Lockdown: novas práticas

Através de decreto municipal, a cidade de Ponta Grossa adotará o lockdown como medida de restrição à circulação de pessoas na tentativa de conter o avanço da pandemia. Com isso, além das medidas às quais aderimos desde os primeiros dias, decidimos introduzir novas práticas a fim de contribuir com a diminuição de circulação de pessoas. Informamos que a partir do dia 18 de Março nossas atividades terão as seguintes modificações por tempo indeterminado:

  • Envios, postagens, coletas postais e serviços dos Correios serão realizados somente às sextas-feiras;
  • Reposições de estoque de materiais de papelaria estão suspensas e as cores de capas dos livros serão adaptadas conforme disponibilidade;
  • Temos papel de impressão para os próximos 30 dias, e o estoque será renovado através de delivery de acordo com a necessidade;
  • Serviços de afiação e manutenção dos equipamentos serão prorrogados, visto que as impressoras estão funcionando bem;
  • Durante a pandemia, estamos passando o chapéu através do Fundo de Emergência.

Entendemos que as novas medidas são simples e que a atividade de fazer livros não é um serviço essencial em relação ao período que vivemos. Por isso, contamos com a compreensão e solidariedade de nossas amizades, ressaltando a importância de, na medida do possível, contribuir para fortalecer campanhas de distribuição de alimentos e itens de prevenção nas comunidades que passam por um momento de forte precarização.

Sem vacina, sem auxílio financeiro emergencial, sem medidas efetivas, temos somente a solidariedade e nossas consciências.

Fora Bolsonaro! Fora Guedes!

Saúde e anarquia.


Sobre cuidados e como estamos todos fodidos caso não façamos grandes mudanças (Peter Gelderloos )

Mensagem de Peter Gelderloos 31 de Dezembro de 2020

Assim, em teoria, é o último dia de 2020, mas não me surpreenderia se descobríssemos algum novo tipo de duplo ano bissexto de merda.

2020 tem sido um ano realmente difícil. A maioria de nós perdeu amigos e companheiros, muitos perderam familiares. Derramamos os nossos corações em iniciativas de sobrevivência expandidas e rebeliões ardentes, mas ainda não foi suficiente. Ainda não vimos o fim de toda a dor acumulada nos nossos círculos. Quero agradecer à dúzia de amizades que tornaram possível que eu sobrevivesse a este ano, sendo atenciosos e atentos. São os anarquistas mais verdadeiros que conheço, alguns dos únicos que realmente compreendem a solidariedade e a ajuda mútua. Mas os agradecimentos são inúteis se não estivermos abertos à mudança.

Refletindo sobre essas amizades, são quase todas mulheres, não brancas e pessoas neuro-atípicas. Peço veementemente a todos que pensem nas pessoas que cuidaram de pessoas em seus círculos (se você é uma delas, dê a si próprio um pouco de amor). Os homens e as pessoas neurotípicas precisam se comprometer com isso. O cuidado é uma habilidade para toda a vida. Ninguém vai aprender isso num só dia. Mas há algo que podemos mudar AGORA e temos de mudar se não quisermos que as nossas (pseudo)comunidades caiam e ardam em trauma, depressão e pobreza no próximo ano.

Para quem você olha como o alicerce da sua comunidade/círculo, aquela pessoa cuja orientação você procura para estabelecer normas sobre como se comunicar, resolver conflitos, lidar com aqueles que sofrem, moldar o espaço social? É melhor que sejam aquelas pessoas em quem pensou (que pertencem ao teu círculo). Devem ser aqueles que todos ouvem enquanto construímos as nossas comunidades/círculos.

Não deveria ser o acadêmico a citar Agamben, o amigo que te ensina a atirar, o que tem contatos em todo o mundo, o babaca que escreve livros, o que faz as melhores festas (a menos que sejam também o que se ocupa das pessoas, já que somos todos multifacetados). Todos esses outros tipos têm algo a oferecer em momentos importantes de luta (exceto as festas, bah humbug!)1 . Mas, na maioria das vezes, é para eles que damos poder para estruturar as nossas comunidades e é por isso que temos cenas produtivistas, militaristas, dogmáticas ou baseadas na popularidade. E estes são completamente incapazes de lidar com estafa (burnout) e traumas, ou de centrar as relações na sobrevivência coletiva, que é a característica que define uma comunidade real.

Uma teoria anarquista do poder reconheceria e valorizaria cada atividade que cria a nossa liberdade e bem-estar, deveria celebrar a experiência daqueles que a têm e encorajar cada um a desenvolver as suas próprias forças.

Em vez disso, exploramos e marginalizamos aquelas de quem mais dependemos para a nossa sobrevivência coletiva. Metade das pessoas com quem se pode contar para o sustento têm estado à beira do suicídio este ano. Quero mandar um sincero foda-se a todos os que não têm pensado nisso (em cuidar) e que continuam a construir as nossas comunidades falhas em torno de todas as lógicas erradas. Vão à merda. Comprometam-se. Se ainda não perceberam que a nossa sobrevivência está em risco, saiam já daqui.

Todo o meu amor para as pessoas que têm carregado todo esse fardo. Sim, todo o meu amor para as pessoas que têm estado na linha da frente, organizando protestos, escrevendo e debatendo. Sabendo, simplesmente, quando brilhar e quando segurar outra pessoa.

Finalmente, do fundo do meu ser, uma maldição imortal para os dois tipos de “camaradas” que, na minha perspectiva, têm sido os mais prejudiciais. Aqueles que ajudam os abusivos, evitam críticas ou consequências, que se fazem de neutros, giram o moinho de rumores porque têm muito medo de falar cara a cara. E, políticos do movimento que impõem suas ideias de classe média do que é possível acima do que as pessoas realmente precisam numa situação potencialmente revolucionária; desde greves de aluguéis a rebeliões anti-polícia. Que sofram uma infelicidade sem fim ou uma autoconsciência aguda dos danos que causaram.

Mas sim, amor para todos os outros.

Por favor, faça com que os seus amigos leiam isto, especialmente os produtivistas ou os legalzões (fadas sensatas da violência e das alianças)

É isto, tchau.


Tradução e revisão: Absort0, Fernando, abobrinha.


  1. Nota: Expressão utilizada pelo personagem Ebenezer Scrooge, de Charles Dickens, que se tornou símbolo de sua rabugice []

Pandemia Covid-19: utilize o auto-isolamento para sua auto-instrução

Já faz seis meses que a Pandemia do Novo Coronavirus chegou ao Brasil e América Latina. É possível que cada uma de nós já tenha desenvolvido estratégias para lidar com o vírus, adotando um protocolo de segurança que atenda minimamente as necessidades mais básicas. Sabemos que, infelizmente, um dos principais sintomas dessa doença é escancarar as diferenças. Por isso, é importante reconhecer que algumas pessoas não conseguem manter os mesmos cuidados por diversos fatores, que são essencialmente sociais. Sabemos que os impactos sanitários, ambientais e sociais desse período modificarão profundamente os modos de viver e existir das próximas gerações.

É importante que cada pessoa apoie, dentro de suas possibilidades, as campanhas de apoio mútuo mobilizadas por diversas iniciativas, que seguem surgindo nesse tempo infeliz de descaso governamental.

Algumas pessoas, ainda que com dificuldades, optaram pelo auto-isolamento. Essa é uma forma de “distanciamento social” que busca evitar a circulação de pessoas e, com isso, reduzir ao máximo as chances de contágio e transmissão do vírus. Sabemos que esse método de prevenção envolve uma série de questões que precisam ser problematizadas AGORA. De que forma e em que condições é possível manter esse isolamento sem ignorar a realidade brasileira?

O objetivo deste texto não é expor as contradições envolvidas nessa escolha, mas reconhecer que, em diferentes modelos, um auto-isolamento é possível, seguro e pode ser solidário. Além disso, de alguma maneira pode ser útil para a auto-instrução e para a promoção de novos conhecimentos.

Você deve ter notado uma oferta imensa de cursos e lives com debates interessantíssimos, grupos de estudos on-line e projetos que recebem a adesão de variados perfis. Nossas amizades também estão promovendo momentos de encontro com artistas, músicos, performances e outras atividades artísticas e de compartilhamento de conhecimentos como nunca havia sido visto.

É bem possível que, se você leu até aqui, muito provavelmente já assistiu algum desses eventos, já recebeu o convite para participar de alguma live, um podcast ou, até mesmo, em algum momento já promoveu seu próprio evento. Por isso podemos ter essa conversa, pois já entendemos que alguma coisa temos em comum.

Auto-isolamento / auto-instrução

Para ampliar nossos conhecimentos e contribuir no desenvolvimento de uma autodefesa legítima contra a ideologia hegemônica do estado, do grande capital e do patriarcado, precisamos de uma programa de educação política capaz de romper com as lógicas de dominação e fazer com que nossas visões de mundo abram um espaço de possibilidade em nossos enfrentamentos cotidianos.

Nós, que nos reconhecemos como pessoas identificadas com políticas radicais e revolucionárias, precisamos construir ferramentas práticas para que nossas ideias e críticas possam emergir das realidades às quaisque estamos condicionadas, especialmente durante a pandemia. É preciso estilhaçar as ideias do senso comum e desenvolver dentro de nós a coragem necessária para que nossas convicções e capacidades de ação possam fortalecer uma resposta autônoma e autogestionária, compartilhando dos princípios e éticas libertários aos problemas impostos pelo Covid-19 ou agravados por ele.

Pensando em tudo isso, seguem abaixo algumas dicas para realizar momentos de leitura no seu dia a dia, só ou com seu bando.

Ideias e sugestões para seu programa de auto-instrução

  • Ler (ou reler) obras de uma autora ou ator do seu interesse, em ordem cronológica;
  • Ler um livro junto com uma amizade e promover encontros on-line para trocar ideias a cada capítulo;
  • Combinar a leitura de um texto literário com textos e teóricos que dialogam com a obra;
  • Fazer uma ampla seleção de documentários e filmes de ficção sobre um tema;
  • Pesquisar artigos acadêmicos, livros, zines e panfletos sobre um tema de seu interesse ou de algo absolutamente novo para você e seu bando. Anticolonialismo, agroecologia libertária, solarpunk, teoria queer, feminismo negro, epicurismo, arrombamento de fechaduras e segurança digital são ótimos exemplos de temas;
  • Transitar entre diferentes escolas e movimentos literários e sociais;
  • Criar uma playlist de músicas que tratam sobre o tema de sua pesquisa e, na sequência, pensar sobre as letras e o contexto social da época de lançamento;
  • Reservar um horário para leitura sem muitas interrupções;
  • Navegar por sites estrangeiros de editoras e livrarias;
  • Acessar a Biblioteca Anarquista Lusófona e conhecer os diversos textos disponíveis;
  • Explorar formatos e gêneros, alternando histórias em quadrinhos, contos, romances, etc;
  • Ler obras de autoras e autores que você sempre considerou impossíveis ou inacessíveis;
  • Fazer um cineclube virtual para assistir filmes e debater com co-residentes e familiares, utilizando recursos de videochamada ou mensagens de texto/áudio;
  • Ler o livro, assistir ao filme e discutir a adaptação;
  • Criar um zine;
  • Organizar sua biblioteca/coleção (vale a pasta de PDF);
  • Compartilhar seus títulos preferidos com suas amizades, para depois organizar leituras em grupo;
  • Crar sua própria estratégia de leitura.

Utilizar o tempo de auto-isolamento como um tempo útil e necessário para que seja possível fortalecer nossas visões de mundo e apontar direções para além do atual estado de coisas. Se manter o isolamento é viável para você, considere fazer um programa de estudos, um plano de zines, livros e capítulos que podem articular respostas para as dúvidas que movimentam suas inquietação e que te fazem perguntar como será possível fazermos, com nossas mãos, um século 21 absolutamente diferente.

Algo novo está em ebulição, bote para ferver!

Solidary Tea

Reflexões: O índio no cinema brasileiro e o espelho recente

Chegamos à última semana da campanha de financiamento coletivo do livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de autoria de Juliano Gonçalves da Silva. Por isso, aproveito este momento para levantar apontamentos para além do texto, pois sabemos que, ao chegarmos à ultima página de uma obra, começamos um novo processo de produção e reflexão sobre o que o livro nos diz e como as contribuições do/a autor/a passam a fazer parte de como nós mesmas pensamos o mundo.

O que a ficção cinematográfica pode produzir, como efeito sobre a realidade, em relação a coletividades e/ou indivíduos (re)constituídos à margem dos grupos hegemônicos de nossa sociedade?

Esse questionamento deve ser central em análises de quaisquer obras que tragam às telas personagens que pretendam representar grupos socialmente marginalizados, já que a constituição do imaginário de uma cultura perpassa todas as nossas relações sociais. Em outras palavras, preconceitos produzidos e reproduzidos na ficção são partes constitutivas dos preconceitos produzidos e reproduzidos pelas pessoas no dia a dia. Ou seja: a vida e a arte são indissociáveis. É preciso trazer à tona essa ligação imanente; é preciso des-velar a tensão ficção vs. realidade continuamente para desmantelar os ciclos de citacionalidade que sustentam as hierarquias entre as pessoas e as culturas e dão justificativa ao injustificável.

É impossível e covarde, a meu ver, desconectar do hoje qualquer esforço de análise ou comentário. Por isso, penso ser relevante situar a publicação deste livro dentro do contexto que vem sendo chamado “Crise do Coronavírus” e seus desdobramentos no Brasil.

O vírus chegou aos territórios supostamente protegidos destinados à manutenção da vida e cultura indígena, e isso se deu sobretudo através da “exploração ilegal” dessas terras. Temos falado de roubo, invasão, grilagem, e também da expropriação fundante do Brasil como nação–a invasão pelos colonizadores europeus. É fato que ao evocar esses termos e fatos históricos acertamos sobre o que move a contenda atual, mas gostaria de atrelar a essas reflexões e críticas que já fazemos duas outras questões que me acometem neste momento.

A primeira é que muitos de nós só pensamos nesses fatos em momentos de inegável comoção coletiva. Há certamente coletividades, instituições e individualidades não-indígenas que fazem da luta indígena sua própria constituição. Mas nós, pessoas brancas, estamos realmente assumindo nossa participação e responsabilidade sobre o binômio indígena/não-indígena enquanto vivemos nossa própria constituição como dependente da sustentação desse binômio? Fazemos parte de uma cultura que re(a)presenta os povos indígenas como atrasados, primitivos, não-civilizados, e essa cultura é parte do que nos faz quem somos sendo brancos. Daí a importância de questionarmos e analisarmos produções culturais, e aqui particularmente a ficção, que fazem parte da criação da narrativa de nós mesmas.

A segunda questão que gostaria de trazer é sobre a impropriedade do termo “exploração ilegal”, que coloco entre aspas justamente por causa de sua fragilidade e intrínseca trapaça. Podemos, efetivamente, classificar como legais e ilegais ações baseadas em um sistema formulado por aqueles que se beneficiam dessa organização de leis em detrimento daqueles sobre os quais as leis se aplicam? Já não foi legal a expropriação das terras dos indígenas que habitam o continente desde quando da chegada dos colonizadores, e não existe a manipulação e o preterimento das leis para que essa expropriação continue hoje, talvez sobre outros nomes? Soa ingênuo para mim, por tudo isso, chamar essas ações de “exploração ilegal” e pensar que as noções de legalidade e ilegalidade já atuam como uma espécie de punição classificatória. Como se isso fosse suficiente, e como se pudéssemos esperar sentadas por algum tipo de “justiça”.

Os questionamentos que apresentei não esgotam, sem dúvida, as possibilidades críticas e de ação que podem emergir da análise da representação de personagens indígenas no cinema brasileiro. O que busco fazer com este texto é um exercício no sentido de amplificar o que podemos perguntar, incentivar a expansão de minha capacidade questionadora. Pois, ao falar sobre um livro que disserta acerca da representação de personagens indígenas, posso, além de questionar a impropriedade ou propriedade dessas representações, questionar também a (im)propriedade das leis, a ficcionalidade das narrativas que me perpassam e constituem, a conexão entre ficção e realidade. Podemos e devemos tomar como determinação pessoal questionar tudo acerca do mundo em que vivemos.

Claudia Mayer
Doutora em Estudos Literários e Culturais
Editora Geral da Editora Monstro dos Mares
Contato: [email protected]

Contribuições com a campanha de financiamento coletivo do livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de Juliano Gonçalves da Silva, podem ser feitas até o dia 11/05, às 23h59min. Estamos muito felizes com o andamento dessa campanha e muito gratas a todas as pessoas que contribuíram e que ainda contribuirão. Logo os livros começarão a ser produzidos e prevemos para o fim deste mês o início dos envios nos Correios.

Apoie o financiamento coletivo do livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente” de Juliano Gonçalves da Silva no Catarse -> http://catarse.me/oindionocinemabrasileiro

[Evento] Filosofia e Eco-Anarquia em Tempos de Pandemia (LIVE), Casa de Vidro, Goiânia, dia 8 de Maio, 19h.

O eco-anarquismo ou anarquia verde é uma filosofia política anarquista com ênfase na questão ambiental. Como outras correntes anarquistas, o eco-anarquismo parte de uma crítica socialista e libertária ao capitalismo e toda forma de autoritarismo. Seu diferencial é abordar a questão ecológica como questão central ao invés de secundária, compreendendo os problemas ecológicos como inseparáveis das questões sociais e por isso igualmente urgentes.

No dia 08 de Maio, sexta-feira, a partir das 19h, A Casa de Vidro (www.acasadevidro.com), em parceria com a Editora Monstro dos Mares (https://monstrodosmares.com.br/) e o Grupo de Estudos em Complexidade, promovem o webdebate “Filosofia e Eco-Anarquia em Tempos de Pandemia” com Janos Biro Marques Leite, Pedro Tabio, Renato Costa e Eduardo Carli de Moraes. Assista ao vivo pelo Canal do Youtube d’A Casa de Vidro: https://youtu.be/yo-jeN2aPtE.

Introdução

Combinando a crítica anarquista ao Estado e ao Capital com uma perspectiva ecocêntrica vinda do veganismo, do primitivismo, da crítica à sociedade industrial ou da ecologia profunda, a filosofia eco-anarquista tem se mostrado uma fonte valiosa de reflexões e provocações para o contínuo desenvolvimento das teorias e práticas anarquistas, desafiando os paradigmas das escolas de pensamento mais tradicionais.

São consideradas como ligadas ao eco-anarquismo as seguintes tendências: o anarco-naturismo (inspirado por Thoreau, Tolstoi e Élisée Reclus), a ecologia social (que não se limita ao movimento iniciado por Bookchin), o anarcoprimitivismo (representado por John Zerzan e os autores da revista Green Anarchy) e o veganarquismo (movimento anarquista e vegano).

O anarcoprimitivismo e o veganarquismo se destacam em tempos de pandemia pela crítica que já faziam há muito tempo à sociedade de massas e à domesticação de animais como fatores da produção de pandemias e novas doenças. (Janos Biro)

Participe! Interaja!

Evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/466994764069513/

Numerologia de Março de 2020🏺

A numerologia de Março carrega consigo a imagem de uma Ânfora Panatenaica, um objeto da arte grega antiga utilizado para guardar o óleo que era entregue como prêmio nas Panateias. A simetria das formas da ânfora nos apresenta mais uma das representações de perfeição do mundo grego. Diferente do assustador desequilíbrio do mundo que estamos presenciando.

No DataMonstro, o caderno onde fazemos os registros dos números de livros e zines que são produzidos mensalmente, passamos a fazer anotações sobre os acontecimentos do mês. Então, além da numerologia de março, temos o registro de algumas visitas e atividades em que estivemos presentes. Neste mês, recebemos a visita de uma acadêmica do curso de Jornalismo da UEPG que está preparando uma matéria sobre a Monstro dos Mares, a visita do professor, escritor, poeta e editor Marco Aurélio de Souza e estivemos presentes no lançamento dos primeiros títulos de 2020 da Olaria Cartoneira.

Alguns acontecimentos também afetaram dramaticamente a numerologia de março. Perdemos o disco rígido do THX1138, nosso computador de produção, e tivemos um reboot terrível em nosso website. Como se não fossem problemas suficientes, sobreveio também a emergência global da Covid-19. Sobre essas questões todas, publicamos um informe chamado “Reboot no site, HD queimado e Pandemia 🦠“. Com tudo isso, a manutenção e a continuidade de nosso projeto editorial ficaram profundamente comprometidas e decidimos criar um “Fundo de Emergência Corona Vírus (Covid-19)“, a fim de garantir recursos financeiros para que possamos continuar distribuindo materiais de inspiração anárquica aos diversos recantos do país. Esperamos que você esteja em casa e que esteja bem.

A impressora M2140 que chegou em Janeiro precisou da substituição da caixa de manutenção em 42.423 impressões. Infelizmente, no Brasil essa peça custa mais de 300 reais. Mas como havíamos feito a importação de um pequeno estoque desse item, deu tudo certo. Segue o vídeo que gravamos na primeira substituição da caixa de manutenção da M2170 (Impressora Incendiária).


Numerologia de Março de 2020

  • Impressões de Março de 2020: 5.244
  • Livros impressos: 156
  • Livros distribuição gratuita: 6
  • Zines impressos: 192
  • Zines distribuição gratuita: 33
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 0.4Kw
  • Total de Kw gerados e consumidos com energia solar em 2020: 5.8Kw
  • Total de impressões desde Janeiro de 2020: 43.325
  • Total de impressões desde Agosto de 2017: 380.759

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Correios e Corona: dicas, pedidos e prazos

Olá amizade! Primeiramente, esperamos que você esteja em casa e que esteja bem. As trabalhadoras e trabalhadores dos Correios não pararam suas atividades (ainda) e a categoria está fazendo o máximo para manter as entregas. Foi criada uma página no site dos Correios com informações sobre o Corona Vírus (Covid-19) e sobre os serviços de correspondência e encomendas.

Conforme os boletins aos clientes sobre o Covid-19, trabalhadores no chamado grupo de risco (incluindo gestantes, lactantes e aquelas pessoas com filhos em idade escolar) estão trabalhando de casa. As estações de trabalho, agências, centros de triagem e de distribuição estão operando com equipes reduzidas e os turnos de limpeza foram intensificados. Serviços de entregas expressas foram suspensos (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Telegramas) e um tempo adicional de 3 dias úteis para os serviços de PAC e SEDEX e de 5 dias para correspondências foi adicionado. Além disso, algumas precauções aos Carteiros foram reforçadas, como evitar contato físico na hora da entrega: com o celular, o profissional faz o registro da entrega sem a necessidade de assinar o recebimento de objetos, entre outras medidas preventivas dos Correios.

Remessas de correios

Seja como for, a Monstro dos Mares segue imprimindo e enviando materiais pelos Correios. Agendamos as coletas para terças e sextas-feiras. Portanto, na terça serão enviados os pedidos de livros e zines realizados entre sexta e segunda, e na sexta serão enviados os pedidos entre terça e quinta-feira. Assim, nosso amigo carteiro (abraço, Heveraldo!) não precisa vir coletar pacotes todos os dias e ficar ainda mais exposto. Agradecemos a gentileza de nossas amizades dos Correios em ofertar a coleta sem custos, valeu mesmo! Os valores dos fretes permanecem sem alterações.

Nossas dicas para o isolamento social

  • Fique em casa

    Se possível, fique em casa. Principalmente se você compartilhar a moradia com grupos de risco;

  • Ajude seu vizinho

    Muitos apertos surgirão para quem tem dificuldades motoras, pessoas com necessidades ou capacidades limitadas, situação de pobreza e vulnerabilidade social. Se puder, fortaleça com alimentos, fraldas, material de limpeza, itens de higiene pessoal, etc. Você sabe o que fazer: somar na solidariedade;

  • Evite inundações

    O excesso de notícias pode aumentar a ansiedade. Não há problema em parar de seguir alguém por um tempo, sair ou silenciar aquele grupo onde a galera só fala bobagem. Dê um tempo pra você;

  • Evite álcool e drogas

    Além de baixar suas defesas imunológicas, a brisa pode consumir recursos importantes para momentos difíceis. Seria bem ruim você sair de casa expondo seus co-habitantes apenas para fazer um corre;

  • Sua criatividade é bem-vinda

    Escreva um zine, afine seu violão, agilize aquela revisão bibliográfica da sua pesquisa, faça traduções para a Agência de Notícias Anarquistas, insira textos na Biblioteca Anarquista Lusófona, selecione o artigo que você escreveu e envie para Monstro dos Mares;

  • E aquela amizade com quem você não fala faz um tempão?

    Envie um e-mail carinhoso, mande um Scrap, combine uma ligação pelo app. Esse período em casa pode ser precioso para fortalecer vínculos;

  • Faça pão

    Você não precisa se preparar para uma guerra, mas será que você precisa fazer compras todos os dias? Aproveite o tempo em casa e faça pão, bolos e biscoitos. Hoje eu sou o padeiro, amanhã é você. Crianças são super bem-vindas nessa tarefa;

  • Cuide da segurança digital

    Nunca temos tempo para fazer um backup. Aproveite para verificar as rotinas de segurança dos dispositivos, introduza a Segurança de Pés Descalços nas referências de proteção da sua máquina, espertofone e do seu coletivo;

Agradecemos o apoio, mensagens carinhosas, palavras de incentivo e contribuições que estamos recebendo.

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