Assinaturas: Catarse ou PicPay?

Assinaturas mensais são muito importantes para manter nosso projeto editorial em funcionamento, pois precisamos de mais colaboração e recursos. Mais pessoas para selecionar textos, fazer traduções, revisões, diagramação, capas, estar em contato com autoras e autores, assumir tarefas de divulgação, colocar o bonde para circular. Atualmente somos nove pessoas que, entre todas essas atividades compartilhadas, ainda contribuem financeiramente para a manutenção do espaço da editora, equipamentos, despesas de correios, comprar papel, tinta e tudo mais.

Em Setembro de 2018 criamos nossa Rede de Apoio no Catarse, uma plataforma que se tornou sinônimo de financiamento coletivo no Brasil e que praticamente dita as regras para quem depende dela para manter seus projetos em funcionamento. Quem quer participar deve concordar em pagar 13% de taxas e aguardar 10 dias úteis para receber os recursos das assinaturas de seus apoiadores. Não há problemas em concordar com esses termos, mas, em 18 meses de experiência na plataforma, percebemos que para seguir em frente é preciso fazer mais. Precisamos de mais papel, mais tinta, uma impressora maior, mais e mais correios. Logicamente, precisamos de mais pessoas, mais colaboração e, consecutivamente, mais recursos.

Faz algumas semanas que estamos conversando com nossas amizades sobre que medidas poderiam ser tomadas, como ampliar as pontas de contato e fortalecer o apoio à nossa atividade de fazer livros artesanais. Uma das ideias foi poder contar com contribuições mensais de R$1. Isso mesmo: um pila. Sabemos que nem todas as pessoas podem contribuir mensalmente com a editora e que muitas pessoas já colaboram em outros projetos bacanas e importantes. Então, decidimos criar um cadastro no PicPay Assinaturas, uma ferramenta de assinaturas com contribuições a partir de 1 real, taxa de operação de 1,99%, liberação do recurso uma vez por mês (como a maioria) e transferência do valor instantânea entre contas digitais ou em até 3 dias úteis para contas normais (TED). Confira o quadro com algumas características, vantagens e desvantagens que destacamos baseados em nossas necessidades. Vejamos:

Catarse Assinaturas
13
%
  • Assinatura mínima: R$ 5
  • Taxa: 13%
  • Liberação em: 30 dias
  • Saque: transf. em 10 dd
Vantagens

Sinônimo de financiamento coletivo no Brasil;

Campanhas simultâneas: pontuais ou recorrentes;

Desvantagens

Taxas

Saque demorado

PicPay Assinaturas
1,99
%
  • Assinatura mínima: R$ 1
  • Taxa: 1,99%
  • Liberação em: 30 dias
  • Saque: trans. imediata ou 3 dd no TED.
Vantagens

Taxas e rapidez no saque;

Cadastro e uso simplificado;

Desvantagem

Somente pelo aplicativo

Não possui widget de assinatura


Assinaturas: Isso não é uma conclusão

Antes de cravar que este é melhor que aquele, é importante pensar que estamos comparando um biscoito a um disco voador: pode haver semelhanças na forma, e, se olharmos à distância, pode ser que fiquemos confusos. Mas, ao aproximá-los, não há como fazer uma análise, principalmente pelo fato de que discos voadores sequer existem.

O Catarse é uma plataforma para realizadoras de projetos criativos e sociais, o PicPay é um meio de pagamento com a funcionalidade de assinaturas. Seria mais honesto comparar o PagSeguro Assinaturas ao PicPay Assinaturas, ou o Catarse ao Apoia-se. Mas entre as escolhas que fazemos, preferimos seguir regando as plantas. Dar água para que o Croton siga colorido, independente do meio de pagamento ou plataforma. O importante é que as pessoas tenham opções para apoiar a tarefa da Monstro dos Mares: produzir e distribuir livros que custem muito pouco. Quem pode fortalecer com um real, fortalece. Quem já utiliza a plataforma de financiamento coletivo para apoiar outros projetos, que não precise criar um novo cadastro em mais alguma ferramenta só para ajudar as amizades.

Queremos que as pessoas possam se sentir confortáveis em ajudar a tarefa da editora, sem que a ferramenta se torne um problema. Podemos não gostar das taxas e do tempo de transferência do Catarse, mas essa é a ferramenta que temos no momento. Há outras tantas, cada uma com suas características e peculiaridades. Mas optamos pelo Catarse por sua abrangência e presença junto às pessoas que estão habituadas com essa modalidade de financiamento. Criamos a conta no PicPay Assinaturas como uma alternativa para quem deseja contribuir com pequenos valores ou para quem acredita que a diferença entre as taxas são significativas ao financiamento das atividades de realizadoras de projetos.

Por favor, considere apoiar nosso coletivo editorial.
Para dar água as plantas, cada gotinha importa!

Ei pirata! 🏴‍☠️
Faça parte da Rede de Apoio da editora fazendo uma contribuição mensal:
Catarse assinaturas ou no PicPay assinaturas

Reboot no site, HD queimado e Pandemia 🦠

Memórias do reboot: Estamos em casa, cheios de ansiedade.

Reboot no disco

Não saber o que fazer dentro de casa é uma questão curiosa. Esse ambiente deveria ser acolhedor, e ficar em casa deveria ser um alento. Mas fiquei perdido e decidi fazer um particionamento no disco rígido do computador de produção da editora, máquina THX1138, do segundo semestre de 2012. Vamos lá: utilitário de discos, partições, redimensionar, OK, reboot: BOOM! — silêncio — Perdi todos os dados do HD. Para minha sorte, 99,98% dos dados estavam presentes na ferramenta de backup online e na unidade de HD externo.

Reboot no site

Curiosamente, na mesma época eu havia solicitado um UPGRADE na conta da Monstro dos Mares no serviço de hospedagem que utilizávamos. Sem muita explicação, ao que tudo indica a conta foi DELETADA e foi criado um novo contrato com as configurações solicitadas para upgrade. Desta vez, o backup era um serviço associado à conta. Como essa conta foi excluída pela UOL Host, todos os nossos dados foram perdidos. Novo reboot. Foram três dias de muitos telefonemas e grande frustração. Ninguém sabia me explicar o que tinha acontecido, tampouco como seria reparado o problema. Até que eu desisti: estava sem disco no computador e sem site. Eu não conseguia mais dormir, nem ficar acordado. Meus olhos estavam cheios de dor.

Dos 202 itens de nossa loja virtual, conseguimos recuperar 175. Assim que possível, todos serão adicionados novamente. Dos 115 artigos do blog, foram recuperados 101. Essa recuperação foi um processo exaustivo. Tivemos que localizar, na Wayback Machine e no Cache dos principais buscadores, todos os produtos e artigos do site, baixar as imagens do Instagram e cadastrar cada item no WordPress mais uma vez, manualmente. Pude contar com abobrinha, ste e vikesl, que usaram parte do tempo de seu isolamento social para colocar o site no ar, agora utilizando outro provedor de serviços. Valeu gurias, sozinho eu não conseguira sobreviver a esse reboot!

Pandemia

Como se isso não fosse suficiente, o Corona Vírus 🦠, que já havia causado milhares de mortes na China, contaminou a Europa e chegou na América Latina afetando nossas vidas. Por muitos anos as consequências do que virá estarão presentes em nosso cotidiano. Entre erros e acertos.

Como a pandemia vai afetar as nossas vidas? Como será o cotidiano de nossas amizades, trabalhadoras e trabalhadores, moradores de rua, parentes? Faz quase uma semana que estamos em casa e já sabemos que este é somente o começo de profundas mudanças. Enquanto somos inundados por notícias e enxurradas de chorume das FakeNews, o oportunismo dos políticos, do governo e do mercado tornarão as condições das pessoas com trabalhos precarizados e daquelas sem trabalho em vidas absolutamente dispensáveis. Inclusive você e eu.

Sabemos que isso vai passar. Causará muitos danos, deixará marcas profundas, muitas perdas. Mas, cedo ou tarde, poderemos sair às ruas e virar a mesa. Suas carreiras políticas estão com os dias contados!

Cheios de fome, jantaram os ricos…

William Shakespeare -sqn

Mas enquanto ainda estamos aqui “achatando a curva”, sabendo que cerca de 52% da população brasileira será contaminada pelo Covid-19 e que isso representa diversas vezes o tamanho da Itália, nossas preocupações se voltam à manutenção da vida: abrigo, alimento, aluguel… Por isso, decidimos abrir um chamado de colaborações ao nosso Fundo de Emergências, um recurso financeiro que a editora mantém para despesas médicas desde o episódio da investigação sobre o glaucoma e catarata nos meus olhos. Esse fundo precisou ser utilizado no final de Dezembro, quando tivemos que comprar uma nova impressora e esse recurso se exauriu.

Fundo de emergência Corona Vírus (Covid-19)

Por isso, pedimos a colaboração e a solidariedade das amizades ao divulgar nossa editora artesanal para monas, minas e manos. E, se você puder, faça uma contribuição de R$ 5 para restabelecer nosso fundo de emergência, pois não sabemos como os eventos vão se desdobrar nas próximas semanas ou meses.

Grato por sua compreensão, contribuição e solidariedade. Dias melhores!

Baderna James
Editor e criador de problemas.

Resenha: O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de Juliano Gonçalves da Silva

o índio no cinema brasileiro

Sobre o autor

Juliano Gonçalves da Silva é Mestre em Multimeios pela Unicamp e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, onde pesquisa a representação de personagens indígenas no cinema latino-americano.


Resenha

Por Claudia Mayer
Doutora em Letras Inglês (PPGI-UFSC)
Estudos Literários e Culturais

Em O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, Juliano aborda a representação de personagens indígenas no cinema ficcional brasileiro, fornecendo de um levantamento dos filmes que apresentam tais personagens. Esse levantamento começa em 1911, quando Juliano identifica o primeiro filme de ficção com personagens indígenas, atravessando as décadas até chegar aos anos 2000.

Para realizar essa inventariação, além de consultar fitas VHS, exibições, e cinematecas, o autor acessa fontes como artigos de jornais, resenhas, cartazes e entrevistas. Assim, é capaz de construir um panorama tão completo quanto possível, incluindo nele filmes perdidos; isto é, dos quais não existem mais cópias. Esse aspecto da obra a torna atraente para quem pesquisa ou estuda as áreas da Antropologia, das Ciências Sociais e do Cinema, e também para o público que se interessa pelo cinema brasileiro e pelo cinema de maneira geral.

Além da significativa contribuição para a conservação da história do nosso cinema, O índio no cinema brasileiro e o espelho recente traz às leitoras e leitores a importante reflexão sobre o impacto cultural das representações ficcionais sobre a existência real dos povos indígenas ao discutir como o cinema ficional produz, reproduz e contraria os estereótipos constituídos acerca dos indígenas, que permeiam o imaginário da cultura brasileira. É por isso que o autor faz uma diferenciação entre os termos “índio” e “indígena”: enquanto o primeiro se refere à imagem ficcional estereotipada, o segundo é utilizado para se referir aos indígenas reais — que, sem sombra de dúvida, têm suas vidas e culturas impactadas pelas imagens veiculadas pela cultura hegemônica.

O livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de Juliano Gonçalves da Silva, está sendo produzido por meio de uma campanha de financiamento coletivo. Essa campanha dará suporte a todo o processo editorial e à distribuição da obra. É importante ressaltar que parte do projeto de financiamento coletivo inclui a distribuição gratuita do livro para bibliotecas comunitárias, coletivos e pesquisadoras acadêmicas e independentes. Com isso, o projeto ultrapassa o alcance individual de cada livro e busca atingir a sociedade como um todo.

Além disso, a proposta editorial contribui para a difusão do conhecimento produzido nas universidades públicas do país, ao levar para o público dentro e fora dos ambientes de pesquisa acadêmicos livros de baixo e baixíssimo custo e via distribuição gratuita. Soma-se a isso a publicação em Copyleft; isto é, a obra pode e deve ser distribuída sem o pagamento de direitos autorais. Dessa forma, reforça-se o compromisso com a produção de conhecimento livre, para todas as pessoas e por todas as pessoas.


Financiamento coletivo

Para contribuir com a realização desse projeto, acesse o site https://www.catarse.me/oindionocinemabrasileiro.
As doações iniciam em R$ 10,00.

Mais informações podem ser obtidas em nossos canais de comunicação:
E-mail: [email protected]
Instagram: @monstrodosmares
Facebook: fb.com/monstrodosmares
Telegram: Grupo – @editoramonstrodosmares; Canal – @monstrodosmares
Correios: Caixa Postal 1560, Ponta Grossa – PR, CEP 84071-981.
Sobre: Quem faz a Monstro dos Mares?


Vídeo de apresentação

Apoie o financiamento coletivo do livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente” de Juliano Gonçalves da Silva no Catarse -> http://catarse.me/oindionocinemabrasileiro

Numerologia de Fevereiro de 2020 💮

Na medida em que vamos conhecendo mais a numerologia de nossa atividade, também descobrimos modos de olhar para os dados e aprender com eles. Produzir esse registro nos ensina como a editora está navegando.

Em Janeiro substituímos “doação” por “distribuição gratuita”. Parece algo simples, mas é que dentro da linguagem habita o mundo e nosso compromisso não é fazer “doações”, mas distribuir livros. Seria louvável se todas as pessoas tivessem uma compreensão próxima às ideias de “prazer” e “alegria” de doar como apresentadas por Marcel Mauss, em seu escrito sobre a dádiva, descrito por David Graeber nos capítulos iniciais de O anarquismo no século 21 (página 25).

Nós distribuímos livros gratuitamente para um conjunto de iniciativas que são próximas aos princípios da anarquia e singularidades que podem ampliar suas pesquisas em contato com nossos títulos e de outras editoras libertárias. Deixamos de “doar” para “distribuir gratuitamente”: mais compartilhamento por favor!

Neste mês recebemos a visita de duas pessoas pessoas que compõem o conselho editorial da Monstro dos Mares, um grupo do Telegram onde as pessoas contribuem com traduções, revisões, divulgação, ficam mais próximas dos problemas e propõem soluções. Foi maravilhoso almoçarmos juntos aqui no pequeno espaço da editora. Teve batatas assadas, arroz com açafrão, salada de repolho e um glorioso abacaxi assado de sobremesa. Pela tarde, muitas conversas e ideias enquanto o material era intercalado e grampeado.

Obrigado pela visita e apoio!

numerologia e encontros

Numerologia de Fevereiro de 2020

  • Impressões de Fevereiro de 2020: 16.952
  • Livros impressos: 339
  • Livros distribuição gratuita: 75
  • Zines impressos: 669
  • Zines distribuição gratuita: 55
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 3.2Kw

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Fretes: valores atualizados

Privatização não é solução!

Sim, os valores dos fretes de livros no Brasil é um problema. Falar sobre o Brasil é atual também é um problema. São muitas incertezas, precarização do trabalho e toda conversa fiada da narrativa neoliberal de mãos dadas a uma extrema direita raivosa. O mantra do “privatiza tudo” está posto em todas as esferas da Res Publica. Quem mais sofre são as trabalhadoras e trabalhadores que veem seus direitos serem destroçados por reformas, ameaças do fim da estabilidade da carreira e contínuos cortes orçamentários em diversos segmentos. Enquanto isso Monas, Minas e Manos profissionais dos Correios têm dúvidas sobre seus destinos.

A Monstro dos Mares se empenha ao máximo para manter os valores dos livros, zines e o custo do frete sempre o mais baixo possível, pois temos a convicção de que nosso objetivo é colocar materiais de baixo e baixíssimo custo para tantas pessoas quanto possível. Nosso objetivo é distribuir gratuitamente para bibliotecas comunitárias, grupos de estudos, coletivos, movimentos sociais e para consulta/referência em pesquisas acadêmicas. Gostaríamos de trazer boas notícias neste breve comunicado. Mas, além das manchetes de jornais nada animadoras, também percebemos que nossos custos de Correios aumentaram significativamente nos últimos meses e tivemos que fazer uma atualização da tabela de preços de fretes.

Alerta de atualização

Este artigo foi atualizado em 14 de Março de 2022 às 10:39.

Entenda o preço dos fretes que utilizamos:

  • 1 até 100g. R$ 15
  • 101 até 200g. R$ 18
  • 201 até 300g. R$ 21
  • 301 até 400g. R$ 24
  • 401 até 500g. R$ 27
  • 501 até 600g. R$ 30
  • 601 até 700g. R$ 33
  • 701 até 800g. R$ 36
  • 801 até 900g. R$ 39
  • 901 até 1000g. R$ 41
  • Acrescente R$ 3 a cada 100g.

Em Novembro de 2019 anunciamos o fim da utilização das modalidades de PAC e SEDEX e todos os materiais enviados utilizam a modalidade de envio IMPRESSO NACIONAL com serviço adicional de REGISTRO MÓDICO.

Resenha do livro “A reprodução da vida cotidiana e outros escritos”, de Fredy Perlman, por Tonho.

Apresentação

Convidamos nosso amigo Tonho, tradutor e membro do conselho editoral da Monstro dos Mares para escrever algumas palavras sobre um dos títulos de nosso catálogo. Ele escolheu o livro “A reprodução da vida cotidiana e outros escritos”, de Fredy Perlman, da Editora Textos Subterrâneos de Portugal (que infelizmente não está mais ativa).

Aproveite a leitura e a recomendação.


“A reprodução da vida cotidiana e outros escritos”, de Fredy Perlman.

Perlman é um autor nascido na República Tcheca em 1934, que passou a infância na Bolívia – sua família fugia da ocupação nazista –, a adolescência e juventude na América do Norte, e a vida cruzando os movimentos de esquerda americanos e europeus – IWW, Maio de 68 e indústrias auto-geridas da Iugoslávia, para citar alguns. Perlman rejeitava rótulos como sindicalista, anarquista, situacionista ou marxista, se dizendo simplesmente violoncelista. Apesar de tê-lo descoberto pouco tempo atrás e nem de longe ser um acadêmico em Perlman, três textos dele saltam aos olhos: A reprodução da vida cotidiana, A Contínua Atração do Nacionalismo e Against His-Story, Against Leviathan (Contra a história dele, Contra o Leviatã). Não conheço versões lusófonas deste último.

A reprodução da vida cotidiana foi o texto que chamou minha atenção na antologia. Um texto marxista em todo o seu conteúdo e terminologia – teoria do valor-trabalho, como iniciada por Smith e desenvolvida por Ricardo e Marx –, mas que soa como uma pedrada no telhado de vidro de movimentos marxistas que esqueceram do que importa em nome da estética autoritária. Alguém descreveu o texto da seguinte forma: “Um mineiro não leva a montanha para casa, apenas as pepitas – Perlman traz as pepitas marxistas neste texto”.

O texto gira em torno de uma ideia que parece inicialmente ser um trava-língua, mas que é fundamental para a práxis: A vida cotidiana reproduz a forma social que deu forma social à vida cotidiana, mesmo quando essa forma deixou de ser útil – as minúcias da vida do trabalhador assalariado perpetuam o controle que o salário exerce sobre a atividade vital, mesmo quando as condições materiais mudam. A prática diária de todos anula os objetivos de cada um, diz Perlman.

Romper com a escravidão assalariada requer que o indivíduo rompa com a vida cotidiana, e isso significa enxergar a atividade criativa para além da produção de mercadorias. Ir além do espetáculo da mercadoria, numa referência à Guy Debord. O trabalhador tem um papel que não se resume a seguir o sindicato ou a burocracia, se não se constrói uma nova mediação alienante.

O texto dialoga com praticamente todos os grupos libertários ou comunistas, e inclui referências aos movimentos dos quais Perlman participou. É simples também colocá-lo para conversar com movimentos que não existiam à época, como o insurrecionalismo, a crítica à civilização ou, com um pouco de criatividade, o Imediatismo de Hakim Bey.

Namastreta,
Tonho.

Agradecimentos às contribuições na Rede de Apoio em Fevereiro de 2020.

Em Fevereiro nossos agradecimentos vão para as pessoas que entendem que um coletivo editorial de inspiração anárquica e anarquista só é capaz de existir quando há pessoas que entendem a necessidade e a urgência de uma ampla diversidade de temas, fontes de pesquisa e ferramentas de autoinstrução. Assim, pessoas interessadas em descobrir novos mares de práticas sociais e aquelas que já estão navegando nessas águas podem ter acesso de baixo e baixíssimo custo a textos que fazem emergir das profundezas referências e fundamentos para articular respostas, ou partes de respostas, às perguntas de quem mergulha na pesquisa, na dúvida e na ampliação de suas ações.

Só é possível fazer e distribuir livros e zines porque algumas pessoas compreendem essa função das editoras anárquicas e anarquistas, e fortalecem na divulgação dos materiais, escolhendo alguns itens em nossa lojinha, chegando junto na banquinha ou entrando com recursos financeiros na Rede de Apoio quando viável. Ao contribuir com a Editora Monstro dos Mares, você participa de uma iniciativa contra toda e qualquer forma de opressão. Seu apoio contribui para a disseminação de conhecimentos dissidentes e não-normativos, fazendo-os chegar a coletivos e singularidades que atuam em nome da liberdade e da autonomia.

Nossos agradecimentos especiais vão para quem fortalece parte do aluguel do espaço físico, da energia elétrica e internet, papel de impressão, papel de capa, colas, grampos, equipamentos de impressão, equipamentos de corte, afiação, manutenção de impressoras, manutenção da caixa postal, viagens para eventos e, principalmente, da cobertura de custos de Correios para envio de materiais gratuitos.

Se você conhece algum coletivo ou biblioteca comunitária que já recebeu um de nossos pacotes gratuitos, mande um alô! Adoramos saber como os materiais estão circulando. Caso queira indicar algum, por favor entre em contato através de um de nossos canais:

E-mail: [email protected]
Instagram: @monstrodosmares
Facebook: facebook.com/monstrodosmares
Telegram: Grupo – @editoramonstrodosmares / Canal – @monstrodosmares


Agradecimentos aos apoios do mês de Fevereiro de 2020:

  • Anna Karina
  • Andrei Cerentini
  • Jadson Stevan Souza da Silva
  • Caio Maximino
  • Lorenzo Basso Benevenutti
  • Mayumi Horibe
  • Daniela de Souza Pritsch
  • Camila Silva
  • Lucas Soares
  • Geanny Paula Thiesen
  • Viviane Kelly Silva
  • José Vandério Cirqueira
  • Willian Aust
  • Guapo
  • Contribuições anônimas

Ei pirata! 🏴‍☠️
Faça parte da Rede de Apoio da editora fazendo uma contribuição mensal:
Catarse assinaturas ou no PicPay assinaturas

Numerologia de Janeiro de 2020 🕯️

Começamos a numerologia do ano de 2020 intensificando nosso ritmo, fazendo com que mais caixas com materiais se movimentem pelo território de Pindorama e preparando os lançamentos dos próximos meses. Nos últimos dias de Dezembro tivemos um problema em nossa impressora principal e tivemos que substituir o equipamento às pressas, colocando a impressora na reserva técnica aguardando por manutenção. Também nossa impressora de capas apresentou problemas no cabeçote de impressão e foi desativada para seguir para assistência também. Como não temos recursos disponíveis para o conserto desses equipamentos, vamos seguindo o barco com uma única impressora e confiantes de que os ventos sigam soprando e que em breve essa tormenta passe. Com a sua ajuda em nossa Rede de Apoio poderemos colocar essas máquinas para navegar novamente muito em breve. Se possível, considere fazer uma doação.

A página da Numerologia da Editora Monstro dos Mares recebeu uma nova atualização e agora comportará imagens e vídeos para tornar mais bacana a visualização dos dados que geramos todos os meses.

Numerologia de Janeiro de 2020

  • Impressões totais desde Agosto de 2017: 358.563
  • Impressões de Janeiro de 2020: 21.129
  • Livros impressos: 194
  • Livros distribuição gratuita: 29
  • Zines impressos: 553
  • Zines distribuição gratuita: 95
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 2.2Kw

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

“Ninguém que não deseje a tua libertação total pode ser considerado teu aliado”

NINGUÉM QUE NÃO DESEJE A TUA LIBERTAÇÃO TOTAL PODE SER CONSIDERADO TEU ALIADO

Se não se estender a crítica do fascismo à democracia, capitalismo, às prisões, às pátrias, ao patriarcado, à propriedade, ao especismo e a qualquer regime que envolva sermos governadxs: estamos a nos condenar a um emaranhado histórico único que só acabará para dar lugar a um planeta inabitável. Os social-democratas eleitoralistas estão confortáveis demais ao condenar as atrocidades da direita e ao esconder as suas próprias, querem é estar nas ruas e no governo ao mesmo tempo.

Os regimes autoritários ganham terreno, rápida e eficientemente, porque os objetivos que perseguem são medíocres: não há nenhuma complexidade em submeter os outros através das armas, impostos, mentiras e propaganda – 90% dos projetos políticos estão comprometidos é com isso (toda a infraestrutura necessária já está construída e a funcionar).

Na realidade, ninguém que te trate como massa doutrinável, ninguém que entenda a luta como um passatempo a fazer de vítima e alheio à tua capacidade criativa e ofensiva, ninguém que não deseje a tua libertação total pode ser considerado teu aliado.

Anarquistas

Download em pdf em português, em inglês e espanhol

Via ContraInfo.

[Autor convidado] Hoje, 29 de janeiro, é Dia da Visibilidade Trans. Por Luiz Fernando Prado Uchôa.

Apresentação

Considerando a urgência das diversas lutas pela libertação de todas as pessoas e a resistência contra toda e qualquer forma de opressão, convidamos a comunidade que nos acompanha a tirar um tempo para refletir sobre quanto da diversidade sexual, de gênero e das sexualidades existe em nossas vidas, nos nossos contatos, nas oportunidades a que temos acesso e nas nossas redes de afeto e companheirismo.

Podemos começar nos fazendo algumas perguntas. Estamos, efetivamente, vivendo em comunidades que não apenas toleram, mas também apoiam e se reconstroem pela presença de pessoas trans? Prestamos a devida atenção às reivindicações levantadas por esse grupo, quando não fazemos parte dele, em nosso dia a dia? Sendo pessoas cis, levantamos a voz quando presenciamos atos de violência transfóbica, ou tratamos a luta pela transfobia como algo que “não nos pertence” e, por isso, nos silenciamos?

É papel das pessoas cis lutar junto à comunidade trans contra a transfobia. Isso não significa que estamos ocupando um lugar de fala que não é nosso, pois a transfobia é parte do que constitui, por exclusão, a cisgeneridade. Por isso, ao recorrermos ao silêncio frente a situações de violência transfóbica estaremos recaindo em uma postura acovardada, que reforça ainda mais a diferenciação das pessoas de acordo com a configuração de seus corpos e a hierarquia heteronormativa.

Lutar pela liberdade é uma atividade constante e desafiadora, que não consiste apenas em desafiar os poderes hegemônicos externos a nós: consiste também em desafiar e rejeitar aquilo que em nós reproduz e sustenta tais poderes. Convidamos, portanto, todas as pessoas a repensar suas ações dentro de nossas lutas contra a opressão e incluir, conscientemente, as pautas elaboradas e vividas pela comunidade trans. A liberdade só o é quando válida e efetiva para todas e todos.

Neste dia de luta, chamada à conscientização e visibilidade, trazemos uma carta às pessoas trans escrita por Luiz Fernando Prado Uchôa. Luiz é jornalista, professor e militante LGBT, e terá seu livro sobre transmasculinidades publicado em breve pela Editora Monstro dos Mares. Generosamente, Luiz compartilha sua percepção de vida através do prisma construído por sua experiência, que você pode conhecer no texto abaixo e em outras publicações escritas por ele.

Valeu, Luiz! Força na luta, e conte com a gente.

Claudia Mayer
Editora geral Monstro dos Mares


O que fazer quando a gente tem a sensação de não-pertencimento?

Nesse tempo em que estive sem escrever novos artigos aqui no PPQO, participei de eventos de militância e ativismo nos quais tive a oportunidade de estar com outras categorias existentes no movimento social. Percebi o quanto falar de transexualidade ainda é tabu ou tido como assunto complicado para ser abordado.

Tive a oportunidade de estar com pessoas cis (héteros, gays e lésbicas) em conversas informais nos espaços, e iniciei muitos diálogos sobre as diferenças de orientação sexual e identidade de gênero, usando-as como exemplo. A partir disso, os diálogos se tornaram bem fluidos. Eles passaram a entender que se sentir em um determinado gênero em nada se relaciona com vestimentas, acessórios ou por quem se manifesta o desejo sexual/amoroso.

Relatei o início de minha jornada e as dificuldades enfrentadas dentro e fora do meio LGBT para expor minha real identidade de gênero, além das vitórias obtidas, como retificação de nome e gênero, acompanhamento médico para a transição, e outras que se encontram pendentes com relação ao meu corpo. Também expus o por que de expor minha transição, seja via entrevistas para jornais, revistas e/ou programas de televisão, e outras ações.

Série de TV

Fui convidado para participar da abertura da série “Quem Sou Eu”, exibida pelo “Fantástico”, exibida por três domingos seguidos na TV Globo, que relatou a trajetória de mulheres transexuais e homens trans em diferentes fases da vida. Apesar de meus posicionamentos contrários à emissora, entendi que deveria participar para ter a oportunidade de fazer apontamentos com relação ao conteúdo para um público que não tem acesso a essas discussões. Por possuírem uma vida mecanizada, que jamais lhe proporciona oportunidades de se conhecer outras realidades.

Independente do “Fantástico” e alguns programas da emissora como intenção falar do tema com o propósito de divulgar a novela ‘A Força do Querer’, atualmente exibida às 21 h, penso que os militantes e ativistas devem se aproveitar dessas raras oportunidades em canais de TV aberta para explicar, pacientemente, tendo como premissa propagar o tema da forma correta. Além, claro, de ouvir os mais diversos questionamentos a respeito do conteúdo explanado e, dessa forma, conseguir simpatizantes em prol da diversidade sexual e de gênero.

Nesse tempo afastado de minha coluna, vivenciei uma relação intensa, apesar de ter tido pouca duração. Mas ela me deixou marcas profundas e a depressão me atingiu em cheio e, por isso, não tive forças para escrever e expor minhas impressões acerca da realidade sociopolítica do País.

Dois anos

O que permeava meus pensamentos era o fato de ter esperado dois anos para viver esse relacionamento de forma plena e, de repente, ele acabou sem grandes explicações. Agora ele está praticamente casado com outra pessoa, e exibe essa felicidade nas redes sociais. Pessoas próximas a mim curtem essas fotos e desejam felicidades ao novo casal.

A exibição pública dos momentos cotidianos dos dois e interação constante desses meus amigos e conhecidos nestas publicações me doem profundamente, apesar de ser poligâmico e poliamorista e, por esta razão, não sentir ciúme ou algum outro sentimento possessivo por ele ou por qualquer outra pessoa. Mas o que me deixa magoado nessa breve história foram a falta de diálogo, as discussões e ter sido informado da nova relação por meio das redes sociais.

Com isso, as palavras simplesmente me escaparam por completo e tive de mergulhar em uma jornada de autoconhecimento nos mais diversos campos sociais. O sentimento de vazio estava presente, apesar de seguir com as minhas atividades de militância e ativismo em ritmo normal.

Conflito

A dissidência em ser um homem habitando um corpo com características ainda femininas é algo que me deixa em desvantagem no quesito relação amorosa e, às vezes, sexual. Essa prisão corpórea me confronta com a dolorosa realidade de serem as raras vezes atingir a plenitude em um ato sexual por mais que seja momentânea.

Por esses dias fui em um evento de samba feito por mulheres negras num espaço de resistência negra, e aquelas músicas me transportaram para outra dimensão. Tentei em vão interagir, mas, em sua maioria, lá estavam lésbicas e bissexuais cis, e fui visto com desconfiança e até certo repúdio por elas. Os poucos gays que lá estavam só interagiam com suas amigas ou estavam acompanhados.

Percebendo o não pertencimento àquele local, fui embora com a lembrança das boas músicas e das poucas conversas tidas a fim de ter forças para as atividades agendadas para o dia seguinte.

Após as reuniões fui para um bar no Largo do Arouche ouvir músicas e observar os frequentadores. Aquele lugar não me pertencia e, em vão, tentei expor para alguns contatos de redes sociais minhas dores. Até que um amigo foi me encontrar e, de lá, fomos para um barzinho na rua Fradique Coutinho para encontrarmos umas pessoas de um grupo de WhatsApp de poliamor, do qual sou membro.

Poliamor

A decoração do local era muito interessante e divertida por ter como proposta uma certa informalidade. Quando cheguei com meu amigo, avistamos cinco pessoas do grupo que estavam lá preocupadas em exibir uma certa liberalidade. Na compartida do discurso proferido por estes poliamoristas, o padrão cis hétero lá predominava no sentido da aparência física, papéis demarcados de gênero e também aos assuntos vigentes.

No fim da noite, me vi só e tendo de lidar com a solidão, do modelo mais latente de todos. Caminhei até a estação de metrô, à frente dos barzinhos e as entradas das boates, e vi aquele mar de gente. Transpareciam enorme felicidade por estarem com roupas descoladas, ao lado de uma pessoa bonita ou rodeados de amigos ou colegas e, mesmo sendo superficiais, estavam acompanhados. De alguma forma, estavam se divertindo, enquanto eu, caminhando sozinho na multidão de rostos, seguia para algum lugar que me levasse em segurança para a casa.

Com a mente entorpecida diante das conversas e reproduções de machismo e misoginia ouvidas no encontro, logo pensei no que suportei na escola em que trabalhei para ter uma renda mínima e, assim, sobreviver nessa sociedade capitalista e desumana. Tive sérios desgastes psicológicos, e mesmo em uma conjuntura desfavorável ponderei os prós e contras antes de me desligar oficialmente daquele emprego.

Seguir a vida

Hoje tenho gana de explorar outras vertentes profissionais, e me lançar a novos desafios sem nenhum tipo de trava que vise me limitar como pessoa ou profissional. As lições aprendidas nessa pausa de minha coluna no PPQO e de outros projetos são:

  • Por mais que a liberalidade reine em uma determinada conjectura, JAMAIS pense que ela será aplicada a corpos distintos do padrão cis heteronormativo enquanto não houver uma sociedade mais igualitária e uma educação que culmine para este cenário. Por isso, temos de seguir na luta apesar das adversidades vindas de todos os lados;
  • Nunca espere que alguém lhe respeite ou lhe ame. Se você estiver disposto a aceitar todo tipo de ofensa e descaso só para tê-lo em sua vida;
  • Não espere a compreensão dos outros com relação aos seus problemas, independente de quais sejam por elas estarem mais focadas em si mesmas. Cabe a você encontrar um refúgio para tratar seus problemas, seja com um terapeuta ou em centros de apoios como o Centro de Valorização da Vida;
  • A melhoria em sua vida só estará disponível quando você estiver disposto(a) a repensar suas escolhas e recomeçar INFINITAS vezes, sem se importar com o julgamento alheio;
  • Por mais difícil que seja, BUSQUE ocupar a mente com novos aprendizados e novas experiências. E, dessa forma, estará construindo novos alicerces a fim de superar os infortúnios que a vida lhe trouxer;
  • JAMAIS aceite qualquer tipo de humilhação para ter uma certa segurança financeira. Saiba que novas oportunidades surgirão se estiver disposto(a) a aceitá-las;
  • Por mais que a conjectura político-social esteja complicada, UNA-SE a coletivos ou grupos, mesmo que a vertente de atuação não seja diretamente envolvida com a sua. Só com a união de diferentes pensamentos e ações construiremos um país igualitário de fato;
  • FACEBOOK e WHATSAPP não são portais de notícias, e nem possuem especialistas teóricos dos mais diversos assuntos. Então busque múltiplas formas de acessar as informações. Em tempo algum acredite em verdades singulares;
  • Observe mais e fale menos. Para, desta forma, captar o que está por trás do discurso proferido;
  • Nunca seja empático com o objetivo de atrair compartilhamentos em seus posts ou simpatia de determinados segmentos sociais;
  • Por mais que deseje o melhor para uma pessoa querida, NUNCA se esqueça de seus planos ou projetos para se dedicar completamente a ela;
  • A literatura é uma boa opção para expressar seus pensamentos. Tenha sempre consigo um bloco para anotar seus pensamentos e, com isso, envolver-se neles por completo. E, se preferir outra expressão artística, faça-a sem limitá-la a qualquer critério estético;
  • ENTREGUE-SE à vida por completo sem nenhum tipo de pudor ou receio e, busque a sua felicidade nos pequenos detalhes que ela lhe ofertar.

Publicado originalmente em: http://www.paupraqualquerobra.com.br/2017/04/12/gente-sensacao-nao-pertencimento-luiz-fernando-uchoa/

Luiz Fernando Prado Uchôa, jornalista, professor de inglês e espanhol, idealizador do blog Arco Iris Literário, que tem como objetivo difundir literatura LGBT através de resenhas literárias, colaborador da revista Sync e Coordenador do Núcleo de transmasculinidades da rede família Stronger.

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