Chá da tarde com abobrinha (2ª edição) 🍵

Esta semana faremos nossa segunda live! Você pode ler aqui os motivos que nos levaram a entrar nesse mundo dos vídeos ao vivo, e também saber como foi a experiência para nós. Em resumo, foi tão legal que já estamos preparando a próxima. Nossas lives estão sendo transmitidas pelo perfil da Editora no Instagram (@monstrodosmares).

Assim como para o primeiro, que você pode assistir no IGTV, colocamos uma caixa de perguntas no Stories uma vez por semana e coletamos as perguntas enviadas. Desta vez, criamos um destaque para o Chá da Tarde, para que as seguidoras pudessem rever as perguntas no decorrer do mês.

Seguem abaixo as perguntas enviadas para o segundo Chá da Tarde, que será dia 18/06 (quinta-feira) às 15h.

  • Vocês publicam livros, TCCs, etc? / Analisam originais?
  • Quantas impressoras vocês têm?
  • Tem frete grátis?
  • Por que vocês não fazem sorteios?
  • O que vocês indicam para quem quer aprender a editar?
  • Vocês não tem preocupação em mostrar o rosto em fotos e vídeos?
  • Por onde começar a ler?
  • O que acham da “banalização” do termo antifascista?
  • Quais os fundos necessários para montar uma editora?

A live deste mês contará com a presença super especial de nosso editor Baderna James. Pode ser que desta vez os gatinhos resolvam aparecer! 😉

Maio de 2020: chegamos a 400.000 impressões de livros e zines 🎏

O ventos sopram e por vezes fazem tudo mudar de direção. Os protestos do final de Maio mostram isso ao mundo. Tudo o que sabemos sobre as formas de atuação durante a pandemia podem se transformar repentinamente, e Junho pode reservar muitas surpresas. É lamentável e assustador que as notícias tragam tantas incertezas e ameaças à saúde e à vida das pessoas: o vírus, a polícia, a omissão do Estado. Esperamos ventos que soprem com mais força, para que o medo possa mudar de lado.

Em Maio parece que aconteceu tudo ao mesmo tempo. Entramos na era das lives, com a participação no evento “Filosofia e Eco-Anarquia em Tempos de Pandemia“, atendendo ao convite das amizades da Casa de Vidro. Também demos início ao “Chá da Tarde“, com nossa editora geral abobrinha. Ainda em Maio encerramos a campanha de financiamento coletivo do livro “O índio no cinema brasileiro e espelho recente”, de nosso amigo e companheiro de luta Juliano Gonçalves da Silva. Fizemos toda a impressão, montagem, finalização e envio dos livros em tempo recorde (você pode acompanhar o processo em nosso Instagram @monstrodosmares) e incluímos em nosso catálogo o livro “Sem lamentações: filosofia, anarquismo e outros ensaios“, que seria lançado logo após o carnaval e, por motivos que você pode imaginar, optamos por lançar sem realizar nenhum evento.


400.000 impressões

Em Agosto de 2017 começamos a manter um breve histórico de nosso volume de impressões. Passamos a registrar a quantidade de livros e zines produzidos e distribuídos gratuitamente. Recentemente começamos a registrar também a geração e consumo de energia solar produzida pela placa fotovoltaica que instalamos na janela no ano passado. Em Maio de 2020 chegamos a 400.000 impressões! Sabemos que esse número representa muita luta, muita atividade e muita solidariedade de monas, minas e manos que acreditam e confiam em nosso projeto editorial. Também estamos de cientes que compartilhar nossos processos e conquistas é fundamental para o registro de nossa trajetória como coletivo e para incentivar o surgimento de outros projetos para fazer as ideias circularem. Com isso, agradecemos o carinho de todas as pessoas que nos apoiam e fazem a Monstro dos Mares continuar. Valeu!


Numerologia de Maio de 2020

  • Impressões de Maio de 2020: 19.872
  • Livros impressos: 168
  • Livros distribuição gratuita: 74
  • Zines impressos: 195
  • Zines distribuição gratuita: 63
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 2.2Kw
  • Total de Kw gerados e consumidos com energia solar em 2020: 8.2Kw
  • Total de impressões desde Janeiro de 2020: 71.889
  • Total de impressões desde Agosto de 2017: 409.323

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Rede de apoio: Maio de 2020

Precisamos agradecer as amizades que ajudam a manter nosso projeto editorial em atividade. Sabemos que o momento pede cautela, precaução e responsabilidade. A pandemia trouxe ao mundo diversas transformações no cotidiano e enfatizou as diferenças sociais que o grande capital impõe a toda a humanidade. Nenhuma pessoa está isenta de sua responsabilidade durante a pandemia. Portanto, pedimos que você mantenha a atenção e a solidariedade. É preciso cuidar de si, tomando as medidas de prevenção de contaminação e disseminação do vírus, cuidar de quem está próximo e das pessoas que também sofrem os impactos dessa crise, independentemente da forma.

Neste mês de Maio recebemos o carinho de muitas amizades e estamos muito felizes com isso. Por isso, agradecemos a todas as pessoas que curtem nossas publicações, acompanham nossas redes sociais, enviam mensagens privadas, e-mails, cartas, recomendam nossos materiais para as amizades e, sem dúvida, às pessoas que além de tudo isso ainda podem fazer um pouquinho mais fortalecendo nosso bonde com uma moeda em nossa Rede Apoio no Catarse ou no PicPay. Super obrigado! Seguiremos!

Nossos agradecimentos no mês de Maio de 2020

  • Mayumi Horibe
  • Hugo Leonardo dos Santos Tavares
  • Daniela de Souza Pritsch
  • Camila Silva
  • Vinícius Vieira Dias dos Santos
  • Rodolfo Maia
  • Lupi
  • Leonardo Feltrin Foletto
  • Eduardo Salazar Miranda da Conceição Mattos
  • R.
  • Lorenzo Basso Benevenutti
  • Fernando Silva e Silva
  • Willian Aust
  • José Vandério Cirqueira
  • Mauricio Marin Eidelman
  • Anna Karina
  • Victória Abreu Zanuzzo
  • Karine Tressler
  • Andrei Cerentini
  • Apoios e contribuições anônimas

A Editora Monstro dos Mares precisa da sua ajuda para continuar, contribua com
a Rede de Apoio no Catarse ou PicPay e receba materiais impressos em sua casa. 🖨️

Agradecimentos: financiamento coletivo “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente”

Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos

O apoio mútuo persiste e é o que nos permite continuar existindo de forma criativa. Essa reciprocidade possibilitou que a edição deste livro se concretizasse, mesmo em momento tão conturbado. Próximo ao centenário da morte de um dos grandes pensadores desse tema, trago à tona um trecho de sua obra intitulada “A Inevitável Anarquia”,

“A imprensa não tem outro tema: suas colunas estão repletas de relatórios sobre os debates parlamentares, contados em seus mais ínfimos detalhes, bem como os fatos e os gestos dos personagens políticos, de tal sorte que, lendo os jornais, nós também, esquecemos demasiado amiúde que há milhões de homens — toda a humanidade — que vivem e morrem na alegria ou no sofrimento, produzem e consomem, pensam e criam fora dessas poucas personalidades cuja importância foi exagerada a tal ponto que ela cobre o mundo com sua sombra.”

ANARQUIA (Piotr Kropotkin, Ed. Imaginário, no prelo)

Por tudo isso, agradeço profundamente aos que compreendem essas palavras: foi e sempre será nós por nós!

Fico muito agradecido a todos os apoios que tornaram a produção do livro possível! Acredito ser este um momento importante para compartilhar o contexto original deste projeto, que surgiu em meio a uma necessidade pessoal de questionar o imaginário ocidental, esse mundo tragado pelo abismo, a partir da leitura da maneira como os personagens indígenas vêm sendo retratados no cinema brasileiro. Devo dizer que a trajetória de realização desse escrito foi dura e cheia de derrotas, boicotada e ridicularizada por muitos que achavam que ela não teria espaço na academia e no mundo universitário. Essas pessoas tinham e continuam tendo a sua razão ocidentalizada, baseada em seus preconceitos humanistas. Mas continuamos caminhando.

Nessa caminhada, cada vez mais encontramos aliados e fazemos pontes, não sem rupturas e conflitos. Tais conflitos são inerentes ao tema, e se alinham às posições contrárias a sua existência, que julgam-no como algo atrasado, não-civilizado, pouco passível de análise. Insistente e radicalmente “selvagens” seguimos, antes de nos percebermos e nos tornarmos “civilizados”. Emanando energias axés, muitas se somaram e somarão nessa caminhada. Por elas e muitos outros que virão, agradeço!

Quero fazer uma homenagem especial ao amigo Sergio Luiz Mesquita, professor de História da rede estadual e morador de Duque de Caxias. Profundo conhecedor e praticante da máxima libertária do Apoio Mútuo, o amigo me apoiou e abrigou em sua casa no Rio. A partir dessa proximidade, cada vez mais se interessou pelo o tema da terrível e trágica história de contato e extermínio que os parentes sofreram aqui. Desenvolveu, então, seu estudo Doutoral sobre a imigração e as visões que se tinham do imigrante ideal para o país, relacionando-as ao suposto atraso que pensavam ser o índio para o Brasil. Juntou-se à batalha e realizou estudos inéditos e pertinentes sobre a temática, revendo a construção e política de embranquecimento da nação na construção da história a contrapelo, ainda que sua valiosa contribuição tenha sido tragicamente interrompida ao ter sua vida ceifada na semana passada pela Covid-19.

Reafirmando a Resistência, criando e indo adiante, como dizia o zapatista Subcomandante Marcos, a terceira guerra mundial será semiótica. Esta obra recoloca a imagem dos povos ameríndios no Bra$il na batalha das Barricadas do desejo! Por mais que os queiram enterrar, viraram sementes, assim sobrevivendo em um imaginário pós-pandêmico. Retomando um outro gigante, que deve ser sempre citado, o Txai Ailton Krenak em uma entrevista já clássica diz que “os povos indígenas já sobrevivem há mais de quinhentos anos, quero ver é como sobreviverão os brancos…”

Viva e deixe viver, vida longa aos povos da Floresta! Temos muito a aprender com o seu bem viver…

Juliano Gonçalves da Silva
Autor do livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente

Agradecimentos

Alai Garcia Diniz
Alessandra Schmitt
Almir José Pilon
Ariel Machado
Bernadete Scolaro
Caio Maximino
Cassius Marcelus Cruz
Celso Moreira Louzada Filho
Cláudia Mariza Mattos Brandão
Cristina Pacheco
Daniel Swoboda Murialdo
Danillo Bragança
Diego José Ribeiro
Doris Beatriz Neumann Wolff
Eduardo Sobral de Souza
Elizabeth de Siervi
Fernando Matos Rodrigues
Glaucos Luis Flores Monteiro
Guilherme Festinalli
Ian Fernandez
Iracema S de Souza
João Neto
Jorge Luiz Miguel
Jose Paulo da Rocha Brito
Juliano Gomes
Juliano José de Araújo
Karina Segantini
Kinoruss Edições e Cultura
Lisandra Barbosa Macedo Pinheiro
Lucas Alves
Luciana Siebert
Luciani Moreira Brignol
Luiz Alberto Barreto Leite Sanz
Maclau Gorges
Magaly Rosa Moreira
Marcelle de Saboya Ravanelli
Marcelo Castequini Martins Ferreira
Marcelo Ribeiro
Maria Betânia Silveira
Nando Korin
Nele Azevedo
Norberto de Jesus Prochnov
Nycolas dos Santos Albuquerque
Paulo Oliveira
Paulo Vitor Carrão
Ranulpho
Raphael Sanz
Rodrigo de Almeida Ferreira
Rodrigo Ribeiro Paziani
Rosy Dayane do Nascimento Costa
Sabrina Alvernaz Silva Cabral
Thaís Amorim Aragão
Vinicius Nepomuceno
Wilson Lira Cardoso

Apoios e contribuições anônimas
Agradecimentos para apoiadoras e apoiadores que tornaram possível a realização do livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente” de Juliano Gonçalves da Silva, realizada no Catarse, durante os dias 02 de Março e 11 de Maio de 2020.

Chá da tarde com abobrinha ☕

No dia 14 de maio fizemos nossa primeira live no Instagram. Escolhemos o horário das 15 horas por termos percebido muitos problemas de conexão à Internet em outras lives, que acabam se concentrando a partir das 18h. Nesse aspecto, foi uma boa decisão. Não tivemos problemas técnicos, e muitas pessoas puderam participar. Foi muito legal! Agradecemos a todas as pessoas que compartilharam uma hora conosco. Vocês são demais!

Quando recebemos a notícia de que a pandemia havia, enfim, chegado ao Brasil, a primeira constatação que fizemos foi a de que os eventos dos quais participaríamos em 2020 seriam cancelados. Além de ficar evidente para nós que a arrecadação de fundos para a Editora ficaria prejudicada, também ficamos muito chateadas por percebermos que não teríamos a oportunidade de conhecer pessoas novas, estabelecer contatos, reencontrar velhas amizades, trocar experiências, materiais e abraços. Participar de eventos é nossa parte preferida de tocar a Editora. Aqui onde imprimimos e montamos os livros, somos abobrinha e Baderna, dois gatos e uma criança que participa da produção sempre que possível e no que lhe é possível. Os eventos acabam sendo nossa maior forma de contato social não-virtual, e isso é parte do que nos faz felizes como pessoas.

No começo, pensamos em fazer vídeos para compartilhar partes do processo de produção e mandar notícias. O que fizemos algumas vezes, e foi muito legal. Os vídeos, entretanto, exigem bastante planejamento e trampos de edição, o que faz necessário que nos mobilizemos por muitas horas para a produção de apenas um material. Além disso, os vídeos não trouxeram tanto contato direto com as pessoas como esperávamos, apesar de terem sido uma experiência que pretendemos continuar fazendo.

Continuamos pensando em como chegar às pessoas, especialmente quando o peso do isolamento começou a ficar mais difícil de segurar. Como o perfil da Editora no Instagram costuma ser bastante movimentado, fizemos a experiência de abrir uma caixa de perguntas no Stories. Recebemos muitas perguntas legais, que nos renderam bons momentos e um contato mais direto com o pessoal que segue a Editora por lá. Prometemos fazer um vídeo respondendo as perguntas que exigiam mais conteúdo, o que acabou não rolando porque não conseguimos nos mobilizar para fazê-lo acontecer.

Então, eu, abobrinha, fui convidada a participar de uma live no Instagram que é parte de um projeto de uma querida amiga nossa junto à Casa de Cultura da cidade. Achei tão legal participar da live que fiquei com vontade de fazer isso mais vezes. Assim, surgiu a ideia de fazermos uma live no perfil da Editora, respondendo àquelas perguntas que haviam ficado sem resposta e também novas perguntas que poderiam aparecer no chat.

Essa live foi chamada de Chá da tarde (porque adoramos um chazinho), escolhemos a data e começamos a divulgar nas redes sociais da Monstro. No horário combinado, eu estava bem nervosa, pensando em como me sentiria colocando em prática essa novidade. Foi tão prazeroso que decidimos tornar o Chá da tarde um evento frequente. Por isso, aguardem! Haverão outros chás da tarde e mais conversas ao vivo.

Coletaremos as perguntas das pessoas que seguem a Monstro no Instagram através do Stories, e essas perguntas serão respondidas no próximo Chá da tarde. Então, fiquem atentas às postagens nos Stories, que a caixinha de perguntas voltará a aparecer uma vez por semana. A data da próxima live ainda não foi definida, mas será escolhida de acordo com a quantidade de perguntas que receberemos nas próximas semanas. Posso adiantar que, no mínimo, nos veremos uma vez por mês.

Com certeza não é a mesma coisa que nos abraçarmos e conversarmos na frente da banquinha, mas já é alguma coisa que nos coloca mais perto umas das outras.

Fiquem atentas às novidades que surgirão no Feed e no Stories do Instagram, nas publicações da página da Monstro no Facebook e também aqui pelo blog.

Um abraço virtual a todas as amizades, com desejos de que possamos abrir o pano e conversar em breve!

Reflexões: O índio no cinema brasileiro e o espelho recente

Chegamos à última semana da campanha de financiamento coletivo do livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de autoria de Juliano Gonçalves da Silva. Por isso, aproveito este momento para levantar apontamentos para além do texto, pois sabemos que, ao chegarmos à ultima página de uma obra, começamos um novo processo de produção e reflexão sobre o que o livro nos diz e como as contribuições do/a autor/a passam a fazer parte de como nós mesmas pensamos o mundo.

O que a ficção cinematográfica pode produzir, como efeito sobre a realidade, em relação a coletividades e/ou indivíduos (re)constituídos à margem dos grupos hegemônicos de nossa sociedade?

Esse questionamento deve ser central em análises de quaisquer obras que tragam às telas personagens que pretendam representar grupos socialmente marginalizados, já que a constituição do imaginário de uma cultura perpassa todas as nossas relações sociais. Em outras palavras, preconceitos produzidos e reproduzidos na ficção são partes constitutivas dos preconceitos produzidos e reproduzidos pelas pessoas no dia a dia. Ou seja: a vida e a arte são indissociáveis. É preciso trazer à tona essa ligação imanente; é preciso des-velar a tensão ficção vs. realidade continuamente para desmantelar os ciclos de citacionalidade que sustentam as hierarquias entre as pessoas e as culturas e dão justificativa ao injustificável.

É impossível e covarde, a meu ver, desconectar do hoje qualquer esforço de análise ou comentário. Por isso, penso ser relevante situar a publicação deste livro dentro do contexto que vem sendo chamado “Crise do Coronavírus” e seus desdobramentos no Brasil.

O vírus chegou aos territórios supostamente protegidos destinados à manutenção da vida e cultura indígena, e isso se deu sobretudo através da “exploração ilegal” dessas terras. Temos falado de roubo, invasão, grilagem, e também da expropriação fundante do Brasil como nação–a invasão pelos colonizadores europeus. É fato que ao evocar esses termos e fatos históricos acertamos sobre o que move a contenda atual, mas gostaria de atrelar a essas reflexões e críticas que já fazemos duas outras questões que me acometem neste momento.

A primeira é que muitos de nós só pensamos nesses fatos em momentos de inegável comoção coletiva. Há certamente coletividades, instituições e individualidades não-indígenas que fazem da luta indígena sua própria constituição. Mas nós, pessoas brancas, estamos realmente assumindo nossa participação e responsabilidade sobre o binômio indígena/não-indígena enquanto vivemos nossa própria constituição como dependente da sustentação desse binômio? Fazemos parte de uma cultura que re(a)presenta os povos indígenas como atrasados, primitivos, não-civilizados, e essa cultura é parte do que nos faz quem somos sendo brancos. Daí a importância de questionarmos e analisarmos produções culturais, e aqui particularmente a ficção, que fazem parte da criação da narrativa de nós mesmas.

A segunda questão que gostaria de trazer é sobre a impropriedade do termo “exploração ilegal”, que coloco entre aspas justamente por causa de sua fragilidade e intrínseca trapaça. Podemos, efetivamente, classificar como legais e ilegais ações baseadas em um sistema formulado por aqueles que se beneficiam dessa organização de leis em detrimento daqueles sobre os quais as leis se aplicam? Já não foi legal a expropriação das terras dos indígenas que habitam o continente desde quando da chegada dos colonizadores, e não existe a manipulação e o preterimento das leis para que essa expropriação continue hoje, talvez sobre outros nomes? Soa ingênuo para mim, por tudo isso, chamar essas ações de “exploração ilegal” e pensar que as noções de legalidade e ilegalidade já atuam como uma espécie de punição classificatória. Como se isso fosse suficiente, e como se pudéssemos esperar sentadas por algum tipo de “justiça”.

Os questionamentos que apresentei não esgotam, sem dúvida, as possibilidades críticas e de ação que podem emergir da análise da representação de personagens indígenas no cinema brasileiro. O que busco fazer com este texto é um exercício no sentido de amplificar o que podemos perguntar, incentivar a expansão de minha capacidade questionadora. Pois, ao falar sobre um livro que disserta acerca da representação de personagens indígenas, posso, além de questionar a impropriedade ou propriedade dessas representações, questionar também a (im)propriedade das leis, a ficcionalidade das narrativas que me perpassam e constituem, a conexão entre ficção e realidade. Podemos e devemos tomar como determinação pessoal questionar tudo acerca do mundo em que vivemos.

Claudia Mayer
Doutora em Estudos Literários e Culturais
Editora Geral da Editora Monstro dos Mares
Contato: [email protected]

Contribuições com a campanha de financiamento coletivo do livro O índio no cinema brasileiro e o espelho recente, de Juliano Gonçalves da Silva, podem ser feitas até o dia 11/05, às 23h59min. Estamos muito felizes com o andamento dessa campanha e muito gratas a todas as pessoas que contribuíram e que ainda contribuirão. Logo os livros começarão a ser produzidos e prevemos para o fim deste mês o início dos envios nos Correios.

Apoie o financiamento coletivo do livro “O índio no cinema brasileiro e o espelho recente” de Juliano Gonçalves da Silva no Catarse -> http://catarse.me/oindionocinemabrasileiro

Numerologia de Março de 2020🏺

A numerologia de Março carrega consigo a imagem de uma Ânfora Panatenaica, um objeto da arte grega antiga utilizado para guardar o óleo que era entregue como prêmio nas Panateias. A simetria das formas da ânfora nos apresenta mais uma das representações de perfeição do mundo grego. Diferente do assustador desequilíbrio do mundo que estamos presenciando.

No DataMonstro, o caderno onde fazemos os registros dos números de livros e zines que são produzidos mensalmente, passamos a fazer anotações sobre os acontecimentos do mês. Então, além da numerologia de março, temos o registro de algumas visitas e atividades em que estivemos presentes. Neste mês, recebemos a visita de uma acadêmica do curso de Jornalismo da UEPG que está preparando uma matéria sobre a Monstro dos Mares, a visita do professor, escritor, poeta e editor Marco Aurélio de Souza e estivemos presentes no lançamento dos primeiros títulos de 2020 da Olaria Cartoneira.

Alguns acontecimentos também afetaram dramaticamente a numerologia de março. Perdemos o disco rígido do THX1138, nosso computador de produção, e tivemos um reboot terrível em nosso website. Como se não fossem problemas suficientes, sobreveio também a emergência global da Covid-19. Sobre essas questões todas, publicamos um informe chamado “Reboot no site, HD queimado e Pandemia 🦠“. Com tudo isso, a manutenção e a continuidade de nosso projeto editorial ficaram profundamente comprometidas e decidimos criar um “Fundo de Emergência Corona Vírus (Covid-19)“, a fim de garantir recursos financeiros para que possamos continuar distribuindo materiais de inspiração anárquica aos diversos recantos do país. Esperamos que você esteja em casa e que esteja bem.

A impressora M2140 que chegou em Janeiro precisou da substituição da caixa de manutenção em 42.423 impressões. Infelizmente, no Brasil essa peça custa mais de 300 reais. Mas como havíamos feito a importação de um pequeno estoque desse item, deu tudo certo. Segue o vídeo que gravamos na primeira substituição da caixa de manutenção da M2170 (Impressora Incendiária).


Numerologia de Março de 2020

  • Impressões de Março de 2020: 5.244
  • Livros impressos: 156
  • Livros distribuição gratuita: 6
  • Zines impressos: 192
  • Zines distribuição gratuita: 33
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 0.4Kw
  • Total de Kw gerados e consumidos com energia solar em 2020: 5.8Kw
  • Total de impressões desde Janeiro de 2020: 43.325
  • Total de impressões desde Agosto de 2017: 380.759

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Numerologia de Janeiro de 2020 🕯️

Começamos a numerologia do ano de 2020 intensificando nosso ritmo, fazendo com que mais caixas com materiais se movimentem pelo território de Pindorama e preparando os lançamentos dos próximos meses. Nos últimos dias de Dezembro tivemos um problema em nossa impressora principal e tivemos que substituir o equipamento às pressas, colocando a impressora na reserva técnica aguardando por manutenção. Também nossa impressora de capas apresentou problemas no cabeçote de impressão e foi desativada para seguir para assistência também. Como não temos recursos disponíveis para o conserto desses equipamentos, vamos seguindo o barco com uma única impressora e confiantes de que os ventos sigam soprando e que em breve essa tormenta passe. Com a sua ajuda em nossa Rede de Apoio poderemos colocar essas máquinas para navegar novamente muito em breve. Se possível, considere fazer uma doação.

A página da Numerologia da Editora Monstro dos Mares recebeu uma nova atualização e agora comportará imagens e vídeos para tornar mais bacana a visualização dos dados que geramos todos os meses.

Numerologia de Janeiro de 2020

  • Impressões totais desde Agosto de 2017: 358.563
  • Impressões de Janeiro de 2020: 21.129
  • Livros impressos: 194
  • Livros distribuição gratuita: 29
  • Zines impressos: 553
  • Zines distribuição gratuita: 95
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 2.2Kw

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

Numerologia do ano de 2019 🧮

Acabou! Foi um ano louco, não é mesmo? Mas sobrevivemos e seguimos em frente. Em 2019 tivemos uma produção intensa, enviamos livros e zines para todos os estados do país e isso nos enche de felicidade! Neste novo ano, seguimos realizando o registro e documentação da quantidade de impressões que fazemos e adicionando informações que são relevantes para compreendermos nossos processos, evolução e história. Pode ser que todos esses números não sejam assim tão importantes pra você, mas acreditamos que eles são fundamentais para as pessoas que apoiam nossa atividade e acompanham nosso projeto editorial.

Os números de um ano inteiro nos dão a certeza de afirmar que a cada quatro livros e zines impressos, um será distribuído gratuitamente para uma amizade, um coletivo, biblioteca comunitária, espaço cultural ou para pessoas que estão em nossa banquinha em eventos, interessadas em saber mais sobre os títulos que publicamos e as ideias que fazemos circular. Ter a certeza de que um quarto (1/4), mais ou menos, de toda a nossa produção vai parar nas mãos de pessoas que estão interessadas em descobrir ou aprofundar saberes e práticas anárquicas, anarquistas e de epistemologias dissidentes nos faz seguir firme nos propósitos da editora em continuar existindo, colocando cada vez mais tinta no papel.

Em 2019 também esticamos os braços para aprender sobre como podemos fazer um pouco mais e fazer diferente em nossos livros e zines. Também fizemos testes e aprendizados em torno de nossa autonomia. Em Janeiro começamos alguns estudos sobre energia solar e no mês de outubro nos sentimos seguros em adotá-la integralmente em nossa produção. Hoje, todos os nossos livros e zines, computador e impressoras utilizam a energia que vem do sol para carregar a bateria e fornecer a energia necessária para a operação dos equipamentos. Também decidimos experimentar e adaptar métodos de encadernação e encontramos um modo de fazer livros mais grossos que é capaz de entrar em nossas rotinas e meios de produção.

Nós estivemos em menos eventos do que gostaríamos, mas caixas e caixas com nossos livros estiveram em diversos lugares e queremos que isso permaneça, que você possa encontrar nossos materiais sendo distribuídos em diversos recantos do Brasil. Isso fortalece nossa atividade editorial e permite que pessoas e coletivos possam obter recursos para fortalecer seus espaços de atuação e agitação. Contamos com o interesse das amizades para fazer com que mais caixas se movimentem de mão em mão, de busão, transportadora, correios. Que os meios de transporte não sejam impedimento para difusão de ideias.

Os números de 2019 também servem como um convite para que quem acredita em nossa atividade editorial possa confiar um valor mensal em nossa rede apoio. Utilizamos esses recursos para manter nosso espaço de produção, dar manutenção nos equipamentos, conquistar recursos para trazer caixas de papel e tinta que são utilizadas na distribuição gratuita, bem como nos eventuais custos de correios para envios. A partir da contribuição de R$ 5 mensais, a Rede de Apoio fortalece nossa atividade e faz com que possamos seguir existindo até o dia em que não será mais necessário vender os livros, que teremos dispositivos de solidariedade suficientes para manter as atividades, a subsitência das pessoas que colaboram no projeto e a produção de mais e novos materiais.

Números de 2019

  • Impressões de 2019: 215.793
  • Livros impressos: 2.452
  • Livros distribuição gratuita: 665
  • Zines impressos: 5.661
  • Zines distribuição gratuita: 1.399
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 16.6Kw

Passamos de 300.000 impressões! Numerologia de Outubro de 2019 🎐

Nós da Editora Monstro dos Mares estamos felizes em anunciar que neste mês de Outubro chegamos ao número de 309.506 impressões desde o início dessa contagem em Agosto de 2017 quando chegou nossa primeira impressora com tanque de tinta pigmentada.

O mês de Outubro foi intenso pois fizemos as impressões para o “1º Encontro Pós-colonial e Decolonial” em Florianópolis, “IV Seminário Internacional Desfazendo Gênero” em Recife e na “X Feira Anarquista de São Paulo”. Também estivemos em diversos Meet-ups de tecnologia e outros espaços. Agradecemos monas, minas e manos que muito gentilmente abrem as portas de seus eventos para receber os materiais e as ideias da Monstro dos Mares.

Neste mês adicionamos um novo indicador “Kw gerados e consumidos com energia solar”, uma vez que estamos produzindo nossos livros utilizando essa fonte alternativa de energia (em breve escreveremos exclusivamente sobre esse tema). Também movemos o hotsite “Numerologia” do servidor Tor e trouxemos para um novo endereço, uma vez que algumas pessoas estavam com dificuldades para acessar o histórico de nossos números mensais. Conheça o hotsite em https://monstrodosmares.com.br/numerologia.

Números do mês de Outubro de 2019

  • Impressões totais desde Agosto de 2017: 309.506
  • Impressões de Outubro de 2019: 35.687
  • Livros impressos: 357
  • Livros doados: 63
  • Zines impressos: 799
  • Zines doados: 63
  • Kw gerados e consumidos com energia solar: 4.8Kw

Numerologia: Hotsite com informações sobre nossos números mensais/anuais 🔮
https://monstrodosmares.com.br/numerologia

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