes com isso. Por isso, agradecemos a todas as pessoas que curtem nossas publicações, acompanham nossas redes sociais, enviam mensagens privadas, e-mails, cartas, recomendam nossos materiais para as amizades e, sem dúvida, às pessoas que além de tudo isso ainda podem fazer um pouquinho mais fortalecendo nosso bonde com uma moeda em nossa Rede Apoio no Catarse ou no PicPay. Super obrigado! Seguiremos!

Nossos agradecimentos no mês de Maio de 2020

  • Mayumi Horibe
  • Hugo Leonardo dos Santos Tavares
  • Daniela de Souza Pritsch
  • Camila Silva
  • Vinícius Vieira Dias dos Santos
  • Rodolfo Maia
  • Lupi
  • Leonardo Feltrin Foletto
  • Eduardo Salazar Miranda da Conceição Mattos
  • R.
  • Lorenzo Basso Benevenutti
  • Fernando Silva e Silva
  • Willian Aust
  • José Vandério Cirqueira
  • Mauricio Marin Eidelman
  • Anna Karina
  • Victória Abreu Zanuzzo
  • Karine Tressler
  • Andrei Cerentini
  • Apoios e contribuições anônimas

A Editora Monstro dos Mares precisa da sua ajuda para continuar, contribua com
a Rede de Apoio no Catarse ou PicPay e receba materiais impressos em sua casa. 🖨️

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